Capitulo 9 - Mikael

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Depois do ocorrido na escada, eu fiquei aliviado e ao mesmo tempo puto da vida. Ela não disse que foi eu que apertei seu pulso e, não disse nada que me deixasse nervoso e, isso que me deixa irritado. Porque eu não consigo parar de pensar nessa mulher? A praga é tanta assim? Minha irmã me mataria se soubesse e, minha mãe me colocaria para fora. Ela fez isso para que? Eu ser bonzinho com ela? Minha irmã, minha vó, Lina, elas podem ser, mas eu? Ah, eu não.

O dia amanheceu e ela ainda estava na minha cabeça, estou na porcaria do escritório e, ela está na minha cabeça. As coisas estão corridas aqui no escritório, mas minha cabeça parece não se importar.

- Eai, cara. Tudo bem? Está pensativo hoje - ouço Marcos dizer.

- Eu estou com uma mulher na cabeça. E isto me irrita em um nível - digo, desabafando com ele. Marcos é meu melhor amigo, desde que tínhamos dez anos e, algo que ele nunca escondeu de mim é sua paixão pela Lina. Desde de que Lina tinha seis anos e Marcos onze, eles brincavam de casamento e, fingiam ter vários filhos. Eu como irmão mais velho sempre tive ciúme, mas quando eles foram crescendo, comecei a ver a paixão deles quando se olhavam. Mas a faculdade ocupou ambos, assim como eu. E cada vez mais, eles foram se afastando, mas sempre que ouviam o nome um do outro, seus olhos brilhavam e o sorriso aparecia na hora.

- Mikael, você está bem? Quem é? Pelo amor de deus, não me fala que é a Carolina - ele diz e, se senta na cadeira a minha frente.

- Não cara!! A Carolina é só transa. Estou falando da nova empregada, que minha mãe contratou. Ela cuida da minha avó, mas está mais endividada que qualquer pessoa que não trabalhe.

- Ah sim, sei quem é, Lina me falou sobre ela. Mas o jeito que você fala dela, é tão distinto do de sua irmã, Mikael - Marcos diz – Será que não está pegando pesado?

- Não! Que pegando pesado! Você sabe como minha irmã é - digo e, penso no que Marcos disse.

- Se desse uma chance para ela, poderia ver o que é isso que você pensa. Ódio ou... - interrompo-o antes que abra a boca.

- Não termine o que ia dizer. Eu sei muito bem, o que sinto - digo.

- Se você diz - Marcos diz, e fica quieto. Eu sei o que ele quer perguntar e verdade, só está sem coragem.

- Pode perguntar - digo, com um sorriso no rosto. Ele fica muito otário, quando fala da minha irmã.

- Lina, ela disse algo de mim? - ele pergunta e, olha para mim. Pobre apaixonado.

- Ela deu um sorriso enorme, quando ouviu seu nome. E pelo visto, vocês conversaram muito - digo e, olho para ele.

- Nem tanto, ela estava cansada. Só queria saber se ela chegou bem e, se queria ajuda com alguma coisa - ele diz.

- Fazem seis anos. Seis anos que vocês não saem, não se falam direito e, o amor continua? - eu pergunto. Eu acho que não conseguiria, eu já teria parado de amar e, ter relacionado com outras mulheres.

- Parece estranho, mas nada muda - ele diz e, sorri – Só não sei se ela sente o mesmo, seis anos mudam muita coisa. Ela pode ter tido relacionamentos lá e, amar alguém, muito mais do que meu amou.

- Cala sua boca. Ela ama você, e nem me faz pensar nisso.

- Vou chama-la para sair - ele diz.

- Concordo plenamente. Mas, podemos ir almoçar? Você está me deixando ansioso - digo e, levanto rapidamente.

- A quanto tempo, não tem uma crise? - ele pergunta. Odeio tocar nesses assuntos.

- Faz algumas semanas. Agora vamos para casa, eu te mostro a tal empregada e, você fala com a minha irmã.

Porque ir... Se Pode FicarOnde histórias criam vida. Descubra agora