Capitulo 22 - Maria Clara

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 A festa estava linda, todos elogiando Mikael por onde ele passava. Dona Rosa sempre que me vê, tem algum elogio diferente para fazer, e damos risada quando Mikael fica constrangido. Lina e Marcos sumiram faz alguns minutos e, até agora não voltaram. Senhor Henrique está falando com alguns senhores e, sempre olha para mim com desgosto. Eu não gosto nem um pouco dessa rixa dele com Mikael, mas eu não posso fazer nada. Preciso do emprego e, dele. É, eu preciso ficar perto de Mikael Santiago D'ângelo, porque só ele consegue deixar o meu coração acelerado, dizer e sentir coisas sem sentido.

Quando finalmente me sento, sinto as mãos de Mikael saírem de minha cintura. O mesmo me oferece uma bebida e, eu aceito. Ele começa a conversar com que parece ser os acionistas, então fico quietinha na minha. Até que todas as luzes se apagam e, um apresentador aparece.

- Boa noite, a todos. Bom, como em toda festa, tem suas danças, por favor, peguem seus pares e se divirtam - o apresentador diz e, começa a tocar a música. Mikael pede licença para os senhores, enquanto eu vejo os casais dançando.

- Quer dançar? - ele pergunta.

- Eu não sei, dançar - digo, com um risinho.

- Nem eu, mas a gente finge - ele diz, levantando e estendendo sua mão.

- Tudo bem - digo e, pego a mesma.

O grande hall da nova sede é enorme e, como esperado, tem muitos casais dançando. Nunca dancei durante a minha vida toda, até agora na verdade, e parece muito cena de filme e, tenho vontade rir disso. Mikael me leva até o centro do salão e, pega em minha cintura, minhas mãos vão ao pescoço, aproximando nossos rostos um do outro.

- Eu adoro essa música - ele diz, enquanto olha para mim. É, eu também adoro essa música, umas das minhas favoritas talvez.

- Ela traz um sentimento bom - digo, enquanto olho para ele.

- Que tipo, de sentimento? - ele pergunta, segurando mais firme a minha cintura.

- Eu não sei - digo, com um sorriso. O mesmo ri para mim e, se aproxima do meu ouvido.

- Cause I wanna touch you baby - ele canta para mim. Sua boca perto da minha orelha, faz meu corpo se acender e arrepiar. Merda. Então decido entrar na onda dele, o mesmo não tira seu rosto de meu pescoço e, então canto junto com a música.

- And I wanna feel you too - digo e, dou um pequeno sorriso.

- I wanna see the sunrise - ele continua.

- On your sins just me and you - completo.

Em questão de segundos, olhamos um para o outro e, damos risada do que acabamos de fazer. Mar agitado, as ondas que estão marcadas em minha máscara, eles representam meu coração ao vê-lo, toca-lo. Fica tudo uma bagunça e, minha falta de ar, é o que me entrega a ele.

- Quero continuar cantando - digo rindo.

- Eu também - sigo, olhando para sua boca.

- Que tal, juntos? - pergunto, receosa.

- Acho uma ótima ideia.

- But you'll never be alone - cantamos e, um uníssono – I'll be with from dusck till dawn - falamos, olhando um para o outro.

A sensação que se instalou em meu peito, era algo surreal. Eu sei que nunca senti isso por ninguém e, não sei se é um sentimento bom. Mas, é um sentimento que quero ter para o resto da vida. Acho que meus pais, sempre estiveram certos. Primeiro vem algo, que faz a gente duvidar de nós mesmos. Depois, vem a certeza, de que era algo que precisávamos. E, eu nunca tive tanta certa disso. Mikael me olha de um jeito diferente agora, e eu não sei como reagir a isso. Será que eu disse algo?

- Preciso sair daqui - ele diz, retirando suas mãos da minha cintura. O que ele tem?

Eu vejo ele sumir na multidão e, não sei se devo ir atrás dele. Mas acabo não pensando duas vezes. Saio daquele grande salão, procurando um lugar que tivesse ar puro, talvez ele quisesse um pouco de ar. Quando finalmente acho uma saída, vejo que dá em um enorme jardim. Abro as portas e, vejo Mikael perto de uma árvore. Ele estava se apoiando e, tentava tirar a grava que estava em volta de seu pescoço.

- Mikael!! - chamo ele. Corro até o mesmo e, toco em seu ombro. Quando ele se vira para mim, seu rosto estava pálido e, parecia estar com falta de ar – Mikael, olha para mim - digo, pegando em seu rosto.

- Faz parar - ele diz, com dificuldade de respirar. Ver ele naquele estado, era da partir o coração em milhões de pedaços e, eu nem sabia como ajudar – Faz parar... por favor! - ele grita, e, desespero.

- Mikael, por favor, se acalma!! - digo e, abraço ele o mais forte possível.

- Dói - ele diz, chorando – Faz parar, por favor... dói - ele diz, apertando suas mãos contra seu peito. Seus olhos estavam em to0tal de desespero e, quando percebo, ele já está caído no chão, se batendo e gritando. Não, por favor, não.

- Mikael, para!! Para, por favor - digo, gritando com ele. Meus olhos estavam cheios d'água e a única coisa que pensei, foi gritar por ajuda.

- POR FAVOR!! ALGUÉM ME AJUDA!! SOCORRO!! – eu não sabia mais se tinha voz, apenas gritava e, rezava para que alguém me ouvisse.

Porque ir... Se Pode FicarOnde histórias criam vida. Descubra agora