Capitulo 16 - Mikael

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Três dias. Estou três dias sem notícia da Maria, Lina sempre conversa com ela e, eu sempre pergunto como ela está. Mas ela nunca me diz e, fala que demissão foi pouco para o que eu fiz ela passar. Todas as noites me pergunto se ela está bem. Ou melhor, se está feliz longe daqui. Eu não sei se sou burro demais, ou se eu preciso de um tapa na cara. Eu não faço a mínima ideia do porque eu tratei ela daquele jeito. Eu nunca tratei as empregadas daqui de casa assim, sempre fui bom para todo mundo. Eu apenas, não sabia como lidar. Sei lá, a raiva que tenho quando a vejo é, incontrolável.

Meu pai foi uma das pessoas que ficou feliz, por sua ida. E disse que conseguimos o que queríamos. Mas não. Eu não queria que ela fosse embora, não daquele jeito. Talvez eu tenha sido um arrogante, mas por outro lado, eu fui uma boa pessoa quando percebi meu erro. Eu poderia ir até sua casa e, pedir perdão. Falar tudo que estou pensando e, como me sinto quando ela está perto. Eu poderia até chama-la para viajar ao Canadá com a gente. Talvez ela me perdoasse com o tempo. E tanto minha irmã, como minha avó e minha mãe, ficaria felizes em saber que fiz tudo isso.

Quando me dou conta, já estou vestindo uma roupa e, pegando minha carteira. Hoje era sábado, e a empresa estava fechada. Desço as escadas correndo e, passo por elas como um raio. As mesmas ficam sem entender e, minha mão logo pergunta.

- Onde vai Mikael?! - ela grita – Procurar mais uma loira?! - ela diz, com desgosto.

- Uma morena, de olhos castanhos. Não me esperem pelo jantar - saio e, vou direto para a garagem.

Acelero o carro o mais rápido possível e, chego lá bem antes do previsto. Quantas multas Mikael? Penso comigo e riu. Com certeza, valerá a pena. Quando fico de frente para sua casa, percebo que ela não estava mesmo mentindo. Penso um pouco, antes e bater e, depois de instantes. Quatro batidas em sua porta. Depois de alguns minutos, ouço um "espere um minutinho". E conto exatamente um minuto, até que a mesma abre a porta e, vejo uma linda morena, com uma calça moletom e casaco de moletom.

Quando ela me vê, fica assustada e, olha para os lados.

- O que está fazendo aqui? - ela pergunta, com receio.

- Eu sei que não deveria estar aqui, mais quero falar com você e, é importante - digo a ela, que parece não acreditar.

- Fala sério - ela diz, revirando os olhos e, tenta fechar a porta na minha cara. Mas coloco o pé no batente, a impedindo.

- Dois minutos - digo a ela e, sorrio.

Ela demora um pouco para responder, mas logo diz:

- Apenas, dois minutos - e então abre a porta. Quando adentro aquela pequena casa, logo vejo o quão filho da puta eu estava sendo – Desculpa a bagunça - ela diz, enquanto tira os pratos de comida do chão – Ainda não sai para comprar, produtos de limpeza.

- Tudo bem. Hm... - fico com um pouco de receio, de perguntar sobre o sofá.

- Eu sei, não tenho um sofá. Teremos que ir para o quarto, pelo menos não sentaremos no chão - ela diz e, andando até um outro cômodo, que ficava perto da cozinha. Que diabos, ela ainda está fazendo aqui? Dois anos de aluguel é dinheiro jogado fora. A melhor opção é deixarem derruba-la e a mesma conseguir outra casa.

A mesma deixa eu entrar primeiro e, logo depois entra, ficando perto da porta.

- Pode se sentar - ela diz. Me sento e, espero ela dizer alguma coisa. Mas nada.

- Eu gostaria de me desculpar com você, Maria. Me desculpa pelas coisas que a Carolina lhe disse e, fez você passar. Eu disse aquilo a ela, porque estava com raiva de você. Eu não tenho direito de tratar ninguém assim, e não sei porque fiz isso com você - digo, sem conseguir olhar em seus olhos.

Porque ir... Se Pode FicarOnde histórias criam vida. Descubra agora