Capitulo 49 - Maria Clara

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Quando levei aquela pancada na cabeça, meus olhos se fecharam na hora e quando acordei, não sabia onde estava. Mas, algo eu não esqueceria, não esqueceria a mentira que contaram a mim, achar que eu gostaria de ver Mikael com outra mulher é... é devastador. Ver o anel em seu dedo em saber, que eu não teria o mesmo.

- Olha só quem acordou - ouço uma voz, dando risada. E quando levanta a cabeça para ver que era...

- Senhor Henrique! O que está fazendo aqui?! - digo com medo, ao sentir as algemas em minhas mãos e pés – Pode me ajudar?

- Você é uma tola, sua vagabunda. Eu que mandei trazerem você aqui. Vou me vingar de você e de Mikael, irão morrer juntos, já ficou agradecida? - ele diz, se sentando em uma cadeira perto da porta.

- Porque está fazendo isso?! Eu não fiz nada ao senhor! - digo, ficando com raiva.

- Era para Mikael se tornar meu próximo herdeiro! Ele comandaria meus tráficos! E você atrapalhou! Tudo! - ele diz, com ódio nos olhos. Mikael, um traficante? Ele nunca faria isso, mas, não duvido que faria se eu não tivesse entrado em sua vida.

- Mikael nunca faria algo desse nível... tão baixo - digo com nojo. Henrique levanta, e anda até mim, se agacha e pego em meu queixo com toda força possível. Não sei como não quebrou me maxilar.

- Faria sim, Maria Clara. Minha criação seria um assassino, igual o pai, ele seria perfeito - ele diz, apertando mais e mais meu maxilar.

- Mikael é muito mais que isso... - digo, me lembrando de anos atrás, onde sorriamos e montávamos um futuro juntos.

- Tarde demais, ele escolheu você, escolheu a morte e o sofrimento - ele diz largando meu queixo, enquanto dá um chute em minha barriga.

- E-está perdendo o seu tempo - digo, sentindo a dor do chute – Ele está noivo, e com uma mulher muito melhor que eu... - digo, deixando que a dor viesse. Talvez, afastaria a magoa em meu coração.

- Cala boca sua puta! - ele diz, me chutando mais e mais. Cada chute, cada dor que sentia em meu estomago, era um indicio de que eu não sairia viva dali. Pensar em Mikael como um assassino, era demais para mim. Meu corpo só implorava para que ele não me procurasse, apenas para viver.

- P-por favor, para... - digo, tentando fazer com que ele pare de me chutar.

E quando ele pareceu me ouvir, ela agachou até meu campo de visão e, agarrou meu pescoço.

- Vocês são tão tolos, tão burros - ele diz, passando a outra mão pelo meu corpo – Leila não ama Mikael, ela foi contratada por mim. Você acha que Mikael duraria em Londres sem você? Claro que não, ele voltaria semanas depois, parecendo um cachorro sem dono. Leila segurou ele lá por dois anos, só para eu conseguir executar meu plano perfeitamente bem. Mikael não ama ela sua cachorra - ele diz, de dando um tapa na cara – Ele ama você.

Como assim? Tudo isso foi um plano? Algo para que ele conseguisse vingança? Leila contratada por Henrique, querendo matar Mikael, querendo tira-lo de sua família, de mim... Como uma pessoa poderia ser tão cruel a este ponto? Minha cabeça começava a latejar por aguentar tanta dor, ele não parava de me chutar ou bater em meu rosto.

- Foi você...você que colocou fogo na casa. Você queria matar ele - digo, juntando as peças. Minha voz já estava ficando fraca, minha garganta seca, precisando de agua.

- Você é mais esperta do que pensei. Mas, sim, eu iria matar todos eles, até mesmo minha ex-mulher, para garantir uma grande quantia. Mas agora, que Mikael está mais que bilionário, não preciso matar o amor da minha vida. Mas você... - ele diz, pisando em meu rosto – Você deveria estar morta a muito tempo. Ele termina de falar, e vai até porta de metal abrindo a mesma, mas antes que ele saísse eu grite:

- FILHO DA MÃE! VOCÊ VAI PAGAR MUITO CARO POR TUDO ISSO! DONA ROSA NUNCA MERECEU VOCÊ! ASSASSINO! - grito, com todas as forças que tinha naquele momento.

Henrique se virá com a raiva de um maluco nos olhos, e vem até mim. No mesmo momento me arrependo de ter aberto a boca, quando ele começa a socar meu rosto, como se eu fosse um saco de pancadas. Cada soco, era um tiro em minha alma, não conseguia sentir meu coração bater, minha vida passava-se por um fio. E se ele não tivesse parado, eu estaria morta.

- Mikael vai ficar feliz em vê-la. E quando chegar aqui, será morto - ele diz, limpando as mãos em seu terno preto.

Não liguei para o chão duro sob meu corpo, e não me importei em estar quase morta. Estive por quase três anos, mas agora, agora talvez fosse diferente. Só conseguia sentir meus olhos se fechando pouco a pouco...

Acordo com alguém me chutando e, rindo de minha cara. Eu não conseguia mais falar, não conseguia entender o que acontecei, mas gritaria e pediria por socorro até meu último fio de voz.

- Que jogo comecem... 

Porque ir... Se Pode FicarOnde histórias criam vida. Descubra agora