Porque ir... Se Pode Ficar

Capitulo 18 - Maria Clara

Hoje é o dia da viajem. Estou ansiosa e nervosa ao mesmo tempo, nunca andei de avião, mas um dos meus sonhos é conhecer Toronto e suas maravilhas. Senhor Henrique brigou feio com Mikael quando soube e, por esse motivo quase desisti de ir. Mas como a empresa e, o dinheiro dele estavam nisso, era para eu ir. Dona Rosa e dona Bela, ficaram muito felizes quando ficaram sabendo que eu voltaria e, disse para eu nunca mais sair. Lina faltou explodir minhas bochechas, quando me viu em sua porta ontem de manhã. Conversamos bastante, já que era domingo e, as moças da limpeza já haviam voltado. Ela me contou sobre Marcos e, eu disse a ela sobre meu "encontro de amigos" com Mikael, ela faltou pular de alegria e, dar um tapa em Mikael por não ter contado a ela.

Meus sentimentos por ele ainda são incertos, já que o conheço não tem nem um mês. Mas na hora certa eu saberei, mesmo que demore anos. Enquanto ao meu aluguel, eu consegui pagar tudo e, ficou sobrando para eu comprar minhas coisas. Como, comida, agua, e acho que até um sofá. Sim, Mikael pagou com meu salário e, depois devolveu tudo. Fiquei brava com ele, mas depois resolvemos que eu devolveria cada centavo. Mesmo que ele fosse contra. Marcos e Linda, foram com a gente comprar os ternos e vestidos que iremos usar. Teremos até máscaras. Mikael não quis me mostrar a nossa, mas disse que combinaria. Não sei o que ele sente em relação a mim, pode ser que ele me veja apenas como uma amiga, mas não consigo enxergar algo além disso. Já eu, eu não sei.

Quando já estávamos no aeroporto, minha barriga começou a doer e, parecia que algo iria sair dela em qualquer momento. Era minha primeira vez andando de avião e, eu não sabia se ficava com medo ou nervosa.

- Maria, está me ouvindo? - meus pensamentos fogem, quando ouço a voz de Mikael.

- Oi, não, não lhe ouvi. Desculpa - digo, olhando para ele. Apesar de poucos dias convivendo com ele, olhares entre mim e Mikael, já eram coisas normais, mas mesmo assim, ainda sentia um friozinho na barriga.

- Perguntei, se você está preparada para nossa primeira viajem internacional, juntos - ele diz e, me mostra um daquele sorrisos enormes.

- Preparada estou. Mas, como assim primeira? - pergunto.

- Prometo que terá muitas - ele diz, sorrindo mais ainda. Ele está parecendo um... bobo apaixonado. Mas toda essa alegria acaba, quando senhor Henrique olha para mim. Ele anda até mim, e para na minha frente. Eu sabia que Mikael estava atrás de mim e, não queria ele ouvindo o pai dele brigar comigo.

- Não ache, que meu filho vai gastar dinheiro com viagens, joias e, vestidos caros com você. Porque não vai - ele diz, autoritário.

- Eu não quero isso, senhor Henrique. Mikael e eu, somos apenas amigos - digo, com a voz embargada.

- Amiga? Ele chama assim, todas que passam pela cama dele - ele diz, jogando isso na minha cara.

- Pai! Por favor! A Maria, não é a Carolina, e o Mikael não é maluco de fazer isso com ela!! - Lina diz, me defendendo. Eu não conseguia falar nada, eu estava com muita raiva desse homem que se diz pai.

- Henrique, não crie intrigas - dona Rosa diz, beijando o marido.

- Maria, não liga para as coisas que ele fala, tudo bem? - Mikael diz, enquanto me puxa para um abraço. Eu não sabia em quem acreditar. Será mesmo que ele faria isso? Não pode ser verdade, e se for, é apenas nunca mais olha-lo na cara.

- Sim - digo, tentando esboçar um sorriso.

- Eu nunca, faria isso com você - ele fala.

- Tudo bem - digo, e mostro meu sorriso a ele.

Ficamos mais alguns minutos esperando Marcos chegar e, quando isso aconteceu, todos partimos para o avião. Mikael não tirava suas mãos de minha cintura e, com isso fiquei me perguntado. Amigos fazem isso? Quando já estávamos nas poltronas da primeira classe, fico um pouco apreensiva e seguro com força na blusa social preta, de Mikael.

- Tem certeza que é seguro? - pergunto, enquanto o mesmo se senta ao meu lado. 

- Claro que é. Eu não colocaria você em algum lugar, que não fosse seguro - ele diz e, aperta minha mão.

- Tudo bem - digo, nervosa – As roupas estão todas certas? Não quero que nada dê errado nesta viajem. Sua viajem - digo, com seriedade.

- Sim, está tudo perfeito - ele diz e, coloca um beijo na testa.

- Mikael, mamãe perguntou se está com seus remédios na mala - Lina, pergunta. A mesma estava na cadeira da frente, junto com Marcos. Como assim remédios?

- Sim, está - ele diz, e olha para mim. Meu olhar para ele era de preocupação e, medo. Ele não disse que tomava remédios, muito menos que eram controlados.

- Que remédios? - pergunto, com uma voz bem baixa.

- Ansiedade - ele diz, como se fosse algo normal.

- Você não disse que tomava remédios e, muito menos que eram controlados Mika - digo a ele, que parece não querer tocar no assunto.

- Maria, fica calma. Eu não tenho crise, fazem semanas e, só levo para precaução - ele diz.

- Por favor, não minta para mim sobre essas coisas. E, me chame se tiver uma, por favor - digo, com um pouco de medo.

- Eu irei chamar - ele diz e, me dá um beijo na bochecha.