Capitulo 36 - Maria Clara

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- Estou terminando com você - quando senti o impacto daquelas palavras, algo dentro de mim se partiu em milhões de pedaços, e alguns pedaços se perderiam dentro de mim para todo o sempre. Todas aquelas verdades sobre sua vida, tudo estava seno rápido demais. Era muito para se carregar nas costas. Mikael carregou um nome de um monstro em sua vida, mas agora, não sei se sou a única destruída aqui.

- Não! Não está! Vamos seguir em frente, eu e você, juntos, nada vai separar a gente lembra? - digo, em desespero.

- Não, Maria, não vamos. Lembra que eu lhe falei que não existe uma pessoa certa? Existe alguém que ature as merdas que nós fazemos - ele diz, sem olhar em meus olhos.

- Eu vou aturar! Vou aturar tudo, tudo que jogar em cima de mim! - digo, pegando e seu braço – Só não vá - digo, com o choro em minha garganta, gritando, implorando para sair.

- Se você me ama, vai embora! Me deixa em paz! - ele diz, gritando comigo e, tirando com força minhas mãos de sua blusa social.

- Não! Não, vai! Eu te amo, e não vou deixar isso acontecer - digo, e me agarro em seu tronco, que estava ereto. Não senti suas mãos em minha cintura, não senti o homem da minha vida.

- Me solta, Maria Clara! - ele diz, me jogando para o canto. Minhas lágrimas caiam pelo meu rosto, minha vida desci para o fundo do poço, minha alma se perdia em algum lugar daquele homem, e ele precisaria me devolver. Eu precisava dele para me sentir bem, sua presença. Ele. Os olhos de Mikael estavam escuros, e suas pupilas... eu podia jurar que não existiam mais. Seu peito subia e descia com força, e nossos olhos não paravam de olhar um para o outro.

- Você não é ele! Você é melhor! - grito, indo até ele, e batendo em seu corpo esguio.

- Não toca em mim! Me solta agora! - ele grita, quando tento abraça-lo.

- Não faz isso - digo, chorando. Minha garganta estava sufocada pelo choro segurado, minhas mãos tremiam tanto, que eu quebraria se ele me jogasse no chão. Eu pude sentir a ira dele, a dor dele. Seu coração estava partido, exatamente igual ao meu. Nós estávamos quebrados, ele por descobrir a verdade sobre quem é, e eu por pensar na possibilidade dele me deixar. Não podia ser assim, não podíamos deixar de sermos nós, por eles. Mikael sempre foi forte, sempre foi ele, aquele desgraçado do Henrique que estragou uma criança pura. A ira guardada saíra para que o amor entrasse. Mas, o amor, não é salvação. Nada é.

Quando me dou conta, Mikael tira as chaves do bolso e, ameaça abrir a portas do carro – Por favor, lindo, não faz isso - imploro a ele. Seus olhos estavam atordoados e, eu não sabia o que fazer. Eu estava sem forças, sem a base, eu não tinha nada naquele momento. Minhas pernas enfraquecem e eu caio de joelhos no asfalto – Mikael... para, por favor - digo, comprimindo minhas mãos ao peito. A dor era insuportável, e a falta de ar me deixa irritada.

Ele dá a volta no carro, mas antes que pudesse abrir a porta do mesmo. Digo a ele:

- Diga que não me ama mais! Diga isso e eu nunca mais lhe procuro! - grito, e o mesmo para – Diga, Mikael! Pelo amor de deus! - grito, implorando.

- Eu te amo, e não vou mentir sobre isso. Mas não posso leva-la para o inferno comigo, você foi a luz na minha vida, mas não posso deixar leva-la para escuridão - ele diz tudo isso, sem olhar em meu rosto. Ele entra no carro e, o desespero me toma, e eu levanto com um pouco de dificuldade. Ele avança com o carro, e eu começo a correr atrás dele.

- NÃO!!! MIKAEL!! MIKAEL POR FAVOR!! PARA, PARA!! - corro o máximo que consigo, até minhas pernas caírem no chão, ralando meus joelhos.

O carro dele não podia mais ser visto. E por um segundo, achei que ele voltaria... 

Porque ir... Se Pode FicarWo Geschichten leben. Entdecke jetzt