Capitulo 15 - Maria Clara

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Cansei. Não vou mais tolerar mais esse tipo de humilhação. Ele acha que pode sair me xingando de tudo que é nome e, depois achar que vou ter consideração por ele. Esse arrogante não passa de um mimado e, sem total consideração pelas pessoas. Todos nessa casa, podem ser diferentes, mas são essas coisas que fazem as pessoas desistirem. Hoje quando saímos, até pensei que poderíamos nos dar bem. Mas eu estava enganada. Eu vendo até a roupa do corpo, para pagar o meu aluguel. Passo fome e, vendo bala no farol, mas eu não fico mais aqui por mais um dia se quer. Ouço Mikael e Lina na porta e, finjo não me importar. Tomo um banho descente, aproveitando a água que não estou pagando.

Saio do banho e, coloco uma de minhas roupas mais quentinhas. Já que a noite está por vir e, não sei que horas chegarei em casa. Começo escrever uma pequena carta, já que não terei muitas palavras para dizer a eles.

E quando finalmente abro a porta, vejo que os dois ainda estão ali. Mikael olha para a carta em minha mão e, fica sem entender; as mochilas estavam organizadas e, espero não ter que me preocupar com chuva.

- O que está fazendo? - ele pergunta, tentando pegar minha mochila que estava em minhas mãos. Logo me afasto dele e, tento não olhar em seus olhos.

- Clara, onde vai? - Lina, pergunta. Ela foi a única amiga que tive e, a única que irei dizer adeus.

Passo por eles e, começo a descer as escadas. Deixo a carta em cima da mesa e, passo direto para o hall de entrada. Mas sinto alguém pegando em meus braços e, sinto um frio na barriga ao mesmo tempo.

- Onde vai? - ouço sua voz, rouca. Ele e um imbecil mesmo. Arrogante.

- Me largue, Mikael!! Não ponha suas mãos sujas em mim! Nunca mais!! - grito, com a voz embargada e cheia de raiva.

- Maria, onde você vai? Está quase anoitecendo - Lina diz, preocupada.

- Eu estou me despedindo, não vou mais ficar nessa casa sendo humilhada. Me desculpa, senhorita Santiago - digo, a mesma. Olho para Mikael sem querer e, vejo algo em seus olhos que nunca vi antes. Não sei se era tristeza ou felicidade. Mas espero que isso alivie, a arrogância que ele tem.

- Não precisa disso, minha avó e minha mãe ficaram tristes em saber disso - Lina diz, com tristeza em seus olhos. Mikael não diz uma só palavra.

- Me desculpe - digo e, viro de costas abrindo a porta com minha chave. E quando percebo que não precisarei dela, eu a deixo na mesinha ao lado na porta.

A viagem até em casa é longa e cansativa. Mas não penso em momento algum desistir. Uma coisa que não faço, é desistir de algo que amo e, eu amo meus pais, então não desistirei da casa deles. E quando finalmente abro a porta, um grande suspiro sai de meus lábios. Vou direto ao armário, ver se algo para comer. Que fome. Miojo. Temos miojo ao... molho de tomate!! Grito para mim mesma, ao achar um molho nos fundos do armário.

Algumas horas se passam e, o miojo não foi o suficiente para encher minha barriga. Mas estava muito gostoso. Riu de mim mesma, quando penso isso. Logo ouço em meu bolsa vibrar e, quando vejo é o meu celular. Mikael estava me ligando. Desligo. Lina, me liga. Desligo. Dona Rosa. Desligo. 

Porque ir... Se Pode FicarWhere stories live. Discover now