Capitulo 51 - Maria Clara

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O tempo naquele lugar parecia não passar, e se passara tão rápido quanto eu imaginava, era um milagre, porque nem um pouco de luz entrava naquele lugar. Henrique ficava ligando para Mikael a cada cinco minutos, e as vezes o mesmo nem atendia. Por favor, não venha...

- Chegou a hora, sua vadia - ouço Henrique dizer. Não... não Mikael, não.

Henrique me leva até um galpão enorme, me colocando em uma cadeira, com as mãos e pés amarrados. No mesmo instante, que uma arma é apontada em minha cabeça, minha pele se estremece ao sentir o frio do metal contra minha pele. Minutos depois, o grande portão de ferro se abre, e então consigo ver Mikael saindo da sombra. Quando nossos olhos se encontram, uma onde esperança me preenche.

- MARIA! VOCÊ ESTÁ BEM?! - ele pergunta, gritando. Mikael...

- Mikael! Ele vai me matar?!- pergunto, com medo nítido em minha voz. Meus olhos ainda estavam inchados e minha pele roxa, eu não queria ficar ali mais um segundo.

- Não, linda! Ele mão vai! - esse apelido... que saudades, meu deus... meu deus que saudade de ouvir sua voz, de sentir seu cheiro, seu toque. Se eu sair viva daqui, eu pedirei desculpas a todos, principalmente a Lina e Dona Rosa.

- Mikael... - digo, começando a chorar.

- CALA BOCA, SUA VADIA!! - Henrique grita, pressionando a arma cada vez mais forte em minha cabeça.

- Não machuca ela! Era eu quem você queria, agora solta ela! - Mikael grita, andando cada vez mais, mas ainda longe, pela distância do galpão.

- VOCÊ PRECISAR PARAR DE SER BOM, MIKAEL. ESSA GAROTA ESTRAGOU MINHA VIDA, NOSSAS VIDAS, ESTRAGOU MEUS PLANOS, OS PLANOS QUE EU TINHA PARA VOCÊ! ME SEPAROU DE SUA MÃE! - Henrique grita, mais e mais. Eu apenas queria ir embora.

- Abaixe seu tom de voz, para falar com seu pai - ele diz, abaixando o tom e, afrouxando a arma em minha cabeça – Não se esqueça, que ela está em jogo. Mas antes do show começar, eu chamei minha convidada - ele diz, caindo na gargalhada.

- Leila? - Mikael fica espantado ao ver a noiva, ou pelo menos eu acho que era.

- Que pena, Mikael... - ela diz, dando risada – Como eu havia pensado, você é bom demais para as pessoas.

- Jovens, burros, tolos e cegos - Henrique diz rindo, junto Leila.

- Mikael... vai embora - digo chorando – Por favor, não deixe que eles façam algo a você!

- Olha só... Maria Clara Ferraz, prazer em lhe conhecer - Leila diz rindo – Era por você, que MIkael fazia terapia e tomava remédios, tudo uma frescura.

- Sua vagabunda!! - Mikael grita.

- Cale a boca, antes que eu mate ela - Leila diz, com um olhar mortal – Sabia que ele ainda é apaixonado, por você? - Leila diz, enquanto chega perto de mim.

- Tire suas mãos de mim! - grito, quando ela passa os dedos por minhas bochechas.

- Chega dessa merda!! Vamos a parte que interessa, não é mesmo, Maria - ele diz perto de meu ouvido, dando um beijo em minha testa. Ah, que nojo.

- NÃO ENCOSTA NELA!! - Mikael grita, chegando mais perto.

- Mikael, Mikael... me diga uma coisa - ele diz, enquanto pressiona a arma em minha cabeça – Ela... ou você - Henrique termina de falar, e Leila aponta uma arma para Mikael.

- Mikael!! Ele vai matar nós dois, por favor! Para com isso! - grito, entre soluços. Eu não tinha mais forças, não conseguia mais ficar acordada, eu só precisava que a gritaria parasse.

- NÃO! JÁ DEIXEI VOCÊ UMA VEZ, NÃO VOU COMETER O MESMO ERRO, DUAS VEZES!! - ele grita.

- Anda logo Mikael- Leila diz, engatilhando a arma – Diga, que morre primeiro.

O olhar de Mikael era incerto e vago, eu não sabia o que passava na cabeça dele. Mas torcia para que fosse o que eu estava pensando, quero que ele viva.

- Você sabe que morre, Leila - ele diz, olhando para a mulher que se dizia sua noiva – E você! - em questão de segundos, Mikael tira uma arma de trás das costas, e antes que Leila fica assustada.

- Largue a arma! - ela grita.

- Largue você! - quando Leila mira em Mikael ele simplesmente dá um tiro nela, que cai no chão urrando de dor. Logo depois, vejo Marcos saindo de umas das entradas, com outra arma, e antes que Leila conseguisse pegar a arma, ele afastou com o pé para bem longe do alcance da mesma.

- Olha, olha, olha... as aulas serviram para alguma coisa - Henrique diz rindo – Eu disse, ele seria perfeito para os meus negócios - o mesmo diz, rindo.

- Por favor... deixa ele ir - digo, entrando em desespero. Minhas lágrimas não paravam de cair, aquela arma em minha cabeça não ajudava em nada.

- CALA BOCA!! - ele diz, sorrindo e rindo.

- Solte ela, agora! - Henrique começa a me soltar, e quando sinto meus braços e pernas livres, fico aliviada, mas antes ele diz – Ela vai até aí, mas você, ficará no lugar dela. E se o seu amigo - ele diz, apontando a arma para Marcos que agora estava ao lado de Mikael – Tentar fazer alguma gracinha, eu mato ela antes de chegar aí.

- Tudo bem, mas solte-a primeiro - Mikael diz, com cuidado. Aos poucos, ele deixou eu sair.

Saio correndo até ele, e o mesmo faz o mesmo, minhas lágrimas ciam e molhavam minha roupa suja e rasgada, mas antes que eu pudesse chegar a tocar Mikael, sinto um estrondo, e logo depois minha perna arder, me fazendo cair no chão. 

Porque ir... Se Pode FicarWhere stories live. Discover now