Capitulo 53 - Maria Clara

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Meus olhos estavam pesados, e meu corpo todo doía. Tento me lembrar do que aconteceu, mas acabo tendo uma dor de cabeça. Vejo alguém segurando minhas mãos, e pelo visto estava dormindo. Logo aperto sua mão, querendo que veja que estou acordada. Dona Rosa.

- Maria, meu amor, você acordou! - ela diz, sorrindo – Vou chamar o médico - ela diz saindo.

Tento olhar ao redor, mas um de meus olhos estava enfaixado, e minha perna enfaixada também. Pelo menos, foi o que senti. Minha cabeça latejava, e uma dor forte deu pontadas em minha cabeça... Mikael. Ah meu deus. Mikael, onde ele está? Minutos depois, dona Rosa entra no quarto, junto do médico.

- M-Mikael - digo com dificuldade – C-cadê ele...

- Calma - diz o médico – Fique parada, vamos com calma - ele diz, passando a mão pelos meus curativos – Está se sentindo bem?

- Mikael - digo caindo no choro.

- Querida, o médico vai lhe falar tudo, mas você precisa ficar bem - dona Rosa diz pegando em minha mão.

Concordo com a cabeça e, medico agradece a dona Rosa.

- Continuando, você está bem? - ele pergunta, pegando uma caneta de seu jaleco.

- Acho que estou bem, apenas dor de cabeça e dor no corpo - digo, tentando não chorar ao me lembrar das coisas que aconteceram.

- A dor de cabeça são pelas agressões, mas isso passara com os medicamentos, a dor no corpo é o cansaço, fique tranquila - ele diz, anotando tudo.

Quantos dias eu havia ficado aqui? Mikael estaria bem? O que será que aconteceu com Henrique?

- A quantos... quantos dias estou aqui? - pergunto.

- A senhorita passou por duas cirurgias, umas foi para retirar a bala que tinha lhe atingido na perna, e como teve complicações, precisamos retirar a bala que estava na coxa em outra cirurgia. Dormiu por três dias, mas pelo que parece sua recuperação será rápida - ele diz, sorrindo.

- Quero saber de Mikael, ele, ele está bem? - pergunto preocupada.

- Posso contar a ela, senhora Santiago? - o doutor pergunta.

- Pode sim - ela diz, com um olhar triste.

- O seu amigo...

- Namorado, eles são namorados - dona Rosa diz.

- Seu namorado - o médico se corrige – Ele, levou quatro tiros, dois deles pegaram na região do estomago, e as outras duas, uma foi no braço e a outra no peito, por pouco não pega no coração. Quando chegou aqui, estava em estado crítico e precisou ir direto para cirurgia. Não tínhamos o sangue que ele precisava, e agora, ele está entubado, esperando uma doação de sangue.

Meu deus... meu deus, o que foi que eu fiz? O que ele fez? Ele nunca deveria ter se arriscado daquela maneira.

- Qual o sangue dele? - pergunto.

- AB positivo.

- E-eu, posso doar, eu sou O negativo - digo, esperançosa.

- Meu deus - dona Rosa diz, como se tivesse esperanças.

Eu, eu acho que nem tenho mais esperanças. Não depois do que aconteceu.

- Podemos fazer alguns exames, e se for compatível pode doar.

Porque ir... Se Pode FicarOnde histórias criam vida. Descubra agora