Meus olhos estavam pesados, e meu corpo todo doía. Tento me lembrar do que aconteceu, mas acabo tendo uma dor de cabeça. Vejo alguém segurando minhas mãos, e pelo visto estava dormindo. Logo aperto sua mão, querendo que veja que estou acordada. Dona Rosa.
- Maria, meu amor, você acordou! - ela diz, sorrindo – Vou chamar o médico - ela diz saindo.
Tento olhar ao redor, mas um de meus olhos estava enfaixado, e minha perna enfaixada também. Pelo menos, foi o que senti. Minha cabeça latejava, e uma dor forte deu pontadas em minha cabeça... Mikael. Ah meu deus. Mikael, onde ele está? Minutos depois, dona Rosa entra no quarto, junto do médico.
- M-Mikael - digo com dificuldade – C-cadê ele...
- Calma - diz o médico – Fique parada, vamos com calma - ele diz, passando a mão pelos meus curativos – Está se sentindo bem?
- Mikael - digo caindo no choro.
- Querida, o médico vai lhe falar tudo, mas você precisa ficar bem - dona Rosa diz pegando em minha mão.
Concordo com a cabeça e, medico agradece a dona Rosa.
- Continuando, você está bem? - ele pergunta, pegando uma caneta de seu jaleco.
- Acho que estou bem, apenas dor de cabeça e dor no corpo - digo, tentando não chorar ao me lembrar das coisas que aconteceram.
- A dor de cabeça são pelas agressões, mas isso passara com os medicamentos, a dor no corpo é o cansaço, fique tranquila - ele diz, anotando tudo.
Quantos dias eu havia ficado aqui? Mikael estaria bem? O que será que aconteceu com Henrique?
- A quantos... quantos dias estou aqui? - pergunto.
- A senhorita passou por duas cirurgias, umas foi para retirar a bala que tinha lhe atingido na perna, e como teve complicações, precisamos retirar a bala que estava na coxa em outra cirurgia. Dormiu por três dias, mas pelo que parece sua recuperação será rápida - ele diz, sorrindo.
- Quero saber de Mikael, ele, ele está bem? - pergunto preocupada.
- Posso contar a ela, senhora Santiago? - o doutor pergunta.
- Pode sim - ela diz, com um olhar triste.
- O seu amigo...
- Namorado, eles são namorados - dona Rosa diz.
- Seu namorado - o médico se corrige – Ele, levou quatro tiros, dois deles pegaram na região do estomago, e as outras duas, uma foi no braço e a outra no peito, por pouco não pega no coração. Quando chegou aqui, estava em estado crítico e precisou ir direto para cirurgia. Não tínhamos o sangue que ele precisava, e agora, ele está entubado, esperando uma doação de sangue.
Meu deus... meu deus, o que foi que eu fiz? O que ele fez? Ele nunca deveria ter se arriscado daquela maneira.
- Qual o sangue dele? - pergunto.
- AB positivo.
- E-eu, posso doar, eu sou O negativo - digo, esperançosa.
- Meu deus - dona Rosa diz, como se tivesse esperanças.
Eu, eu acho que nem tenho mais esperanças. Não depois do que aconteceu.
- Podemos fazer alguns exames, e se for compatível pode doar.
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Porque ir... Se Pode Ficar
RomanceTERMINADA Uma mulher de bem com a vida, mesmo com as dificuldades que a vida lhe trás. Um homem arrogante, que aos poucos se torna insensível igual ao pai. E com tantas idas e vindas, amor e ódio, continuaram suas vidas. Um amor que enfrentou do...