Porque ir... Se Pode Ficar

Capitulo 17 - Maria Clara

Quando vi Mikael, parado em minha frente e, se desculpando, pensei que estivesse sonhando ou algo do tipo. Mas não. Era tudo real e, com cores, toques e falas. Suas palavras sinceras e, seu olhar arrependido o entregava um pouco, Mikael tem um defeito que eu acho que só eu percebi; ele demonstra tudo pelo olhar. Qualquer pessoa que o conhece saberia distinguir isso. E acho que o pouco tempo de convivência que tivemos, deu para perceber isso. Pode ser um pouco cedo para dizer o que sinto em relação a ele. Mas sei que é algo, que eu nunca senti antes. Talvez seja admiração, ou algo do tipo.

- Estou com fome e, você? - ele pergunta, enquanto senta no chão. Eu preciso de um sofá.

- Me desculpa, mas eu não tenho muita coisa para comer aqui em casa - digo e, dou uma risada nervosa – Vou ver se algo na geladeira, um minuto - me viro, para ir a cozinha.

- Espera - ele diz – É quase oito horas, podemos ir comer fora - ele diz, sorrindo. É bonito – Foi para isso que eu vim também - ele diz, dando uma risada.

- Ah, tudo bem. Sua família vai junto? - pergunto, por precaução.

- Não, seremos só nós dois. Um jantar, de amigos - ele diz e, levanta.

- Amigos? - digo e, dou uma risada. – Tudo bem. É um lugar muito refinado? - pergunto.

- Um pouco, mas vista o que lhe deixar confortável - ele diz.

- Tudo bem - digo sorrindo.

- Maria - ele me chama, antes mesmo de eu chegar até o outro cômodo – Vista um vestido, se puder vestir aquele que vestiu no dia do shopping, ficarei feliz. Eu não lhe disse, mas, você ficou linda nele.

- Tudo bem - digo, com carinho.

Depois de algum tempo, eu finalmente saio do quarto. Acabei um vestido azul claro, do mesmo modelo do amarelo, que foi o que Mikael gostou. Ele disse que eu estava linda e, perguntou se já podíamos ir.

Quando já estávamos no carro, fiquei com um pouco de vergonha de falar. Mas quando ele puxou o assunto, me senti mais confortável.

- Onde comeu comida italiana? - ele pergunta, parando no farol.

- Com meus pais, ele levou e minha mãe no aniversário de casamento deles. Foi incrível - digo, entusiasmada.

- O seu pai parecia ser um homem bom e, sua mãe uma bela mulher. Já sabemos quem você puxou - ele diz e, sorri. Nunca havia parado para prestar atenção, ele é realmente muito bonito e, sabe ser simpático. Quando ele acelera com o carro, olho para a janela, e é quando vejo uma mulher loira passando. E é aí que me lembro. Ele namora!!

- Para o carro!! - grito para ele, que parece ficar assustado.

- Maria... - interrompo ele.

- Para, Mikael!! - grito de novo. O mesmo resolve encostar o carro e, me olha assustado.

O que aconteceu?! - ele pergunta.

- Me deixe sair do carro - digo, sem olha-lo.

- O que? Porque? - ele pergunta, sem entender e, quando estou prestes abrir a porta, ele ativa as trancas.

- Mikael... - digo, com um olhar de arrependimento.

- Você só vai sair, quando me disse o porquê disso!! - ele fala, com irritação.

- Você tem namorada, Mikael. Eu não posso fazer isso - digo, como se tivesse cometido um dos maiores pecados do mundo.

- Ah, aquela loira que estava no sofá - ele revira os olhos e, acelera o carro novamente – Carolina, não é nada minha, pode ficar tranquila - ele diz e, dá risada.