Capitulo 41 - Lina

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- Maria, você está no hospital, coma, por favor - imploro a Maria. Dois anos. Dois malditos anos haviam se passado e Mikael abandonara ela, nos abandonara. Perdemos contato com ele havia meses e meses, na pior das hipóteses, ele teria excluído nossos contatos. Mas eu não odiara por isso, e sim, dava graças a deus que tivesse pelo menos e decência de aparecer nas televisões, alegando que estava vivo, e muito bem com suas empresas multimilionárias.

- Não... eu não quero ele, quero que ele volte, volte para mim ele disse que voltaria, mais até agora... nada - ela diz sussurrando entre lágrimas. Maria foi internada a alguns meses com anemia, ficou uma semana em coma por falta de alimentação, sono e outras coisas que se ditas aqui, partiram seus corações. E depois que acordou, eram tão poucas palavras, que eu não conseguia nem puxar um 'oi, tudo bem'. Nunca deixávamos Maria ver televisão, porque em todos os canais falavam de Mikael e sua noiva, sua nova noiva.

- Ela já melhorou, querida? - ouço minha mãe falar e, entra no quarto. Os médicos disseram que ela precisaria comer, se não precisaria de tubo alimentício. Mas, se tem forças para ir ao banheiro, é porque come escondida. Fazia dois anos que minha avó estava em coma, minha mão não havia deixado desligarem as máquinas. Mas agora...

- Não come, não fala, ela só fala nele mamãe - digo, ficando com raiva. Maria era minha amiga, cunhada, confidente, ela era minha irmã. E mesmo que Mikael a tivesse deixado, ela nunca tinha tirado a aliança de seu dedo magro e pálido – Como ele fez isso com ela? Como? - digo e, saio do quarto, junto com ela. E quando tenho certeza de que ela não está ouvindo, eu digo - E ainda está noivo.

- Ela não vai melhorar sem ele, os médicos disseram que a consulta psiquiatra não teria sido nada boa. O trauma dela, é muita coisa.

- Trauma? Dois anos mamãe, dois malditos anos! Ela só queria vê-lo, só queria poder sentir seu toque, sentir que não foi abandonada. Quando ela mais precisou dele, ele fugiu igual um covarde.

- Ele está feliz, meu amor - ela diz, tocando meu rosto – A noiva dele merece.

- Se merece eu não sei. Mas não quero ver minha amiga, sofrendo, chorando, implorando para que ele volte. Ela merece ser feliz, muito mais feliz que todos nós juntos. Igual eu e Marcos - digo, derramando algumas lágrimas – Mas, como está a vovó? - pergunto, enxugando as lágrimas.

- Vamos desligar as maquinas, não tem mais esperança - ela diz, com a tristeza visível nos olhos – Ela não vai acordar, e não quero ela sofrendo.

- Não chora mamãe, eu, Marcos e Maria estamos aqui, e vamos passar por isso - digo, com firmeza.

- Minha querida, Maria. A pobrezinha só queria um emprego, e acabou assim, eu não desejaria isso a ninguém - minha mãe diz, e vem em meus braços.

Porque ir... Se Pode FicarWhere stories live. Discover now