41 • Borboletas no estômago

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Novembro, 2018 • Boston – MA Scarlett Johansson

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Novembro, 2018 • Boston – MA
Scarlett Johansson

Eu dormi bem, como há tempos não tinha conseguido dormir. O que me surpreendeu. Com a aparição de Romain, eu imaginei que ficaria tão preocupada com o fato dele estar atrás de mim, que isso resultaria em mais uma noite de insônia. Talvez o maravilhoso beijo de boa noite que tinha recebido do dono da casa, ou o fato de eu me sentir segura sabendo que Chris estava por perto.

Não lembro exatamente sobre o que sonhei, ou se sonhei com algo. Se sim, não me pareceu ruim, já que pesadelos me deixavam tensas durante as primeiras horas da manhã.

O frio de Boston se misturava com o aquecedor do quarto, e eu mal conseguia me lembrar que estava em outra cama quando permaneci enrolada no edredom, antes de parte do colchão afundar ao meu lado e sentir uma mão grande e quente tocar as minhas costas, com sutileza.

Tentei não me mexer com o seu toque. Sentir aquele leve carinho em minha pele, mesmo sobre o tecido da camisa emprestada, me causavam arrepios que eu queria continuar sentindo a longo prazo.

Não demorei muito para identificar o perfume amadeirado masculino e a respiração quente próxima ao meu rosto. Com cuidado, Chris inclinou sobre mim e beijou o canto da minha boca, não conseguindo evitar um sorriso.

— Hey — sua voz baixa rouca soou como veludo em meu ouvido.
— Hum... — me mantive de olhos fechados, enquanto Chris brincava com uma mecha do meu cabelo.
— Dormiu bem? — apenas murmurei um "uhum" — Tenho que ir na academia e levar o Dodger para passear. Vou deixar o alarme de segurança ligado, ok? — abri os olhos, encontrando Chris sentado na beirada na cama.
— Não precisa. Tenho que ir de qualquer forma — me sentei ainda sobre os edredons.
— São cinco horas, Scarly — o olhei, confusa.
— Você acorda cinco horas da manhã para malhar? — ele sorriu. Pude notar que estava com camisa de manga longa, calça moletom e tênis nos pés.
— É o único horário que tenho livre.
— Corajoso — encostei a cabeça na cabeceira, e me ousei a fechar os olhos novamente. Ainda tinha resquícios de sono — Quando voltar você me acorda?
— Pode deixar! — antes de levantar e sair do quarto, Chris depositou um beijo em minha testa e saiu do quarto.

Ouvi as patinhas de Dodger o acompanhando pelas escadas, e em seguida a porta da frente sendo fechada. Me permiti sentir o silêncio que invadiu a casa, onde nem parecia que eu ainda continuava em Boston. Chris morava um pouco afastado no centro, onde o tráfego não era tão intenso. Não demorei muito para retornar a qualidade de sono que tive essa noite.

Aos trinta e cinco anos, qualquer saída em dia de semana requeria preparo, principalmente com a rotina corrida que eu tinha no Racepoint. Me surpreendia que o Chris tinha força de vontade o suficiente para dormir tarde e acordar cedo para fazer exercícios físicos. Aquilo estava além da minha perspectiva. Eu só era digna de sair da cama às sete e meia, para chegar às nove na empresa.

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