58 • C de cueca e constrangimento

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2018, Novembro • Boston – MA Scarlett Johansson

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2018, Novembro • Boston – MA
Scarlett Johansson

O peso do braço de Chris esmagava o meu corpo sob o edredom. Não era algo que chegava a incomodar. Afinal, acordar ao lado dele era uma das minhas coisas favoritas.

A campainha tocou repentinamente no andar de baixo, nos surpreendendo, e logo os latidos de Dodger atravessaram a porta do quarto. Precisei olhar o relógio na mesa de cabeceira para confirmar o horário. 10h49min da manhã. Era sábado e não havia razão para sair cedo da cama. Ou receber visitas.

Chris resmungou atrás de mim, mas não ousou levantar. Apenas me apertou mais contra o seu corpo, ignorando o barulho persistente.

— Está esperando alguém? — murmurei.
— Não, e mesmo se tivesse, não sairia daqui.
— Eu vou lá embaixo ver — quando me atrevi a levantar, Christopher voltou a trazer meu corpo para a cama.
— Aonde pensa que vai assim, toda nua? — notei o sorriso malicioso em seu rosto.
— Chrissy... — ele depositou beijos em meu pescoço e um arrepio percorreu minha espinha. Precisei respirar fundo para não desistir de sair dali — Eu já volto.

Chris jogou o corpo na cama, derrotado por não conseguir me convencer a ficar. Vesti a sua camiseta branca que estava jogada no chão junto com a calcinha, e voltei para a cama, fitando Chris de olhos fechados.

Me inclinei sobre ele e selei nossos lábios rapidamente antes de sair do quarto, fazendo surgir um sorriso singelo de satisfação em seu rosto.

Corri até a porta, irritada com o barulho da campainha que não parava de ser tocada. Dodger me acompanhou, curioso e empolgado por alguém finalmente fazer companhia a ele.

Ao abrir a porta, arregalei os olhos ao encontrar meus pais na porta, com duas malas.

— Que demora! — Melanie reclamou — Ainda estava dormindo? — eles olharam para Dodger, surpresos com o cão, que cheirava os seus pés com o rabo balançando.
— A cara de pão amassado dela responde a sua pergunta, querida — papai acariciou a cabeça de Dodger, que se animou com o carinho — Essa é nova. Um cachorro?
— Não se esqueça que você não deixou que eles tivessem um — mamãe o lembrou das inúmeras tentativas frustradas dos filhos em ter um cachorro.
— Cinco crianças em casa e você queria que eu adotasse um cachorro? Só se fosse para nós enlouquecer de vez — eles entraram arrastando as poucas bagagens e eu continuei estática na porta, completamente surpresa com a aparição deles — Fecha essa porta, doida. Já entramos.

Engoli em seco e fechei a porta, observando meus pais brincarem com Dodger na sala de estar conjugada com a cozinha. Vaguei em minha memória algum detalhe que denunciava que eu tinha comentado algo sobre o meu "novo" endereço, mas nada foi encontrado.

Não era da minha intenção contar que eu estava, provisoriamente, na casa do Christopher. Afinal tínhamos decidido assumir o nosso relacionamento para nossos familiares no natal, quando todos se reuniriam no chalé em Mystic Lake para a ceia.

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