1 • Paciência por um fio

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Outubro, 2018 • Boston – MA Chris Evans

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Outubro, 2018Boston – MA
Chris Evans

Após um dia cansativo de trabalho, as pessoas apenas desejavam ir para casa, tomar um relaxante banho e deitar sobre os edredons de uma cama macia. Era o esperado depois de oito horas dentro de um escritório, com a cabeça tentando resolver problemas alheios, já que era a minha função como advogado.

Todavia, essa situação de conforto não era desejado por mim. Não hoje, quando a minha namorada, estava em minha residência, na expectativa de me convencer a seguir com um relacionamento que não tinha mais estatura para continuar.

Busquei a chave da minha casa em meu bolso e antes de levá-la a fechadura, Jenny abriu a porta. Respirei fundo antes de enfrentá-la mais uma vez.

— Boa noite, amor — ela me deu passagem para que eu pudesse entrar em minha própria residência.

Com passos firmes, desfiz o nó da minha gravata enquanto seguia até a cozinha em silêncio. Peguei a garrafa de água na porta da geladeira, esvaziando-a em largos goles e a colocando no interior da pia em seguida. Duas panelas estavam sobre o fogão e o cheiro de molho de tomate fez o meu estômago me lembrar que estava há quase quatro horas sem me alimentar. O dia havia sido corrido.

— Como foi o seu dia? — Jenny insistiu em puxar assunto, me fazendo respirar fundo.
— Onde está o Dodger? — perguntei, sendo breve.

Ao colocar a minha bolsa carteiro no sofá, meu olhar alcançou as cinco grandes malas ao pé da escada. As mesmas malas que eu disse a Jenny para não trazer, já que a mesma colocou na cabeça que queria morar comigo, mesmo eu sendo contra a sua ideia. Ela simplesmente fingia que não me escutava e agia pelas minhas costas. 

Sem pensar duas vezes, levei a minha mão à têmpora massageando-a na tentativa de prevenir a dor de cabeça que eu sentia que estava por vir. Era o que acontecia quando eu e Jenny discutíamos. Uma grande dor de cabeça.

— Essa é a sua única preocupação? — a vi cruzar os braços, sentada no sofá.
— O que significa isso? — perguntei sem conseguir direcionar o meu olhar para ela.
— Que você precisa organizar o seu closet — eu fechei os olhos na tentativa de resgatar toda a paciência que ainda me restava.
— Jenny... — respirei fundo — Eu vou subir para tomar banho, e quando eu descer, não quero ver nenhuma mala em minha sala.
— Chris, eu... — eu a interrompi.
— Eu vou tentar ser o mais claro possível para você, OK? — me virei em sua direção — Não iremos morar juntos!

Concentrei-me em subir degrau por degrau rumo ao meu quarto antes que eu explodisse e jogasse toda aquela bagagem pela janela. Minha paciência com Jenny estava por um fio e eu já não sabia mais o que fazer para desfazer a sua feição de cínica em todas as vezes que ela agia de modo contrário ao meu. Era como falar com a parede e depois receber tijolos na  cabeça.

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