54 • Saint Christopher

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Junho, 2002 – Cambridge, MA Christopher Evans

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Junho, 2002 – Cambridge, MA
Christopher Evans

Minha última prova antes das férias aconteceria  em dois dias e, para melhorar, eu teria que passar o dia do meu aniversário estudando. E como se não fosse o suficiente, Scarlett marcou um encontro comigo no terraço do meu dormitório, e simplesmente me deixou vinte e dois minutos esperando.

Ela sabia o quanto eu era pontual e repugnava atrasos, o que só mostrava que estava atrasada de propósito. Estresse era pouco para expressar o que eu sentia naquele momento. Nem mesmo a vista panorâmica de todo o campus de Harvard, conseguia reduzir o nível de cortisol em meu sangue.

A porta de ferro atrás de mim rangeu alto, devido ao ferrugem que a definhava, denunciando a chegada de alguém. Logo a imagem da ruiva de um metro e sessenta e três, entrou em meu campo de visão, desfilando pela na área aberta acimentada, com uma caixa na mão e o sorriso mais sínico do mundo.

— Eu deveria ter ido embora — cruzei os braços.
— Mas não foi — ela se pôs na ponta do pé e beijou a minha bochecha, quase sendo possível me desmonta, porém eu estava estressado demais para permitir — Que ranzinza. Sorri um pouco. Olha como o dia está lindo...   
— Você sabe que eu tenho que estudar, Scarlett.
— Tá, tá, eu sei, mas é o seu aniversario hoje, e eu quero passar um tempo com o meu melhor amigo — suspirei — Será que eu posso?

A ruivinha, que estava bem animada, esticou a caixa com o sorriso mais lindo do mundo, e foi ali que eu desmontei toda a pose de durão estressado pelo atraso da amiga. O que eram vinte minutos, não é?

Peguei a caixa de suas mãos e a abri, vislumbrando cupcakes decorados com o escudo do Capitão América, por ironia ao hallowen e ao apelido que ela sempre fazia questão de lembrar. Sorri ao perceber que ela tinha feito um por um, com todo carinho e cuidado, para mim.

— Você está ficando boa nisso — ela inclinou a cabeça, ainda sorrindo.
— Fiz especialmente para o dono da bundinha da América — revirei os olhos — Gostou?
— Óbvio que sim — beijei a sua mão — Obrigado por estar comigo.
— Sei que é mais difícil me aturar do que o contrário.
— Ainda bem que você sabe disso — nós rimos e ela logo parou, como se tivesse lembrado abruptamente de algo.
— Eu quase ia me esquecendo...

Scarlett abriu o zíper da jaqueta marrom que usava, deixando a vista da regata branca por cima da pele, e enfiou a mão em um bolso interno. Entre os seus dedos, uma corrente dourada chamou a minha atenção.

— Eu esqueci de embalar para presente — ela ergueu no ar a correntinha delicada e pude ver os detalhes do amuleto na ponta de baixo.

Saint Christopher.

— Eu sei que você não faz o estilo religioso. E convenhamos que eu também não faço. Mas eu ficaria feliz se tivesse um santo com o meu nome — ela sorriu — Eu já procurei, não tem — nós rimos.
— É lindo — deslizei o polegar pela superfície de ouro do pingente — Eu adorei.
— Vai usar?
— Óbvio.

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