65 • Quebrando a distancia

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Dezembro, 2018 • Boston – MA Chris Evans

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Dezembro, 2018 • Boston – MA
Chris Evans

Após avisar a todas as pessoas imagináveis e inimagináveis, todos ficaram eufóricos e emocionados ao serem informados da ótima notícia do dia. Scarlett finalmente tinha acordado.

O desespero e dor tinha passado tanto tempo instalado em meu peito que eu nem consegui perceber quando a sensação de alívio cobriu meus ombros enquanto observava a Scarlett com os olhos verdes-avelã finalmente abertos.

Ela se recusou a voltar a dormir após saber que seus pais e irmãos estavam a caminha do hospital, e mesmo que as enfermeiras insistissem em um repouso mais eficiente e prolongado, ninguém era digno de convencimento.

Nem mesmo eu. Afinal, tudo o que eu mais queria era continuar assistindo-a acordada.

— Eu devo me preocupar? — a voz de Scarly né desviou dos pensamentos.
— O quê?
— Você está sorrindo para a televisão, Chris, e eu tenho quase certeza que não é por causa da programação do telejornal. 

Aquilo me fez rir, como há um tempo eu não ria com tanta espontaneidade. Era o efeito dela em minha vida.

— Só estava pensando em algumas coisas.
— Em mim? — ela sorriu, quando nossos olhos se encontraram — Com certeza estava pensando em mim.
— Nem se eu conseguisse mentir. Deve estar estampado em minha cara.
— Definitivamente está — a ouvi suspirar.
— Algo está te incomodando?
— Só é horrível não consegui se mexer da mesma forma de antes. Me sinto... incapaz.
— Vai passar. Você ouviu os médicos. Fisioterapia e paciência, é só o que você precisa.
— A segunda opção não é muito a minha cara — resmungou, incomodada.
— Ei — sentei ao seu lado e segurei o queixo dela, para que seu rosto ficasse em frente do meu — Independente do tempo, eu vou estar com você. Sei que deve ser uma merda tudo isso, mas você não faz ideia do quanto estamos felizes por você estar viva.
— Eu também estou — Scarlett admitiu, com os olhos vidrados em mim — Eu tive medo.
— Eu também. 
— Não, Chris. Eu tive medo de não termos nossa chance. Passamos tanto tempo separados e quando tudo começa a se encaixar... — a interrompi.
— Não precisa mais ter medo.
— Eu deveria ter te escutado — a confusão se formou em minha face — Sobre não jantar com meus pais por causa da neve. Se eu tivesse ido direto para casa... — notei o lacrimejo em seus olhos, a culpa estampada no verde das suas íris — Talvez nada disso tivesse acontecido.
— Você não pode saber disso com cem porcento de certeza, my love. Romain já tinha isso nos planos, talvez de alguma forma, ele conseguisse te atingir.

Não tinha pensado naquela ideia antes de esclarecê-la. Era mais aterrorizante do que eu imaginava.

Engoliu em seco, tentando passar tranquilidade para ela, mas nitidamente falhei. Logo a condolência estava presente em seu rosto, juntamente com o seu sorriso.

𝐅𝐈𝐑𝐒𝐓 𝐋𝐎𝐕𝐄 | ✓ Where stories live. Discover now