32 • I won't hesitate

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Novembro, 2018 • Boston – MA Chris Evans

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Novembro, 2018 • Boston – MA
Chris Evans

Nosso voo para casa acabou atrasando uma hora devido à chuva intensa que caía em Boston, o que me fez ir ao banheiro trocar de roupa, antes que eu enlouquecesse com a gravata ao redor do meu pescoço. Scarlett estava no seu terceiro copo de café quando voltei a me sentar ao seu lado, na área de embarque.

— Se continuar assim, vai ficar sem dormir — ela riu fraco da minha preocupação.
— Nem se eu tomar todo o café do mundo, eu fico sem dormir.
— Eu vou lá falar com o agente — me levantei mas Scar segurou o meu pulso.
— De novo? Você já foi quatro vezes, Christopher! — tombei a minha cabeça para trás, voltando ao assento — Não vai mudar nada. Temos que esperar.
— Eu quero tanto a minha cama! — choraminguei.
— Acredite, eu também quero — lancei um olhar de provocação — Não! Não é isso! Eu quis dizer a minha cama! – gargalhei alto do seu nervosismo — Porra, Evans!
— Foi mal! — disse entre risos e notei as suas bochechas corarem — Com vergonha, Scarjo?
— Vai à merda! — Scar tentou esconder um sorriso, mas falhou.
— Você não me disse que Romain era famoso — suspirei.
— Era um dos males em ser casada com ele. Todas as vezes que eu o acompanhava em algum evento, beneficente ou privado, meu rosto parava em algum noticiário. Precisei parar de dar palestras porque acabou se tornando inoportuno.
— Você era professora? — perguntei, curioso.
— Não diria professora, mas algumas faculdades me procuravam para gerenciar alguns congressos e palestras.
— Como Karsten fala... pessoas importantes, tratamento diferenciado — Scar riu.
— Eu não diria isso. Acredito que o meu casamento tenha alavancado esses meus "minutos de fama". Não que eu goste deles, óbvio!
— Duvido. Você sempre foi boa no que se dedica. Romain foi só uma consequência — ela sorriu.
— Eu queria poder conseguir enxergar dessa maneira.
— Só cabe a você — apertei a sua coxa e a vi estremecer ao meu toque — Me desculpe, não quis...
— Não! Tudo bem, eu só... não sei! — um sorriso nervoso acompanhou uma mecha frouxa do seu cabelo que escapou do boné.
— Você vai devolver? — resolvi mudar de assunto.
— O quê?
— O meu boné — ela gargalhou. Eu sabia que ela não iria devolver. Scar nunca devolvia.
— Talvez. Sei que não vai fazer falta.
— Só para você ficar sabendo, é um dos meus favoritos.
— Uma pena, né! — usou o sarcasmo.

Nosso voo finalmente foi anunciado, nos fazendo levantar dos assentos e seguir com nossas malas de mão pelo corredor de embarque, que dava acesso ao avião. Encaixei nossa bagagem no armazenamento superior às poltronas e me acomodei ao lado de Scarlett, que olhava a tela do celular.

— Algum dia você imaginou que iríamos nos reencontrar?

Era óbvio que eu imaginava um reencontro. Desde quando me formei em Harvard. Eu andava por Boston e desejava me esbarrar com ela, ou com um dos seus irmãos, ou até mesmo os seus pais, nem que fosse para saber como ela estava.

Os primeiros meses sem Scarlett ao meu lado foram os piores. Mesmo namorando, eu senti falta da sua companhia, das suas risadas, brincadeiras e até mesmo das raras carícias. Algumas noites, ela invadiu os meus sonhos, com os seus olhos verdes e seus fios ruivos. Me recordo, como se fosse ontem, da frustração que me atingiu quando percebi que a minha consciência estava a esquecendo. Sua voz se tornou distante e até mesmo os sonhos cessaram.

𝐅𝐈𝐑𝐒𝐓 𝐋𝐎𝐕𝐄 | ✓ Where stories live. Discover now