50 • Evansson

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Nov, 2018 • Mystic Lakes, Medford – MA Chris Evans

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Nov, 2018 • Mystic Lakes, Medford – MA
Chris Evans

A sensação de finalmente tê-la em meus braços era a melhor de todas. Scarlett estava ali comigo, após uma noite em que eu NUNCA seria capaz de esquecer. Finalmente a mulher da minha vida estava comigo, após vinte anos. Se isso não era um sonho, eu poderia chamar de vitória.

O medo de ser apenas o sonho se esvaiu quando senti os seus braços ao meu redor, firmes, convictos de que eu não seria capaz de fugir do seu laço.

Eu não fugiria. Nunca mais.

Seu perfume de baunilha presente nos fios dourados do seu cabelo, dançavam em meu olfato. Sua cabeça, encaixada na linha da minha clavícula, seu corpo despido junto ao meu sob os edredons, seus dedos pequenos e delicados ao redor da minha cintura...

Eu me sentia a pessoa mais sortuda do mundo.

— Bom dia — ela murmurou, ainda com a cabeça em meu peitoral.
— Bom dia — beijei o topo da sua cabeça — Dormiu bem? — a senti sorrir.
— Como uma rainha — virei de frente para ela, ficando com os nossos rostos próximos.
— É o mínimo que você merece — selei os nossos lábios e a notei com os olhos fechados — O que foi?
— Isso tudo é tão bom — juntei ainda mais os nossos corpos.
— Você gosta?
— Eu amo — Scarlett depositou um beijo em meu peito.

E eu amo você, pensei.

— Eu sei que você está em uma situação difícil com o seu ex-marido, mas eu quero estar em sua vida.
— E você acha que eu sou capaz de te expulsar? — ela se apoiou no cotovelo — Eu quero você comigo — Scarlett beijou o canto da minha boca, me fazendo sorrir.
— Eu também quero.
— Então esqueça que eu tenho ex-marido — ri fraco, com a sua proposta — Só por uns dias.
— Tudo por você — a puxei para beija-la. Eu nunca me cansaria disso.
— É errado sentir raiva da vida? — a olhei, confuso com a pergunta — Vinte anos, Chris... — Scarly assumiu, após um longo período de carícias silenciosas, sob o edredom bagunçado.
— Eu também. Mas se tudo o que passamos foi para chegarmos até aqui, eu não ligo. Estou exatamente onde quero estar — seus olhos brilhavam.
— Mas nem sempre o passado passa, e eu desejei todos os dias que não passasse porque eu não queria te esquecer.
— E você conseguiu? — ela balançou a cabeça, negando — Isso o que importa para mim — a puxei novamente para deitá-la sobre mim. Nossos dedos brincavam sobre o meu peitoral despido e desejei acordar ao seu lado todos os dias — É extremamente lógica a ideia de que não se pode mudar o passado, mas, e o que você aprendeu com essa vivência? — a ouvi suspirar, concordando, sem precisar me interromper — Continuamos seguindo, mas muita das vezes nos pegamos sentindo algumas marcas que, indiretamente, proporcionaram uma grande influência em tudo o que fazemos. Muitas vezes eu pensei em usar a palavra infelizmente para a nossa história, mas não podia julgar o nosso processo como algo totalmente ruim. Somos humanos e está ok se permitir sentir, mas aprendi que é importante olhar para o passado com uma outra perspectiva, mesmo se arrependendo de algo que fez.
— Ou do que não fez — depositei um beijo carinhoso em sua testa a fazendo inclinar a cabeça para trás, atenta ao meu rosto.
— Lembra daquela história do copo pela metade que pode estar meio cheio ou meio vazio? — assentiu, concordando — Talvez seja a lógica perfeita. Antes, o que parecia ter sido a pior escolha: o sentimento escondido, a frase não dita, a ligação não feita ou qualquer outra coisa antes vista como ruim, hoje faz total sentido para mim. Sei que vai soar estranho eu afirmar que olhar para o passado não é algo ruim depois de passar vinte anos sem saber que você sentia o mesmo por mim, mas estamos em constante crescimento e acredito que olhar para alguma marca do meu passado, com uma nova visão sobre o que eu vivi ou deixei de viver, me ensinou muitas coisas e me ajudou a lidar com coisas que vieram a acontecer.
— Olhar para o passado não é querer mudar o feito. Olhar para o passado é buscar ressignificados — Scarly sorriu, e fiquei aliviado por ela ter entendido o meu ponto de vista.
— Merdas acontecem, e aconteceram. Somos a prova disso.
— A pior parte é precisar saber disto e estar preparado para quando elas chegam — admitiu, trazendo em memória as inúmeras crises de saudade que eu tive nos primeiros anos — Precisar saber que se estressar não vai ajudar, que chorar pode amenizar, que gritar pode te dissipar mas o certo é se aquietar, respirar e se acalmar até achar uma solução para o problema.
— Minha mãe sempre me lembrava que existe o tempo e que ele nos ajuda a consertar o que há de errado. Ele não vai consertar o erro por nós, ele vai apenas nos ajudar.
— Dona Lisa é uma mulher sábia — nós rimos — Mas confesso que não queria esperar vinte anos para isso.
— Eu também não, mas prefiro pensar que se estivéssemos juntos antes, poderíamos não ter dado certo.
— Você quer que dê certo? — perguntou, apoiada em seu cotovelo para observar o meu rosto, ansiosa pela resposta.
— Mais do que tudo.
— Então faremos dar certo — ela selou os nossos lábios, mordendo o meu inferior. Aquilo despertou uma onda de excitação pelo meu corpo. Logo já estava ereto — Parece que mais alguém acordou.
— Você nem faz ideia — fiquei por cima dela, acariciando a sua coxa, recebendo as suas pernas ao redor do meu corpo.
— Acho que estou com fome.
— Eu também estou — Scarlett gargalhou.
— Fome de comida, Christopher — beijei o seu pescoço, sentindo o seu corpo arquear — Mas acho que eu posso esperar.
— Boa garota.

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