PRIMEIRO AMOR | evansson
***Não se assustem com os +80 capítulos. Parte deles são referências de imagens e mídias sociais.
Enquanto Scarlett Johansson era uma cheerleader popular, sempre rodeada de pessoas e querida por todos, Christopher Evans era...
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Maio, 2002 • Cambridge – MA Scarlett Johansson
Sexta-feira finalmente tinha chegado, trazendo o alívio do fim de semana após dias úteis de estresse, cansaço e noites mal dormidas. Mas o fim do semestre estava cada vez mais próximo, indicando o curto prazo de estudos para as provas finais.
O clima da primavera em Cambridge sempre agradava a todos, principalmente as irmandades ao redor dos campus, que não davam a mínima para as notas e atividades extracurriculares. Suas festas absurdas nos fins de semana deixavam claro que haviam alunos loucos o suficiente para jogar o dinheiro dos pais fora.
Meu celular tinha bipado pela terceira vez, indicando que o meu parceiro já estava no nosso local marcado, a fim de fugir de todas as agitações de uma sexta-feira à noite. Eu, melhor do que ninguém, sabia que Christopher precisava relaxar. A ansiedade o maltratava mais do que qualquer outra pessoa que eu conhecia.
Mantendo os passos leves sobre o piso do corredor para sair de fininho, passei por debaixo da catraca da entrada do dormitório para passar despercebida pelas câmeras e caminhei sobre a grama aparada do campus de Administração e Contabilidade, com as mãos dentro do bolso frontal do moletom vermelho que eu roubei de Evans.
— Você já foi mais pontual — meu amigo estava embaixo da familiar árvore que não fazíamos ideia de qual espécie era. Não que nos preocupássemos com isso. — Não reclama — me encaixei entre as suas pernas enquanto ele me abraçava como um urso — Como foi a sua semana? — Um fiasco! — tentei segurar o riso — Não ri, Scarly! — Foi mal! — levantei as mãos em sinal de rendição, enquanto ele apoiava o seu queixo sobre o meu ombro — Eu passei a semana gritando com a Gwyneth e sua reforma louca no dormitório — Christopher riu — Estudar na biblioteca é horrível. — Ela conseguiu te vencer? — ele perguntou, surpreso. — Tecnicamente não, mas após a aula de Economia, minhas coisas estavam cobertas por lonas de plástico. — Essa reforma já terminou? — Evans se aconchegou no tronco atrás das suas costas, me mantendo encostada em seu peitoral. — Ela adiantou quando eu falei que iria mudar de quarto. — Falou? — indagou, irônico — Ou gritou? — Talvez eu tenha gritado — ele riu — Mas eu já estava para enlouquecer, Christopher! — Eu sei e te entendo, mas não consigo compreender. Para que reformar o quarto se iremos nos formar no ano que vem? — Não se pode questionar a Paltrow. — Tirando isso, está tudo bem? — ele perguntou, demonstrando preocupação. — Apenas a velha insônia. — Você precisa dormir. — Acha que não sei disso? — não conseguia ver o seu rosto, mas sabia que Chris estava revirando os olhos. — Tem falado com a sua família? — Apenas meus pais, Hunter e Vanessa. Christian está correndo com um filme e Adrian em Londres brincando de casinha — Chris riu — E você? — Falei com minha mãe hoje. Scott ficou de vir amanhã para me ver. Pediu para te chamar. A gente deve passar no Boston Burguer Company. — Só por quê eu falei que estava com vontade de comer hambúrguer, Evans? — ele riu. — Scott quer conhecer o lugar que você tanto fala. E ele deve vir com o namorado também, quer que eu o conheça. — Será que esse é pra valer? — perguntei. — Eu espero que sim. — E você? — perguntei, o fazendo resmungar.
O assunto 'namorada' de alguma forma sempre causou desconforto em Christopher, por mais que eu insistisse durante esses quatro anos que o conheço. Todas as tentativas de conseguir alguém para ele sempre foram falhas. Até Sebastian, que estava em Yale, o perturbava com a história de que ele terminaria a faculdade virgem, usando o argumento que lhe daria azar para a sua vida profissional.
Confesso que eu me sentia bem todas as vezes que ele desviava a conversa e dava desculpas escrupulosamente convincentes. Não conseguia imaginar outra mulher ocupando o meu lugar embaixo dessa árvore, entre os seus braços. Eu sabia que seria deixada de lado. É o que acontece com os amigos nos relacionamentos.
— Não começa, Johansson! — eu virei o meu corpo, para vê-lo. — Começo sim! — Chris cruzou os braços — Você comentou sobre uma colega da sua turma de Penal... — Só por que eu fiz um trabalho em dupla com ela, devo começar a namorá-la? — Namoro também é um trabalho em dupla — o vi tentando segurar o riso — Eu sei que as provas estão te deixando estressado, talvez conhecer alguém te distraia. — Me distrair das provas não é uma opção — ele disse, sendo breve — Você fala tanto de mim, mas também não a vejo saindo com ninguém do sexo oposto. — Eu saio com você, ué! — o vi respirar fundo. — Acho que 'melhor amigo' não entra para essa lista — nós rimos — Ninguém à vista? — respirei fundo. Ele não sabia realmente quem sempre esteve em minha mira, mas que eu nunca tive coragem de atirar. — Talvez tenha uma pessoa, mas não é como se me interessasse — dei de ombros. — Trabalho com nomes, Scarly. — Logan — menti — Turma de Estatística. — Nome de nerd — gargalhei com o seu comentário. Christopher ainda me imaginava como líder de torcida, ficando apenas com caras de alto padrão — O que foi? — Christopher não é nome de nerd? — Se é, pelo menos nunca me falaram isso — ele me abraçou novamente, de lado, e eu apoiei a minha cabeça sobre o seu ombro — Por que não investe? — Provas finais — usei a sua desculpa, o fazendo gargalhar — Acho melhor aceitarmos que vamos nos formar solteiros. — Você pelo menos vai devolver o meu casaco antes da formatura? — gargalhei. — Vai sonhando. — Droga! — disse, entre risos.
Eu seria uma louca em devolver aquele moletom. Era o mais próximo dele que eu tinha guardado para mim. Estar apaixonada pelo meu melhor amigo causava isso. O medo de perder tudo aquilo que conquistei, confiança, intimidade e carinho, era maior que qualquer declaração que eu pensei um dia fazer.
Todos esses anos o conhecendo, me fizeram aprender que Christopher não se dava bem com sentimentos. Demorei muito tempo para fazê-lo se acostumar com um simples abraço.
Os minutos com ele eram mais importantes do que qualquer sentimento que pudesse o distanciá-lo de mim. E por mais que me doesse, não tê-lo como eu o tinha em meus sonhos, a sua amizade passou a ser o suficiente.
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N/A ••• Teremos maratona no natal. Presentinho da mamãe aqui para vocês!