PRIMEIRO AMOR | evansson
***Não se assustem com os +80 capítulos. Parte deles são referências de imagens e mídias sociais.
Enquanto Scarlett Johansson era uma cheerleader popular, sempre rodeada de pessoas e querida por todos, Christopher Evans era...
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Abril, 2020 • Boston, MA Scarlett Johansson
O cansaço me acompanhou por todo o trajeto do edifício da Racepoint no centro comercial de Boston até o bairro residencial. As mãos tensas ao volante assim que virei a esquina, observando a casa de tinta cinza em que eu morava se aproximar a cada quilômetro percorrido.
O portão eletrônico da garagem foi aberto no momento em que acionei o controle remoto e estacionei o carro na vaga, ao lado da BMW de Chris, mas precisei de alguns instantes antes de criar coragem e adentrar em casa, aproveitando a escuridão e o silêncio naquele cômodo antes de lidar com um furacão de afazeres.
A dupla função de ser mãe e chefe do departamento de contabilidade de uma empresa com reconhecimento nacional se tornava cada vez mais difícil, principalmente quando um casal de gêmeos com apenas
sete meses me aguardavam ansiosamente para desfrutar dos meus seios inchados, doloridos e recheados de leite materno.
Chris obviamente dava todo o suporte que estava ao seu alcance. Era um pai maravilhoso e presente, mas ainda assim eu estava completamente exausta, afinal, os filhos eram dependentes da mãe até uma certa idade. Seria cruel demais querer adiantar o tempo para a parte que eles começam a andar?
Após respirar fundo, finalmente saí do veículo, reunindo os resquícios de energia que ainda estavam presentes em meu organismo.
O primeiro a me recepcionar – como fazia todos os dias – foi o Dodger, que tinha sido adestrado rigidamente para não latir com a chegada de pessoas conhecidas. Isso ajudava a manter o sono dos gêmeos sem interrupções e a minha sanidade mental em dia. O segundo foi o meu noivo-barra-marido, que deu o seu melhor sorriso ao me ver entrar na cozinha, mas tudo o que ele conseguiu em troca foi uma pequena curva em meus lábios. Nem sei se aquilo poderia ser considerado uma saudação decente.
— Scar? — Chris a chamou, seguindo atrás de mim enquanto eu me livrava do sobretudo — Está tudo bem?
— Uhrum... — disse quase como um resmungo enquanto abria a geladeira e alcançava a garrafa translúcida de água — Onde estão os gêmeos? — perguntei, observando o líquido transparente completar o copo de vidro sobre a ilha da cozinha para depois bebê-lo em poucos goles.
— Estão dormindo — ele me respondeu, balançando a babá eletrônica. Aquilo me fez estreitar os olhos.
Charlie e Ben nunca estavam dormindo quando eu chegava em casa.
— Dormindo? — Chris assentiu.
— Dei um pouco do leite que você tirou pela manhã e eles apagaram.
