48 • Hot and Cold [part. I]

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Nov, 2018 • Mystic Lakes, Medford – MA Scarlett Johansson

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Nov, 2018 • Mystic Lakes, Medford – MA
Scarlett Johansson

Pela mistura de bebidas alcoólicas no dia anterior, eu imaginei que acordaria com a cabeça dolorida, mas por algum motivo, não estava. Levantei da cama, buscando o relógio digital com letreiros brancos. Eram 7h21min.

Mesmo no sábado, eu acordava mais cedo do que o necessário.

Após lavar o rosto e escovar os dentes, calcei as minhas pantufas ao sentir o incômodo do piso de madeira gelado mesmo com o aquecedor ligado, decidida a preparar o café da manhã, imaginando que todos iriam procrastinar na cama. Meus olhos acompanharam a mulher que dormia ao meu lado na cama, afundada no edredom, até alcançar o pote laranja de remédio com um copo d'água, sobre a mesa de cabeceira.

Aspirina. Foi inevitável não sorrir.

Pelas enormes janelas do andar inferior, notei que o tempo melhorara e talvez até rolaria um sol no início da tarde, mas não se podia julgar o clima pela aparência. Não no outono em Massachusetts.

Bati alguns ovos na frigideira, coloquei duas torradas na sanduicheira e água na cafeteira, decidindo comer do lado de fora, enquanto checava a caixa de e-mails da empresa. O ar livre e o som dos pássaros eram uma ótima companhia para o café da manhã, mas estranhei latidos ao longe.

A porta da varanda estava aberta quando saí.

Dodger havia fugido?

Me levantei em um pulo para tentar enxergar a pelagem laranja entre o amarelo do outono, sentindo as mãos suarem frio ao imaginar o cão do meu amigo perdido por Mystic Lakes. Entretanto, o alívio foi imediato, quando enxerguei Chris logo atrás de Dodger, subindo pelo caminho de pedras em direção do chalé, com as mãos no bolso com o seu velho boné da NASA na cabeça.

— Bom dia — disse, assim ele voltou para a varanda.
— Bom dia — sorri, voltando a me sentar e Dodger latiu — Bom dia para você também, grandão — o acariciei — Já comeu?
— Não. Fui levar Dodger para dar uma volta. Hunter nos expulsou do quarto — ri fraco.
— Tem ovos na frigideira, mas não sei se é o suficiente para o teu... porte — brinquei, o fazendo sorrir — Porém tem mais na geladeira. Café já tá pronto na cafeteira e pães para torrada ao lado da sanduicheira.
— Pode dar uma olhada no Dodger para mim? — assenti, vendo o cão se aninhar em meus pés.

O observei adentrar em casa, e pude passear os meus olhos pelas suas costas definidas sob a camisa branca, justa em seu corpo musculoso. Chrissy tinha se tornado um armário de tão robusto, o que era impossível não chamar a minha atenção, principalmente quando os meus olhos caíram sobre o volume abaixo da curva da sua lombar, definida pela calça de moletom azul-marinho.

A "bunda da América" continuava ali.
Oh meu Deus! Eu estava olhando para a bunda de Christopher?
Estava.
E que bumbum!

— Parece que o tempo vai melhorar —  Chris voltou com a sua torrada e caneca preenchida em uma mão, e a vasilha de ração de Dodger na outra, colocando-a no chão para o mesmo. 
— Hunter vai adorar. Ele quer fazer fogueira mais tarde.
— Sebastian vai surtar. Ontem ele contou mil suposições do que pode acontecer em um chalé no meio de uma reserva a noite — nós rimos — Ele checou todas as portas e janelas umas três vezes antes de dormir.
— Pelo menos não preciso me preocupar com isso — Chris mordeu a sua torrada enquanto se sentava e colocou os meus pés, em cima do seu colo, que antes situavam-se sobre a cadeira que agora ele estava.
— Aqui está exatamente igual há quinze anos atrás. É como voltar no tempo.
— Aproveite, porque Vanessa me convenceu a redecorar.
—  Ainda não consegue dizer não a ela?
— E quem consegue? — o vi parar para pensar, mas logo riu baixo em seguida, concordando com a minha pergunta. 
— Eu iria dizer Karsten, mas ele é o primeiro da fila que não sabe dizer não — rimos novamente — Por que acordou tão cedo?
— Relógio biológico? — respondi incerta — Não sei mais acordar depois das oito — Chris fez um carinho despreocupado no dorso do meu pé. Levei a caneca de café à boca para esconder um sorriso.
— Sei bem como é. Preciso estar muito bêbado para capotar por muitas horas seguidas.
— Obrigada pela aspirina — lembrei do remédio ao lado da cabeceira.
— Como sabe que fui eu? — o olhei, como se fosse óbvio — Achei que depois da dancinha sensual, você fosse precisar — coloquei a mão no rosto, envergonhada, lembrando do descontrole da noite anterior — Só está um pouco enferrujada — bati em seu braço — Mas a mão continua pesada.
— Não precisei, para a sua opinião. Café foi o suficiente.
— Brie deve precisar então.
— Pode ter certeza — admiti, o vendo sorrir com a caneca entre os lábios.

𝐅𝐈𝐑𝐒𝐓 𝐋𝐎𝐕𝐄 | ✓ Where stories live. Discover now