40 • Eu não acredito nisso!

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Janeiro, 2003 • Cambridge – MA Christopher Evans

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Janeiro, 2003 • Cambridge – MA
Christopher Evans

Estava muito frio em Cambridge, mas ainda assim eu tinha acordado cedo, graças a insistência de Scarlett. Ela queria que eu a levasse em algum lugar, e sempre era impossível lhe negar algo. Bastava ela falar "por mim", que eu já estava latindo, igual um cãozinho querendo biscoito.

O aquecedor do antigo Ford Ranger STX do meu pai já estava saturado de estar no máximo, à espera da ruivinha, que por tradição, estava atrasada.

Sim, ela se atrasava até quando pedia um favor.

— Eu quero saber porque diabos você pediu para eu te dar uma carona se seu carro está logo ali — resmunguei assim que Scarlett entrou no carro.
— Bom dia, Christopher. Tudo bem? Dormiu bem? — revirei os olhos e girei a chave na ignição — Odeio dirigir na neve, e você sabe disso.
— Preciso saber para onde vamos.
— 36, Prospect Street.
— Esse lugar não tem nome? — ela colocou o cinto de segurança enquanto eu dava partida na caminhonete.
— Surpresa.

O que ela estava aprontando?

— Scarlett?
— O quê? — ela me olhou, sonsa.
— O que você está aprontando?
— Eu? Nada, ué! — a vi sorrir, irônica.
— Você acha que consegue me enganar?
— Acho? Eu tenho certeza disso, Chris! — apertei a região do seu joelho, onde ela sentia cócegas, se encolhendo em seguida com o toque — Eu já mandei você nunca mais fazer isso!
— E alguma vez eu já te ouvi? — ela cruzou os braços e colocou os pés sobre o porta-luvas — Pode tirar os pés daí.
— Se eu te contar para onde estamos indo, eu posso deixar o pé aqui?
— Não — seus pés voltaram para o carpete do carro.
— Então não vou contar.
— Não faz mal. Irei saber em alguns minutos da mesma forma.
— Ok — seu olhar estava sobre a janela, mas ela sabia o quanto eu era curioso. Não aguentaria ficar sem saber até chegarmos ao destino.
— Scar...
— Não vou contar — bufei, aborrecido.
— Eu não acredito que você não vai me contar o motivo de eu ter acordado às sete horas da manhã em um sábado. Eu poderia estar dormindo, ou estudando.
— Para de chorar, Evans. Você já vai saber.
— Eu não choro.
— Tá bom... — seu tom saiu sarcástico.
— Você fala como se já tivesse me visto chorar.
— Não disse nada.
— Eu nunca chorei em sua frente.
— Então admite que chora? — a olhei, incrédulo. Como ela conseguia me fazer admitir as coisas sem esforços?
— Eu te odeio! — murmurei. Scarlett gargalhou, convicta do que tinha criado.
— Você me ama!
— Será? — brinquei.

Sim, amo, mais do que deveria!

— Você se lembra quando falamos uma vez que seria legal eternizar algo que amamos?
— Sim... — perguntei, desconfiado.
— Então...

𝐅𝐈𝐑𝐒𝐓 𝐋𝐎𝐕𝐄 | ✓ Where stories live. Discover now