3 • 1825 dias

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Setembro, 2018 • Nova York – NYScarlett Johansson

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Setembro, 2018Nova York – NY
Scarlett Johansson

Fazia trinta minutos que eu olhava para a foto em meu celular. Uma foto que eu recebi por SMS de um número desconhecido. Eu não tinha reações humanas há trinta minutos, e ainda assim não sabia o que fazer nas próximas horas. OK, eu sabia que o meu casamento estava arruinado, que eu não seria mais capaz de continuar com aquilo após terem jogado a merda no ventilador. Eu nem sabia se agradecia ou repugnava o anônimo que abriu o jogo sobre o homem com quem eu dormi durante cinco anos da minha vida.

1825 dias da minha vida jogados no lixo.

Eu podia sentir as batidas do meu coração pressionando sob os meus ouvidos, e pensei que talvez fosse um ataque cardíaco. Desejei que não fosse. Não seria muito bom ter um problema do coração aos 35 anos de idade. Eu conseguia ouvir a voz de minha mãe em meu subconsciente após me alertar de todas as besteiras que comi nos finais de semana, e de Hunter preocupado em como aquilo também poderia o atingir por ser o meu gêmeo.

Ele conseguia ser dramático quando queria.

O relatório do fechamento mensal estava atrasado e o meu chefe provavelmente teria um motivo para me demitir. O que melhoraria (ironicamente) a minha situação. Desempregada e traída. Era tudo o que eu (não) precisava.

Bloqueei a tela do meu celular e respirei fundo várias vezes para espantar aquele aperto no peito que me atingia. Ao concentrar toda a força que alcancei em minhas pernas, levantei da minha divisória e andei no meio de todas as outras, procurando ser a mais imparcial possível. Eu realmente não precisava que a minha vida virasse fofoca entre Jennifer e Courtney, que também eram do departamento de contabilidade, porém com cargos inferiores.

Mesmo com o banheiro sendo compartilhado com o andar, o tranquei me permitindo alguns momentos sozinha. Foquei em minha imagem destroçada no reflexo do espelho, procurando entender porque Romain tinha feito isso comigo.

Aquilo estava me destruindo.

Voltei a respirar fundo ao sentir um soluço de choro querer se esvair da minha garganta.

— Não! — disse para a minha própria imagem —  Você não irá chorar aqui!

Peguei o meu celular no bolso traseiro da minha calça social e disquei rapidamente o seu número, já que o sabia de cor. No terceiro toque, como de costume, ele atendeu.

Oi, querida! — sua voz soou calma do outro lado da linha e desejei matá-lo por sua falsidade.
— Oi, amor — uma ânsia me atingiu — Infelizmente chegarei tarde hoje.
Sério? — notei uma pontada de alegria em sua voz e me odiei por não perceber que estava sendo enganada — Você quer que eu te busque?
— Não, eu pego um táxi. Devo sair por volta das 20 horas. Final de mês, sabe como é!
Tudo bem então. Qualquer coisa, só me ligar, OK? Eu te amo — respirei fundo para evitar chorar.
— Eu também — minha voz saiu falhada e precisei finalizar a ligação antes que ele percebesse algo de errado. 

E foi ingenuidade da minha parte achar que a foto seria a única forma de me destruir.

Nosso apartamento estava sobre a meia-luz, indicando o pouco movimento no primeiro cômodo após a porta. Como de costume, deixei as chaves sobre o aparador no hall de entrada, e tirei os saltos ao notar duas taças de vinhos vazias sobre a mesa de centro da sala e um vinho recém aberto. O vinho que havíamos comprado em nossa viagem para São Francisco.

Um calafrio me atingiu ao ouvir vozes vindo da nossa suíte, e uma fúria me possuiu quando abri a porta e os encontrei despidos, um sobre o outro, em minha cama.

Em nossa cama. Na cama em que dormimos por cinco anos.

— Scarlett?! — Romain exclamou surpreso ao me encontrar antes do horário que eu havia dito. A loira ao seu lado, se escondeu entre os lençóis.
— Vai perguntar o que estou fazendo aqui em MINHA casa ou vai tentar explicar porque tem uma mulher na MINHA cama? — disse, irônica, e ele ficou em silêncio. Caminhei firmemente até o lado da cama em que eu dormia e que a vagabunda estava — Na hora de foder com um homem casado você não teve vergonha, não é? — puxei o lençol e minha boca foi ao chão ao ver Jennifer na cama com o meu marido — Você?

Meus pés cambalearam para trás ao encontrar a estagiaria do departamento de contabilidade em minha cama. Detalhe: ela era dez anos mais nova do que eu. Esse tempo todo, ela fazia chacota comigo porque estava transando com o meu marido. Provavelmente eles riam juntos de mim enquanto eu passava horas me matando naquela empresa.

Do nada, o meu mundo parou e a ficha caiu totalmente ao lembrar dos boatos de que ela estava grávida.

— É se-seu? — a minha voz saiu falhada e não pude segurar mais as lágrimas.
— Scar...
— Me responde, caralho! — eu explodi — O filho dela é seu? — ele assentiu e mais lágrimas rolavam sobre as maçãs do meu rosto.
— Eu sinto muito! — ele disse, com a voz baixa.
— Quanto tempo vocês estão... ? — deixei a frase incompleta e observei ambos se entre olharem.
— Desde a confraternização de Natal.

Jennifer apenas disse isso e eu fui capaz de reunir toda a fúria e rancor que estava sentindo naquele momento para andar até Romain e deferir dois belos e sincronizados tapas em seu rosto, um em cada lado da face, antes de pegar os meus principais pertences, um casaco e sair daquele apartamento, desejando que ele explodisse com aqueles amantes miseráveis.

Há quase um ano eles estão usando a minha cama para o covil daquela merda toda. Um ano que eu venho sendo enganada e enxotada a fazer o papel de mulherzinha. Um ano que ele foi covarde o suficiente para me trair ao invés de pedir o divórcio.

Em meio às lágrimas, caminhei pelas ruas de Nova York e agradeci por estar na cidade que nunca dorme. As telonas brilhantes e reluzentes da Times Square mal tiveram a minha atenção quando me sentei em um dos degraus da escadaria vermelha, esquecendo de todo o mundo ao meu redor. Eu chorava ao ponto de soluçar e assustar algumas pessoas que estavam próximos a mim. Notei o olhar curiosos dos turistas, tentando entender porque havia alguém chorando diante a beleza dos arranha-céus e luzes chamativas da 42th Street com a 47th Street, mas eu sinceramente não estava me importando.

Nada, naquele momento, importava para mim.

Olhei mais uma vez a foto na tela do meu celular, antes de digitar a sequência de número que passei a vida toda discando. No segundo toque, a pessoa atendeu.

Alô?
— Brie? — segurei um soluço para conseguir falar e foi o suficiente para ela enlouquecer do outro lado da linha.
O QUE ACONTECEU? — voltei a chorar — SCARLETT INGRID JOHANSSON! O QUE HOUVE? — Brianne berrava do outro lado da linha.
— Eu preciso de você, amiga.

— Eu preciso de você, amiga

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𝐅𝐈𝐑𝐒𝐓 𝐋𝐎𝐕𝐄 | ✓ Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz