13 • Encontro da turma

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Outubro, 2018 • Boston – MA Scarlett Johansson

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Outubro, 2018 • Boston – MA
Scarlett Johansson

Eu já havia trocado três vezes de roupa na intenção de decidir qual me deixaria melhor para uma sexta-feira à noite, mas a insatisfação refletida no espelho deixava claro que eu não estava bem. Como eu pretendia encontrar pessoas que me conheciam nesse estado?

Decidi parar de procrastinar e escolher uma das peças que tinha selecionado com antecedência, mas o relógio já denunciava que eu iria chegar após o horário marcado. Como o bar era próximo do prédio onde eu morava, decidi ir a pé, então acrescentei um par de luvas e um sobretudo na vestimenta.

Uma ansiedade me atingiu ao ver o letreiro azul neon do bar que marcou o meu High School. Do lado de forania era possível ouvir a música dos anos 90, e se não fosse pelo frio, eu ainda ficaria ali por alguns minutos, soberba a lembranças, porém estava realmente impossível.

O velho sino sobre a porta soou quando eu entrei. Como de costume, tirei todas as peças de frio, guardando as luvas nos bolsos do sobretudo, que ficou em minhas mãos. Precisei trabalhar os neurônios para lembrar o nome de algumas pessoas que se deram ao prazer de me cumprimentar, como se eu fosse uma artista. Se bem que, no colégio, eu realmente era, mas quando se passam vinte anos, esse status deixa de ser proeminente.

Observei o local e o defini como imutável. Estava exatamente como da última vez que vim aqui, há vinte anos atrás. Infelizmente, após me formar, não tive muito tempo para me embriagar nesse local tão confortável.

Ao decidir pegar uma bebida no bar antes de procurar por Brie e Zoe, reconheci um homem que há muito tempo eu não via. Agora com uma barba desenhada, roupas de grife e expressões do tempo em seu rosto, Downey parecia bem menos marrento do que um dia fora, aos seus dezoito anos. Era surpreendente de ver, parecia que eu havia sido congelada e me acordaram tempos depois.

Minha respiração descompassou quando eu consegui identificar a pessoa que lhe fazia companhia no balcão do bar. Senti como se as forças em minhas pernas tivessem se esvaído. Eu podia ouvir claramente as batidas do meu coração pressionando em meus tímpanos e os dedos começando a suar frio, como se o aquecedor interno não estivesse funcionando.

Christopher estava ali, quinze anos depois, com o cabelo mais escuro e bem penteado para trás, uma barba decorando o seu rosto e com músculos delineados pelo seu corpo que eu nunca imaginei que poderiam existir. Tantos músculos que o seu suéter de cor preta ficava justo em seu corpo. Ele estava há alguns metros de mim e eu não sabia como reagir, até uma ideia me surgir.

— Eu realmente não estou a fim de ser presa por quebrar o seu outro ombro, Downey.

Em um modo automático, Chris virou o seu corpo para trás, a fim de checar quem havia se intrometido em sua conversa, pudendo ver com clareza quando o espanto alcançou o seu rosto, provavelmente não esperando a minha presença ali.

𝐅𝐈𝐑𝐒𝐓 𝐋𝐎𝐕𝐄 | ✓ Where stories live. Discover now