40- Armas ao Alto!

243 30 89
                                    

Cristal

A manhã veio nebulosa, o vento açoitava as janelas de forma impiedosa, todos estávamos debaixo de espessos cobertores de peles, e mesmo assim o frio se fazia presente só de olhar os tons lúgubres que acentuavam a nevasca fina que uivava contra o chalé. Eu revirava na cama agradecendo por estar longe do frio quando uma sineta tocou lá fora.

_Vamos. _uma voz me acordou do meu sono leve com um sobressalto.

O chalé só possuía um quarto, no entanto era amplo, ele dividia o segundo andar apenas com o banheiro. As parte que ficava as camas dos meninos era separada da parte que ficava a cama minha e de Natasha por uma divisória, no entanto cada um de nós possuía seu próprio guarda roupa. Percebi que a voz só podia ser do Peter, apesar de que ela estava com um tom afobado.

_Acordem logo e vamos, já é problema suficiente termos brigado ontem, atrasar é ruim.... _a voz estava mais firme.

Eu ronronei agarrando o cobertor mais forte, cobri a cabeça e fechei os olhos. Nem pensar que eu iria deixar aquele cobertor para ir para a neve.

_Que saco, esse povo nunca ouviu falar que precisamos ter oito horas de sono para funcionar bem? _Natasha começou a esfregar os olhos.

_Dormimos umas nove Nat_ Pude ouvir Peter falando.

_Impossível. _ela se espreguiçava. _eu aguentava dormir mais nove, estou com muita preguiça.

Natasha saltou da cama, estava a observando por uma fresta do meu cobertor. Ela olhou pra mim a espionando. _Levante-se patricinha, ou o senhor do tempo Peter irá nos acusar de fazê-lo chegar atrasado! _fez uma careta engraçada pra mim e se dirigiu ao seu guarda roupa.

Bem, depois dos meus primeiros dias turbulentos eu tentaria andar na linha de agora em diante. Pulei da cama de uma vez para evitar mudar de ideia. De jeito nenhum ia tomar banho naquele frio matutino, deveria ser no máximo 6 da manhã. Eu apenas coloquei mais um agasalho sobre os que já estava usando, depois me cobri com uma espessa capa de pele que era macia e confortável ao toque.

Natasha havia colocado uma fina cota de malha e depois colocado roupas mais espessas por cima e se munido de uma capa cinza.

Ao sair do ambiente privado vimos Peter totalmente vestido em tons de cinza escuro e claro. Tyler estava sentado na cama vestido, totalmente rabugento e com a cara amassada de sono...e que coisa ele era.... Bem, esquece, digamos apenas que se eu não fosse amiga dele teria ficado bem mais chocada e tentada a chegar mais perto.

_Vamos logo! _Peter disse esfregando os olhos.

_Eu ainda nem escovei os dentes. _ eu protestei.

_Ninguém vai ficar sentindo seu hálito doçura. _Natasha disse com escárnio. _vamos de uma vez.

_A que horas precisamos nos apresentar, e onde vamos? _Tyler perguntou.

_Devemos estar as seis no campo de treinamento, vamos receber nossas armas. _Peter disse levantando as sobrancelhas, como se isso fosse óbvio.

_E como sabe disso Pet? _Natasha perguntou o observando.

_Alguém mais aqui leu o quadro de avisos na sala do chalé? _Peter disse indignado.

Eu nem ao menos sabia que tinha algum quadro de avisos na sala, então olhei embasbacada. Tyler e Natasha também imitaram meu olhar.

Peter começou a andar decidido pra sala, nós o seguimos. Ele como um professor explicando matérias apontou de maneira enérgica para um pequeno quadro, que até então eu estava alheia quanto a sua existência, ele gesticulou.

A Ordem Da LuaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora