42- A Angústia de Natasha

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_Bem Crys, acho que pode ser positivo. _ela fez uma longa pausa. _Meu pai era um letrado, sabe, ele gostava de tudo bem organizado, e também era super inteligente e charmoso _parou por um tempo pensativa _pelo menos é isso que dizem. Minha mãe era uma guerreira, e ela era demais! _os olhos de Natasha brilharam orgulhosamente em falar da mãe _ela era de uma geração mais antiga do que a dos seus pais, ela teria uns 70 hoje em dia. _uou, bem essas coisas de não saber que idade alguém podia ter era esquisito. _mas bem, ela não encontrou o amor tão rápido quanto seus pais, ela tinha uns 53 anos quando se casou com meu pai. Ela deve ter começado a namorar meu pai mais ou menos na mesma época que seus pais começaram a namorar, não sei, nós somos da mesma idade, então pode ser. _Natasha umedeceu os lábios com a língua de forma nervosa. _Bem, eles se casaram, e um ano depois eu nasci. Mas eu lembro da minha mãe vagamente, tinha apenas uns 5 anos quando ela morreu. _o tom dela era triste.

_Oh, Nat, eu lamento! _me senti triste por ela, eu não era a única a perder a mãe, e se no meu caso esse fato já doía, imagine no caso dela e do Peter, eles mesmo que de forma tenra conheceram a mãe, e depois a perderam prematuramente. _foi uma missão como no caso da mãe do Peter?

_Não, meu pai a Matou.

Eu fiquei gelada, assim como as palavras da Natasha, não conseguia encontrar palavras, mas não precisou, Natasha continuou o seu relato.

_Ele era um bom letrado no começo, mas isso subiu a sua cabeça. Ele queria dominar todo tipo de conhecimento, e não apenas conhecer, mas pôr em prática. _ela suspirou pesadamente. _mas tem certos conhecimentos que não são para todos, os dos místicos por exemplo. _Natasha me olhou tristemente. _Meu pai tentou realizar um ritual, algo proibido para as castas letrada e guerreira.

_Vocês não podem nem tentar? _perguntei em um fio de voz.

_Não, mas mesmo que tentemos, a única coisa que normalmente acontece é justamente não acontecer nada, não temos sangue místico, não conseguimos manipular coisas mágicas.

_Então o que houve?

_Meu pai não fez um simples feitiço, fez algo proibido. Ele roubou um livro de magia negra da cidadela, ele ia ser catalogado e posto em segurança, mas antes disso meu pai deu um jeito de o tirar dali. Ele iria fazer um feitiço que alterava sua marca, que pudesse o dar um traço místico também. Uma loucura.

_Isso é possível? _estava atônita.

_Crys, isso é algo completamente horrível _Natasha estava sombria _esse tipo de feitiço geralmente é fatal, foram criadas por feiticeiras exiladas ou mortas pela ordem por se tornarem malignas. Os livros criados por elas são proibidos, por que ou seus feitiços matam quem tentar os fazer, ou os tornam em algo macabro. _ela balançou a cabeça. Meio triste, meio irada. _mesmo por uma mística aquilo seria fatal ou acabaria em algo ruim, aquilo era feito por feiticeiras, não por pessoas com apenas traço místico, imagine então um letrado tentar?

_O que houve? _perguntei hesitante.

_Ele estava decidido a tentar, ele se achava bom demais, o orgulho subiu a sua cabeça, ele queria ser o primeiro a ter duas marcas da ordem, o primeiro homem com traço místico! Ele achava que o seu conhecimento faria isso ser viável. _ela parou triste. _ele esperou minha mãe sair de casa para receber ordens de uma nova missão na cidadela, então ele começou o feitiço as margens da floresta, nos fundos da nossa casa. Mas o que ele não esperava era que minha mãe voltou para casa, tinha esquecido algo, ou uma coisa assim. _Natasha olhava as copas das árvores cobertas de neve de uma forma vidrada. _o feitiço obviamente saiu do controle. Minha mãe escutou o barulho no local, correu pra lá. Meu pai estava no meio do círculo do ritual do feitiço, preso. Ela correu para ele, se jogou contra ele o arremessando para fora do círculo, mas ela não conseguiu sair a tempo, ela foi atingida pelo que meu pai havia invocado.

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