55 - Lago Pukaki

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Eu me considerava uma pessoa muito pacífica, odiava confusões e discussões

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Eu me considerava uma pessoa muito pacífica, odiava confusões e discussões. O fato de estar desestabilizado emocionalmente me deixava desarmado e com a probabilidade de tomar atitudes que eu não tomaria caso estivesse em sã consciência. Por isso eu buscava ao máximo dialogar, afinal, a anatomia e a natureza do homem lhe permitia isso. Estaríamos no grupo de animais irracionais caso não pensássemos e conversássemos, então por que brigar quando se havia a possibilidade de resolver as nossas próprias divergências de uma forma mais civilizada? É claro, porém, que haviam algumas exceções e a raiva poderia deixar qualquer um cego. 

Tane Rupp era uma das pessoas que brincavam com o meu lado não-pacífico, ele realmente foi alguém que não precisou se esforçar muito para me deixar incomodado. Eu precisei de muita calma para agir civilizadamente, mas era muito complicado quando se tratava dele. Melissa e ele eram amigos desde a faculdade, mas, pelo que eu soube, Rupp afirmou que gostava dela de uma forma diferente. Eu não sei o que aconteceu, mas ele resolveu finalmente compartilhar dos seus verdadeiros sentimentos com ela depois de tanto tempo, uma oportunidade que ele teve quando Melissa voltou para a Nova Zelândia sem estar casada com ninguém.

Eu nem ficaria tão irritado com ele caso o sujeito não tivesse sido tão atrevido a ponto de se meter na vida da Melissa de uma forma tão infantil e idiota. Ele simplesmente mentiu e usou o celular dela para me excluir, como se tivesse aquele direito. Melissa e eu ficamos sem nos falar, pensando em várias coisas que nos deixavam tristes e com medo, e isto por causa dele. Sua atitude foi tão insolente, que eu poderia atacá-lo caso o visse na minha frente. 

O problema nem era o sujeito gostar dela, afinal, como eu poderia culpar alguém de se apaixonar por Melissa? O impasse era que eu tinha quase certeza de que ele tentaria alguma coisa com ela, mesmo sabendo que ela estava comigo. O tal Rupp foi muito desagradável e desnecessário quando nos conhecemos, provavelmente achando que Melissa gostava dele também pelo fato dos dois terem trocados beijos enquanto eu estava ausente. Eu não culpava Melissa pelo ato, afinal, ela pensou que não nos veríamos mais, que eu tinha desistido de tudo. E pensou isso por causa de Tane Rupp, que a enganou descaradamente.

Não demorou nem dois dias completos depois que Melissa e eu tínhamos chegado na Nova Zelândia para que ele procurasse por ela. Já estávamos na casa dela, eu tinha levado as minhas malas e guardado as minhas coisas no guarda-roupas. Eu já me sentia em casa, na verdade, e nem teria problemas para me acostumar com o local, apenas com a questão do trabalho, que eu precisava resolver com o Sr. Muller. Se familiarizar com as rodovias, trânsito e horário é que seria o problema.

Melissa recebeu muitas visitas na primeira semana em que estive com ela. Todos os seus amigos eram bem extrovertidos, sorridentes e gostavam bastante de conversar. Ela saía todas as manhãs para ir até a ONG de animais abandonados e que sofriam maus-tratos, pois fazia parte dos colaboradores. Melissa tinha tantos compromissos, que parecia que ela tinha uma outra Melissa escondida no porão, já que conseguia fazer várias coisas ao mesmo tempo. Suas idas presenciais às convenções tinham parado por causa de todo o escândalo com a minha família, mas ela continuava participando. 

a new life • hs | book 2 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora