O mês de agosto era um dos muitos esperado pela minha família, principalmente pro Henry. Todo ano, em agosto e em setembro, havia o torneio de tênis do US Open no Queens, o que fazia com que todos nós e grande parte das pessoas comprassem um ingresso. Desde que eu me lembro nós íamos juntos, e eu continuei indo, porque no fim eu acabava me divertindo também.
— Você comprou ingressos pro US Open? — perguntei à Victoria, que brincava com a Aster no chão da sala de estar. — Vai ser nesse final de semana e eu vou com a minha família.Victoria esteve sumida naqueles dias, na verdade, porque ela resolveu estar mais com o Aaron. Eu não entendi muito bem o que aconteceu, porque ela ainda não tinha o perdoado, só que mesmo assim pareceu dar uma segunda chance a ele.
Ela dizia que eles não estavam juntos e que só eram amigos, mas eu sabia no que aquilo daria (todo mundo sabia). Aliás, ele esteve doente durante o tempo em que se afastou dela (foi o motivo do sumiço, na verdade), e ela cuidou dele pelo resto da semana, o que pareceu dar uma acalmada nos ânimos dos dois. Eu só esperava que desse tudo certo pra ela.
— Sim, eu comprei e o Aaron disse que fez o mesmo — respondeu a Victoria, tentando puxar um osso de pelúcia da boca de Aster. — A gente pode combinar de ir junto, o que você acha?
— Eu acho que não teria problema nenhum pra mim, agora você acha que ele vai pensar o mesmo? — falei, lembrando a ela de que o Aaron não gostava muito de mim, e nem eu dele (apesar de eu ser muito civilizado). — É melhor não.
— É verdade — Victoria concordou, dando de ombros. — De qualquer forma, você já tem companhia. Várias companhias, na verdade.Ela sorriu e pude perceber as suas bochechas mais rechonchudas. Ela tinha ganhado um pouco mais de peso, porque simplesmente passou a comer o que sentia vontade. Eu fiz questão de acompanhá-la nas visitas ao seu médico obstetra, o Dr. Kennedy, e também tentei ficar de olho em tudo o que ela comia ou bebia. Vicky já estava com cinco semanas.
— Você já contou ao Aaron que está grávida?
— Não… — ela respondeu o que eu imaginava e evitou o meu olhar. — Quando estávamos juntos, a gente conversava sobre o futuro, sabe? E isso se resumia em casar e ter filhos. Não parecia ser um sonho distante e eu ainda acho que não seja, porque tudo isso pode acontecer. Só que ele vai ter que aceitar que eu estou grávida e que o pai não é ele — Vicky suspirou, e não parecia se sentir culpada com o deslize que tivemos. — Além do mais, não estamos mais juntos.
— Por enquanto, né?Ela me olhou e viu que eu segurava um sorriso. Não demorou para que me jogasse um travesseiro e começasse a sorrir também, envergonhada.
Victoria era adulta e sabia se cuidar, porém eu estava ali se algo acontecesse com ela. Se eu visse pelo menos uma lágrima saindo de seu olho por causa do Aaron, eu quebraria a cara dele. Era a chance que ela estava dando pro amor da vida dela, então ele não poderia ser um babaca mais uma vez.
[…]
Quando o final de semana chegou, nos preparamos para o torneio, todos sentindo aquela excitação em ver Serena Williams jogar. Torceríamos para ela e eu esperava que conseguíssemos pelo menos o primeiro lugar jogando em “casa”.
Provavelmente Nova York inteira assistiria àquele jogo, mas não era o bastante para deixar a cidade parada. O congestionamento, por exemplo, foi horrível de casa pro estádio. Isto, no entanto, não deixou que ficássemos irritados. Eu estava animado, na verdade, e quando encontrei com o Henry e os outros na arquibancada vi o mesmo.
Nos sentamos naquelas cadeiras azuis da parte de cima e esperamos o jogo começar. Passou-se alguns minutos e a plateia ovacionou a entrada da Serena, ela muito focada porém sorrindo. Sua adversária era da Nova Zelândia, uma moça um tanto robusta e de cabelos pretos.
É claro que o país da nossa rival automaticamente me fez lembrar da Melissa, que nem ali estava. Não precisei perguntar o porquê de ela não ter vindo, aliás, porque o Henry nos contou assim que chegamos no estádio. Melissa preferiu ficar no apartamento, o que me fez estranhar já que ela não era lá tão caseira.
Antes mesmo que eu pensasse onde ela poderia estar, o sorteio de quem sacaria primeiro a bola começou. A tenista da Nova Zelândia foi a mais sortuda e logo todos já estávamos muito atentos ao primeiro saque.
Na primeira bolada, a adversária logo mandou um saque que não deu nem a chance da Serena rebater, o que nos fez arregalar os olhos. Meu pai e Henry logo ficaram tensos, mas eu continuei firme, pois aquilo não significava nada.
Houveram muitos saques firmes sem duplas-faltas, algo que mostrava que as duas tenistas eram muito boas. Eu confesso que fiquei com receio de que perdêssemos, mas em dado momento começamos a incentivar mais ainda a Serena, que percebeu aquilo e deu tudo de si para rebater as bolas fundas.
Assim, a gente foi ganhando esperança de novo e, no fim, eu já estava como tinha chegado. Aproveitei o intervalo para ver se tinha algo de importante no celular e resolvi responder algumas mensagens de amigos. Não pensei duas vezes antes de mandar um oi pra Melissa, meio curioso para saber onde ela estava senão assistindo o jogo pela TV.
Após quase meia hora, ela me respondeu:
“‘Tô dando uma volta no parque, como está o jogo?
Xx”
Respondi assim que li aquilo:
“Melhor impossível, estamos ganhando e ainda temos vantagem. Aliás, a nossa adversária é do seu país, nem preciso perguntar pra quem você ‘tá torcendo, né?
Xx”
Melissa também foi rápida ao responder:
“NOVA ZELÂNDIA, É ISSO AÍ! hahahahaha infelizmente, pelo que você disse, seu país vai ganhar… Mas não se acostume, ok?”
Mandei outra de volta, já sorrindo:
“Vamos ver hahahaha :D
Ei, você disse que estava dando uma volta no parque? É o Flushing Meadows? Há quanto tempo está aí?”
Nessa ela demorou um minuto para enviar:
“Desde que o Henry saiu de casa.
Ps.: Eu sei que deveria ter aceitado o convite dele já que quase não saímos juntos nos últimos dias, mas é que hoje eu preferi a companhia das árvores, entende? :x”
Sua resposta não me admirou, e eu logo respondi:
“Entendo perfeitamente.
Aliás, acho que agora a sua companhia e a das árvores seriam as melhores. Já sei quem vai ganhar o jogo então não tem porquê eu continuar aqui ::>_<::”
Melissa então mandou alguns emojis nada felizes (ela estava só brincando) e digitou: “Você é um convencido, Harold!” Sorri com aquilo e rapidamente pedi a localização dela.
— Do que você tanto acha graça, docinho? — ouvi mamãe perguntar, e quase esqueci que estava em local público. Inevitavelmente fiquei vermelho e minha mãe logo mandou aquele olhar de desconfiança. — Harry, o que você 'tá aprontando?Ela achava que eu continuava com a Victoria, mas a Victoria já estava (ou estaria) com outra pessoa, o Aaron, que também estava ali, porém em outra parte do estádio com ela.
— Ah…, estou falando com a Vicky — menti, sorrindo. — Aliás, eu tenho que sair agora, vou me encontrar com ela.
— É mesmo? — Mamãe estava séria e continuava me olhando, porém de um jeito que eu não gostei nada. Ela estava com os olhos cerrados para mim e parecia saber de algo que eu não sabia. Logo, evitei levantar para ir embora e fiquei olhando pra ela, sem saber o que estava acontecendo.
— Qual é o problema? — perguntei, receoso.
— Me fala você. — Papai e os outros estavam focados no jogo, muito animados com o resultado, portanto mamãe imaginou que ninguém estaria ouvindo a nossa conversa. Assim, ela continuou falando: — Por que eu sinto que você está escondendo alguma coisa de mim?
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a new life • hs | book 2 (CONCLUÍDO)
Fanfiction[⚠️ HISTÓRIA EM REVISÃO ⚠️] ■ ʟɪᴠʀᴏ 2 Harry e Melissa em suas vidas passadas tiveram uma vida de sofrimento e angústia. Este primeiro foi assassinado; já Melissa, resolveu tomar uma terrível atitude para o seu destino. Assim, foi lhes dado a oportun...