21 - Aaron

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Sábado era o aniversário da Victoria, então logo depois do trabalho contatei alguns de seus amigos mais próximos. Pedi a ajuda do Aaron para que ele a levasse pra sair depois do expediente dela, então ele fez isso e avisou que ela nem tinha desconfiado de nada. Depois disso, Diogo, Francine, Susan e Ashley me ajudaram com a pequena comemoração que eu quis fazer no apartamento. 

Chamei mamãe para ajudar também e pedi para que ela criasse uma mensagem rápida convidando pessoas que gostavam da Vicky (e que esta também gostava). Colamos balões transparentes no teto e decoramos o resto da casa. Arrumamos uma mesa e eu encomendei doces, salgados e bebidas. 

Mamãe era péssima em fazer bolos, mas as amigas da Victoria arrumaram isso e elas mesmas encomendaram um bolo bonito, que poderia ser comido tanto por veganos quanto por não veganos, assim como as bebidas. No fim, tudo ficou perfeito. 

Lá pelas 7h:00 da noite, mamãe e os amigos da Victoria foram embora, depois de muita conversa e risada. Conversei com alguns dos meus amigos pelas redes sociais e depois fui tomar um banho. Percebi que estava nervoso por causa da Melissa, mas busquei ficar calmo, porque no fim eu nem tinha tanta certeza assim se ela viria, já que ela sabia que eu estaria por perto e que ela também poderia se redimir com a Victoria depois. 

Aaron tinha levado a Vicky para a casa da mãe dele. Depois, lá pelas 9h:35 da noite, eu entraria em ação sendo o ótimo ator que eu era, inventando que a Aster tinha escapado do apartamento e estranhado o nosso vizinho.

Assim, às 9h:00, me aprontei e recebi os convidados, todos muito empolgados e agitados. Melissa não tinha chegado ainda. Às 9h:30, deixei a porta aberta e a Aster perambulando pelo nosso corredor, a fim de levantar as suspeitas da Vicky. Melissa também não tinha chegado ainda. Às 9h:35, liguei para a Victoria e fingi estar assustado, falando que a Aster tinha mordido a perna do vizinho e que não estava nada bom. Vicky caiu como um patinho quando eu disse que precisava da ajuda dela para me entender com o cara e eu fiquei aliviado (já que era péssimo em mentir), e continuei sem sinais da Melissa. Às 9h:45, todos se esconderam e eu desliguei as luzes, já aceitando que a Melissa não vinha pra festa surpresa – só que nesse momento eu já estava meio tonto por causa da bebida e consegui me entreter com as outras pessoas. 

Após dez minutos, recebi mensagens da Victoria avisando que ela já estava perto e que tinha demorado por causa do trânsito. Avisei a todos, pedi para que ficassem quietos e então esperamos. Depois de poucos minutos, ouvi a voz dela conversando com o Aaron. Eles falaram mais alguma coisa e ela então começou a me chamar – imaginei até que iria na casa do vizinho pra saber se eu estava lá discutindo com ele. Porém, com a ajuda do Aaron, ela entrou no apartamento e ele ligou as luzes. 

De primeiro, vi as sobrancelhas da Vicky quase juntas, sem entender merda nenhuma do que estava acontecendo, e então todo mundo começou a cantar. Susan se aproximou dela segurando o bolo de aniversário, todo decorado com flores comestíveis rosas e brancas, e eu me apressei a acender as velas, cantando com os outros. Victoria estava de boca aberta e se sentindo envergonhada por ter caído na minha história boba sobre a Aster. 
     — Droga, Harry, eu fiquei preocupada! — reclamou ela, me dando um leve soco no braço. — Caramba, você sabia de tudo isso? — Ela olhou pro Aaron, que deu de ombros e era tão cúmplice quanto todos ali. Para se redimir, ele deu um sorriso enorme e a abraçou. 
     — Vamos, apague a vela e faça um pedido! — ordenou Francine, dando pulinhos e batendo palmas quando todos terminamos de cantar. Victoria sorriu também e fechou os olhos. Passou-se pequenos segundos e ela apagou a vela, fazendo todos baterem palmas. 

Ela já tinha esquecido toda a história boba da Aster e abraçava os seus amigos. Mamãe surgiu pegando o bolo e o colocou sobre a mesa, para depois pôr a playlist de músicas que eu tinha criado junto com os outros, a fim de se ter todos os gostos musicais possíveis. Em seguida, me aproximei dela e, discretamente, perguntei sobre a Melissa. 
     — Ela disse que viria. 
     — Mesmo? — franzi o cenho, olhando pro relógio no meu pulso. — E por que está demorando tanto assim? — Em seguida estalei os dedos, ansioso por ter a certeza de que ela viria. — Sabe me dizer se o Henry vem junto com ela?
     — Não, querido, talvez…, quem sabe? — Desejei que não, porque eu queria ter uma conversa mais calma com a Melissa, sem que ela corresse ou algo do tipo. Se ela não quisesse conversar, seria um problema, porque ficaria um clima tão esquisito no apartamento que as outras pessoas iriam notar. — Eu não vou demorar muito, seu pai tem pesadelos quando dorme sozinho, você sabe. 
     — Certo.
     — Você ‘tá bem, querido? 

a new life • hs | book 2 (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now