a new life • hs | book 2 (CONCLUÍDO)

22 - Primeira

Eae, suas gostosas
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⚠ Só tô aparecendo no começo do capítulo pra avisar que tem HOT aqui ⚠

💛 Boa leitura, bejo 💛

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Depois do apoio e dos conselhos que recebi do Aaron, voltamos para a festa surpresa da Vicky. A música não estava muito alta por conta dos vizinhos, mas continuava lá, soando para que os convidados dançassem até cair. 

Eu não estava bêbado, mas tinha bebido. Quando entrei no apartamento segurando a Aster, a primeira coisa que fiz foi procurar a Melissa com os olhos. Ela era um das que estavam bêbadas e segurava um copo de bebida, enquanto conversava com as amigas da Vicky. Quando nos viu entrar, Victoria se aproximou de nós muito animada e nos puxou pelo braço. 
     — Já cortamos o bolo — avisou ela, e então nos aproximamos da mamãe, que administrava a fatia de cada um. — Cantaram pra mim assim que cheguei, então não achei que fosse necessário que cantassem de novo. 
     — Pra quem foi o primeiro pedaço? — perguntou o Aaron, a abraçando de lado após lhe dar um beijo rápido na boca. 
     — Pro papai — ela disse, sorrindo. — Eu sei que ele não 'tá aqui e que não vai comer o pedaço do bolo, mas eu fiz isso por ele, se é que isso faz sentido. 
     — Faz sim — falei, sorrindo pra ela.
     — Onde vocês estavam? — perguntou Vicky, sem que as outras pessoas ouvissem, exceto Aaron e a mamãe, que me entregava o meu pedaço. Pedi duas bebidas com álcool e ela foi buscar no balcão da cozinha, após dar a fatia do Aaron. — Fiquei até com medo, desde quando gostam da presença um do outro?
     — É, eu descobri que o Aaron pode ser útil — brinquei e o Aaron bufou. Victoria não entendeu aquilo e me olhou com cara feia. — É brincadeira! Estávamos conversando no terraço. 
     — Harry estava mal e eu quis ajudar — complementou Aaron, pegando a bebida que mamãe deu pra nós dois. — Espero que eu tenha conseguido. 
     — Conseguiu sim — dei uma batidinha no ombro dele e tomei dois goles de cerveja. — Eu estava precisando de um gás a mais. 
     — Certo… — Victoria cerrou os olhos pra nós dois e cruzou os braços, desconfiada. — Mas o que vocês dois estavam conversando mesmo, posso saber? 
     — Sobre aquele segredo — respondi, olhando pra mamãe, que me olhou e depois olhou para a Melissa (mamãe era bem ruim em ser discreta). — Antes de mais nada, minha mãe já sabe.
     — Oh… — Vicky pareceu envergonhada e deu uma rápida olhada na mamãe. Ela não esperava que eu fosse contar tão cedo sobre a Melissa. — Eu não sei o que dizer. 
     — ‘Tá tudo bem. 
     — Olha, eu não quero ser fofoqueira, mas você e a Melissa são os meus amigos — começou Vicky, e ela se mantinha neutra a fim de que ninguém suspeitasse de nada, como se estivéssemos falando sobre qualquer coisa. — Ela estava meio pra baixo, você viu, então eu fui conversar com ela depois que vocês saíram. Ela recuou no começo, mas depois pediu para que conversássemos à sós no quarto. Tudo bem, eu fui. Imaginei que poderia ser sobre você, que ela diria que tinha descoberto o que você sentia, que não estava gostando disso e tudo o mais, mas não...
     — Não? — Àquele momento eu só ouvia a voz da Victoria. Fiquei ansioso para ouvir o restante, mas também tive medo. 

Era importante, no entanto, que eu tivesse informações. Melissa não tinha tantas amigas próximas, na verdade ela tinha mais colegas. Só que a sua relação com com a Vicky era mais do que um coleguismo, as duas se gostavam mesmo. Provavelmente tinham criado afinidade quando a Melissa foi ao hospital com o Henry. 
     — Ela quase não soube explicar o que estava acontecendo, mas no fim deu pra entender. A cabeça dela ‘tá uma bagunça, Harry, ela me disse que vocês se beijaram, que…
     — Vocês se beijaram?! — foi a vez da mamãe falar, meio que chocada. — Harry! Como assim? Eu… eu não acredito nisso. 
     — Hã… — Vicky alternou o olhar entre nós dois, com medo de permanecer falando e ver o começo de uma discussão.
     — Só continua — pedi, ignorando a minha mãe.
     — Bom — Victoria pigarreou e deu uma olhada na Melissa, que conversava com os outros muito eufórica —, ela disse que você falou sobre os seus sentimentos e que ela está se sentindo horrível.
     — O quê? — joguei, um tanto irritado pela Melissa se sentir mal por minha causa. — Mas eu não quero que ela fique mal ou se sinta culpada. Não é culpa dela! — Olhei pra Melissa e quase fui até lá, a fim de puxá-la pro quarto para conversarmos, mas Vicky me segurou pelo braço. — Eu tenho que falar com ela...
     — Me escuta! — pediu Victoria, pondo força para que eu continuasse no mesmo lugar.  — Ela está mexida com você, são palavras dela, mas ela não deveria. Ela quer convencer o Henry a se mudarem daqui.
     — Como é? — dessa vez Aaron, mamãe e eu falamos juntos, surpresos com aquela informação. — Não!, ela não pode fazer isso — eu disse, sentindo um agitamento nas batidas do coração. — Ela não pode convencer o Henry.
     — Harry, ela só disse isso porque está irritada consigo mesma — Victoria continuou, buscando os meus olhos a fim de que eu me acalmasse. — Você precisa se colocar no lugar dela agora, como se sentiria? Você tentaria fazer o possível pra não fazer nada de errado e nem magoar as pessoas que você gosta. 
     — Mas…
     — Querido, esqueça isso, você está criando uma confusão enorme — mamãe disse, também segurando o meu braço para que tivesse a minha atenção. — A Melissa é uma mulher correta e está prezando por isso principalmente depois do noivado. 
     — Que se dane o noivado, mãe! — falei, sentindo que iria explodir a qualquer momento. Eu estava irritado. — Você não ouviu o que a Victoria disse? Melissa sente alguma coisa por mim, acha que eu vou simplesmente aceitar que ela vá embora? Eu vou aproveitar toda chance que eu tiver.     
     — Olha, vamos conversar em outro lugar — pediu a Victoria, calmamente, e tentou puxar o meu braço para que eu fosse pro meu quarto. Só que eu não quis. Eu precisava falar com a Melissa e ouvir aquilo da boca dela. Eu não a forçaria a nada, mas eu precisava ter certeza de que era aquilo o que ela queria, se um casamento sem amor era o seu objetivo, se me deixar ali sem ao menos tentar estava nos seus planos. Eu só precisava de uma chance. De uma. — Você ‘tá nervoso…
     — Não — protestei e me soltei de quem tentava me segurar. Apenas deixei meu pedaço de bolo e a cerveja sobre o balcão da cozinha, saí dali e me aproximei da Melissa, que estava de costas mais a frente conversando com o Diogo e a Francine. — Melissa… — Ela se virou, o rosto bem iluminado e divertido. Quando me viu, aquele sorriso se foi e ela pareceu sem palavras. Ignorei aquilo, apenas com as palavras da Victoria na cabeça e respirei fundo, fingindo que Diogo e Francine não me olhavam com cara de bobos. — Preciso falar uma coisa importante.
     — Harry...
     — Por favor — lhe interrompi, e então segurei a sua mão. Ela não se afastou de mim e nem falou mais nada, apenas deixou que eu a levasse pro meu quarto.