60 - Yun | P2 (Bônus Henry)

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A primeira menção à Yun Baek foi com o meu irmão quando fomos à praia próxima da nossa casa de verão

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A primeira menção à Yun Baek foi com o meu irmão quando fomos à praia próxima da nossa casa de verão. Na verdade não era Yun Baek, mas sim “a mulher da floricultura”, porque o lerdo aqui não lembrava o nome dela. E desde aquela sexta-feira esquisita, as coisas passaram a ficar mais esquisitas (pelo menos comigo).

O encontro na sorveteria e no museu foi de extremo deleite, até mais do que eu esperava, e aquilo me deixou um pouco assustado, porque só podia significar uma coisa que eu ainda não estava pronto para assumir.

E não estava pronto para assumir por medo mesmo, já que não era a primeira vez e, na minha primeira vez, fui traído com o meu próprio irmão. Aquilo não aconteceria nunca mais entre eu e ele, eu sei..., mas e se acontecesse com um outro homem? E se eu deixasse que aquilo entre mim e ela fosse pra frente e Yun não gostasse tanto de mim assim e pusesse os olhos em outra pessoa? E se eu fosse traído de novo?

Porque talvez o meu destino fosse aquele de viver sozinho, focado no meu trabalho e apenas vendo casais se formando. Todos os meus amigos tinham esposas, esposos, namorados ou namoradas, alguns tinham até filhos e, antes de Melissa Lee, eu ficava com uma ali e outra acolá. Saber o que pensavam de mim nunca me abalou ou me orgulhou, porque eu tinha coisas mais relevantes para me preocupar.

E apenas tive um único relacionamento sério com alguém, eu iria casar com aquela pessoa, gostava mesmo dela e, mesmo assim, eu fui traído. Fiquei realmente traumatizado com isso.

Pensando agora nesse assunto, eu já estava automaticamente assumindo para mim mesmo o que eu queria com Yun Baek, mas eu não contei para mais ninguém. Nem precisava, na verdade, a minha família inteira já tinha até insinuado. Vovó às vezes me olhava com malícia e perguntava sobre Yun Baek, que continuava sendo uma amiga.

E ela era uma ótima amiga, se querem saber, conversávamos por mensagens e ela tinha aquele mesmo humor bobinho. Não era muito tempo de conversa, porque ela vivia ocupada, mas, nos momentos em que nos falávamos, ela me fazia sorrir e pensar um pouco mais sobre determinadas coisas.

O jantar com a minha família foi só uma desculpa para que eu visse a gravidade do problema. Meu pai realmente foi um grosseiro, mas eu esperava que ele fosse levar em consideração o meu pedido e que pelo menos fosse educado. Só que nem isso ele foi.
     — Você está bem? — Yun tinha perguntado, depois que todos foram embora do restaurante e ficamos à sós, em um silêncio inquietante. Harry me mandou um olhar de “mantenha a calma”, mas aquilo não foi o suficiente para me deixar calmo. Eu continuava muito irritado.
     — Queria poder estar, mas não estou — fui sincero, a cabeça baixa e sem olhar para Yun. Eu estava envergonhado pelas atitudes do meu pai e tinha até pensado em deixar Yun de lado apenas para que o conflito não piorasse. Mas eu não podia deixar Yun de lado, eu não poderia ignorar o problema e muito menos o que eu sentia.
     — Foi algo que eu disse na conversa? — sua voz soou baixinha e tensa. Logo a olhei e franzi o cenho. Ela realmente achava que o problema era ela? — Desculpe, eu não deveria ter falado o que eu sentia sobre os meus pais. É que esse assunto ainda me machuca, sinto muita falta dos meus irmãos e…
    
Ela se calou e viu que eu a olhava. Suas bochechas coraram e ela fitou as mãos.
     — Eu sempre estrago tudo mesmo… — sussurrou, e parecia realmente triste.
     — Quer beber alguma coisa? — perguntei, porque de repente senti aquela vontade.

a new life • hs | book 2 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora