56 - Tane Rupp

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Como eu disse, não demorou nem dois dias completos para que Tane Rupp aparecesse em casa procurando por Melissa

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Como eu disse, não demorou nem dois dias completos para que Tane Rupp aparecesse em casa procurando por Melissa. Ele teve sorte por ela ter estado presente no momento porque, se eu tivesse o encontrado sozinho, quebraria os seus dentes. Melissa não foi para a ONG porque as quartas eram um dia de folga, por isso fez entregas pela manhã e, depois do almoço, tive o desprazer de ver Tane Rupp.

Fiquei com mais raiva ainda porque ele tinha interrompido um beijo que já se iniciava com muito calor. A mão da Melissa estava acariciando a minha ereção por cima da calça e ela parecia bem mais manhosa naquele dia, como se a noite de ontem tivesse acordado um lado seu que estava adormecido num canto escuro.
     — Será um dos seus amigos? — perguntei, quando ela me olhou com um ponto de interrogação no rosto, também aborrecida pela interrupção. — Diga que está ocupada...
     — É o que vou fazer, espero que não seja nenhuma emergência — ela falou, passando a se levantar e abaixando a blusa que estava levantada. 

Também arrumei as minhas próprias roupas e permaneci sentado, bebendo da água que estava sobre a mesa de centro. Segui Melissa com os olhos e vi quando ela se assustou ao abrir a porta. Sua expressão de susto, no entanto, não ficou presente por muito tempo e logo um ar de irritação e decepção surgiu.
     — Hoje não, Tane — foi o que eu lhe ouvi dizer, já buscando fechar a porta. Me alarmei com aquilo e não consegui me conter em ir até lá, afinal, Tane Rupp tinha impedido que Melissa fechasse a porta. 
     — Ei, o que aconteceu? — a voz dele soou acanhada e logo notei o ar de falsidade, porque era óbvio que ele sabia o porquê de Melissa estar daquela forma. 
     — Por que não dá o fora? — joguei, deixando a minha imagem aparecer atrás da Melissa, que tinha desistido de tentar fechar a porta. Tane tirou os olhos dela e me fitou, sério. Só que não demorou para que ele começasse a sorrir, trazendo aquele maldito sarcasmo junto com ele. — Acredite em mim, é o melhor a se fazer agora — continuei, sentindo Melissa me impedir de me aproximar mais de Tane Rupp. Eu já estava prestes a lhe dar um empurrão, principalmente depois daquele sorriso.
     — Sei que começamos com o pé esquerdo, Sr. Styles — falou ele, levantando as mãos em rendição —, mas estou disposto a tornar as coisas um pouco mais amistosas, afinal, a felicidade da Melissa é o que importa.
     — Não era o tipo de pensamento que você tinha quando fez aquilo, não é? — atirei, sem tirar os olhos dele. 
     — Aquilo o quê? — ele se fez de desentendido e fitou Melissa, que tinha os braços cruzados e a cabeça abaixada. — Mel?
     — Vai embora — ela mandou, apontando o indicador para a rua —, estou muito irritada com você pra conversar agora.
     — Não entendo.
     — Eu sei que foi culpa sua o fato de Harry e eu não termos nos falado durante esse tempo inteiro! — jogou ela, alterando a voz. — Você viu como eu estava, Tane…, viu o que aquilo significava para mim e não se importou. Eu contei a você os meus pensamentos e os meus medos, mas você resolveu omitir o que estava fazendo. 
     — Mas…
     — Você me magoou! — exclamou ela, os olhos lacrimejando. — Eu não desconfiei de você, nunca imaginei que pudesse fazer isso comigo, que conspirasse contra mim... O nome dele estava na lista e foi um grande mal-entendido.
     — Que lista?! Você estava se sentindo mal, tudo o que eu fiz foi ficar do seu lado — rebateu ele, e de longe vi o seu medo. — Você deve ter feito isso sem perceber quando ficou irritada com ele.
     — Está mesmo a chamando de louca? — bufei, e então consegui me desviar do corpo da Melissa para agarrar a gola do casaco do infeliz. — Me dê um motivo para eu não quebrar a sua cara agora.
     — Me solta, cara, eu não fiz nada disso! 
     — Por que não assume logo o que fez? Para de se fazer de desentendido! — Minha mão apertou ainda mais a sua gola, o levando em direção a coluna da varanda. — Você pegou o celular e tentou me colocar em uma posição que não existia, como um insensível que tinha esquecido dela, que tinha a deixado sem dizer pelo menos um adeus, apagou as minhas mensagens e deu um jeito de me excluir de lá sem deixar rastros, seu cretino! 
     — Harry, deixa isso pra lá — ouvi Melissa pedir, se aproximando para puxar o meu braço. Soltei Tane Rupp, mas continuei perto dele, sem suspender o contato visual. 
     — Vai embora, ela não quer falar com você — joguei, buscando a calma. — O que você tentou fazer, meu caro, não deu certo. Achou que iria se esconder depois do que fez? Como pôde ser tão burro?
     — Cala a boca — mandou Tane, passando a se irritar. Aos poucos ele parecia mais descontrolado. — Você estava comigo, Melissa, estávamos tendo alguma coisa… — ele olhou para ela, ansioso.
     — Me desculpe — disse ela, desviando o olhar do homem. — Eu nunca deveria ter deixado aquilo acontecer.
     — Eu pensei…
     — Foi só uma vez, 'tá bom?! — bradou Melissa, finalmente o fitando. — Sinto muito se fiz parecer que eu continuaria com aquilo, eu estava carente, triste, frustrada…, e você estava perto demais. 

a new life • hs | book 2 (CONCLUÍDO)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt