Harry Potter e o Príncipe Da Sonserina

Capítulo 78: O Enigma do Diário

9 de maio de 1993
20h30 na Câmara Secreta

Uma vez que ficou claro que Jim logo se recuperaria completamente, Harry disse a Gina que ficasse com ele enquanto ele cuidava de uma última ponta solta. Então, Harry cuidadosamente entrou pela boca ainda aberta da estátua de Salazar Slytherin e entrou na câmara. Ao fazê-lo, os pensamentos do menino estavam agitados mesmo sob o exterior calmo fornecido por sua Oclumência. Ao contrário de Tom Riddle, que havia extirpado completamente aquela parte de sua própria psique responsável pelo amor e empatia, Harry ainda tinha todas as suas emoções. Elas só estavam separados da parte de sua mente que determinaria um curso de ação (e poderiam até ser completamente desligadas quando necessário no caso de respostas emocionais que pudessem realmente se tornar debilitantes), mas ele definitivamente ainda as tinha. E agora que a crise havia acabado, ele precisaria passar algum tempo meditando sobre essas emoções para determinar como se sentia sobre as coisas e, mais importante, por que as sentia.

O item número um da sua agenda era sobre sua decisão a sangue frio de usar o anel Não-Me-Note e a Capa da Invisibilidade sozinho, abandonando assim seu irmão e ter fugido pela sua vida. Logicamente, foi a jogada certa, um fato confirmado não apenas pela sobrevivência de Jim, mas também por sua aquisição quase milagrosa em encontrar a Espada de Godric Gryffindor. O estratagema também deu tempo a Harry para interrogar a alma de Tom Riddle e descobrir informações valiosas sobre Voldemort. No entanto, isso não mudou o fato de que ele essencialmente traiu seu próprio irmão e depois o usou como isca para distrair uma das criaturas mais mortais conhecidas pelos bruxos. Jim não tinha reclamado – ainda – mas Harry percebeu que ele agiu como a pior caricatura de um "Sonserino".

O item dois era algo mais direto. Quando Jim voltou com a espada bem a tempo para uma batalha final com o basilisco, Harry estava a cerca de dois segundos de incinerar Ron Weasley. Logicamente, ele ainda achava que também era a jogada certa. Se Tom acreditasse que ele faria isso, Ron estaria morto em poucos minutos e sua morte traria o renascimento físico de Voldemort para fora. No entanto, com Ron morto antes que isso pudesse acontecer, o diário teria sido neutralizado como uma ameaça e Harry ou Jim provavelmente seriam capazes de controlar o Basilisco com Ofidioglosia. Dito isso, embora Harry possa não gostar de Ron Weasley, o jovem Grifinório ainda era um ser humano. Ele também era um membro da família Weasley, a maioria de quem Harry gostava, e o garoto era alguém com quem Harry tinha vários amigos em comum. E ao contrário de Draco, cuja malícia mesquinha levou Harry a considerar medidas extremas no ano anterior, Ron era basicamente um tolo inocente, embora um tanto irritante. Tudo isso significava que a questão persistente era "Harry Potter é um assassino em potencial?" era uma questão que ele precisaria enfrentar em breve.

O item três foi talvez o mais irritante. Quando Jim estava morrendo de envenenamento por basilisco e a garantia arrogante de Harry de que um bezoar iria curá-lo foi revelada como equivocada (e era tão embaraçoso que Jim o tivesse lembrado de algo que Snape disse que o aspirantes a Oclumente haviam esquecido), Harry silenciou suas respostas emocionais. A ideia era que, em vez de ficar exausto com a morte iminente de seu irmão, ele pudesse ficar calmo e tentar dar a Jim um pouco de esperança em seus últimos segundos. Mais uma vez, Harry achou que era a decisão certa. O que tornava irritante era que era mesmo necessário. Seu breve flashback da primeira aula de Poções o fez de repente se lembrar do nível de animosidade entre eles durante o primeiro ano. E Harry considerava o relacionamento deles algo ainda pior durante o segundo ano, apenas para perceber recentemente que a maioria de seus conflitos resultaram da combinação do uso de Jim de um livro das Trevas de Oclumência com vários esquemas e jogos mentais de Tom Riddle. Harry ficou chocado com as "desculpas no leito de morte" do Jim, para não falar de sua admissão de que sentia ciúmes de Harry porque temia perder a afeição de seus pais. E agora, como um Oclumente de Terceiro Nível em desenvolvimento, Harry podia examinar suas próprias emoções e ver o papel que o ciúme tinha desempenhado em seus próprios conflitos com Jim. Seu irmão gêmeo, afinal, não teve nenhum papel a desempenhar no envio de Harry para os Dursley's. Na verdade, já que eles eram gêmeos, poderia facilmente ter sido Harry o Menino-Que-Sobreviveu por causa de uma anomalia bizarra e Jim que seria mandado para viver com trouxas abusivos. Talvez fosse a hora de Harry finalmente resolver seus conflitos com Jim Potter e decidir se um novo começo era possível, muito menos desejável. Bem, com Jim de qualquer maneira - Harry ainda achava que a confiança genuína era completamente impossível no que dizia respeito aos pais.