Aquilo não podia estar acontecendo!
Como ela iria explicar aos seus pais que engravidou? E para piorar a sua situação como ela explicaria aos pais que o pai de seu filho era ninguém menos ninguém mais que seu irmão gêmeo?
Explicar que não conseguir...
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Estrada de Metroburg - 10/06/2030 - 07:02
Treze dias, exatamente, já haviam passado desde a volta ao lar. Foram treze dias de pura dor e sufoco. Maximus e Phoebe haviam compreendido e entendido quais seriam, hipoteticamente, as futuras consequências de seus atos, mas não temiam por si, apenas por suas filhas e pela criança carregada em segredo.
Nesses treze dias tudo se tornou, quase, literalmente impossível. Até comer e beber exigia uma força de vontade enorme, pois pareciam estar mortos em vida. A ausência e a incerteza os matavam, sem exageros. Dormir custava também, já que a mente de quem se cala, geralmente, é barulhenta.
Em contrapartida, Barbara tentava agradar o paladar dos dois, mas era em vão. Tudo era em vão. Ela podia ver, pelas câmeras, a insônia à noite, que perduravam até a madruga, nos dois primeiros dias, já que nos demais ela havia dado um jeitinho. Foram apenas algumas gotas de calmante, eles precisavam descansar. O medicamento era inofensivo e, de alguma forma, extraído naturalmente, sem fazer mal, mesmo que inconscientemente, ao bebê de Phoebe.
Pode-se dizer, portanto, que mesmo vivendo uma agonia enquanto estavam acordados, os irmãos tinham um sono tranquilo. O extrato os fazia adormecer, sem esforço, em minutos. Muitas vezes, inclusive, os irmãos dormiram juntos, sem perceber, e, outra, ainda, de conchinha. Barbara não levou o fato com malícia, quando percebeu. A mãe, apenas os cobriu e, como fazia anos atrás, acariciou-os.
Do outro lado do país, os Superamigos ainda não haviam achado uma pista sequer deles, é válido salientar. Kara e as crianças ainda não tiveram condições de regressar ao planeta azul, ainda havia muita Kryptonita no ar. Todavia, a parte operante da Liga da Justiça que estava na Terra começava seus trabalhos, de maneira lenta, evidentemente eles não podiam fazer muito, graças ao governo, que maquiava a situação.
Regressando a Hiddenville, nesses treze dias, corriqueiramente, os irmãos eram questionados sobre tudo o que houve naqueles últimos anos e, em principal, qual era o grande motivo que os levou a fugir. Mas, eles se calavam, mesmo que isso pareça uma atitude covarde.
- Eu queria ao menos saber o motivo - Nora confessa intrigada, enquanto suspirava fundo e mantinha seus olhos presos nos irmãos, que miravam o caminho que levava a Metroburg pela janela, calmamente, presos em seus próprios universos. - Qual a razão?
- O gênio desses dois é feito deaço - Hank comenta, rindo leve. Aqueles anos multiplicaram aquela característica dos gêmeos 215 vezes, no mínimo.
- Eles devem ter algo 'pra proteger e estão dando tempo ao tempo - Billy coloca, sério. Aquela, na opinião do jovem comandante, era a única explicação possível: seus irmãos queriam dar tempo a alguém, mas quem?
- Algo como o que? - uma família seria uma resposta compreensiva, mas eles também eram sua família. O fato é que Barbara não aceitava isso, não aceitava que eles escondessem dela, provavelmente, um ser, ou mais, que fosse sangue de seu sangue, um neto, uma neta.
