CAPÍTULO 6

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Assim que terminei, o deixei sobre a cama, por alguma razão sabia que não tentaria fugir, ou fazer bagunça, guardei as coisas e voltei para o banheiro, ali terminei de despir-me

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Assim que terminei, o deixei sobre a cama, por alguma razão sabia que não tentaria fugir, ou fazer bagunça, guardei as coisas e voltei para o banheiro, ali terminei de despir-me. Tomei um banho quente, era uma das melhores sensações, sentir a água morna percorrer toda a sua pele, como se a massageasse.

Dessa maneira terminei de secar meu corpo, enrolando a toalha nos cabelos logo em seguida, para tirar o excesso de água, agora seria minha vez de usar o secador, enquanto o fazia notava o gato cochilar todo enrolado perto ao meu travesseiro, o barulho acabou o despertando, os seus olhos dourados fitavam-me com intensidade e inteligência.

— Se ficar com você, terei que achar um nome, exceto se tenha algum em mente e queira compartilhar, estou aberta a sugestões. — Brinquei com ele enquanto penteava os cabelos... — Sabia, que muitos achariam que é azar cruzar com um gato preto? Os seres humanos são cheiros de superstições, como um bichinho tão lindinho poderia fazer algum mal? — Conclui enquanto o felino saltava da cama e roçava em minha perna. — Todavia, voltando ao assunto do nome, o que acha de Abel? Talvez Buzi? — O observei tentando extrair qualquer sinal de apreciação por alguns dos nomes, mas tudo que recebi foi um dar de ombros enquanto lambia uma das patas.

Estava terminando de me vestir, quando escutei a minha mãe me chamar para o jantar.

— Vou pensar em algum nome, enquanto isso fique aqui. — Sai do quarto seguindo até a mesa de jantar, os meus pais já estavam sentados conversando como havia sido o dia dos dois, o tema sempre era uma cirurgia, um transplante, os melhores assuntos para se debater numa mesa de jantar.

Toda a refeição já estava a mesa, o cheiro preenchia o ambiente, ainda estava cheia pelo bolo da minha avó, mas não quis fazer desfeita, coloquei um pouco de algumas coisas que me agradavam, meus pais me acompanharam fazendo o mesmo, não demorou para que começassem a comer. Olhando para o meu prato enquanto cortava um pedaço de bife que se desmanchava ao simples toque do garfo, imaginei que aquele seria um ótimo momento para contar a "novidade".

Sabia que quanto mais enrolasse, menos coragem teria para fazê-lo, mas antes que conseguisse reunir a força necessária para a revelação, o meu pai se adiantou, talvez estivesse me observando e vendo o quanto estava sem palavras.

— Querida, sabia que temos um novo morador, ou melhor dizendo um animalzinho de estimação. — O seu tom descontraído, havia sido o suficiente para me fazer engasgar com o pedaço de carne que havia levado a boca.

— Pai! — O encarei nervosa enquanto tossia, ele por sua vez apenas tomava um pouco do seu vinho.

Evitei encarar a minha mãe, estava com medo de ver a expressão que estaria no seu rosto, foquei no meu pai quando falou: — Desculpe querida, o melhor jeito de tirar um curativo é arrancando de uma só vez, percebi estar vacilando, então resolvi adiantar um pouco as coisas. — senti-me traída, disse que me deixaria falar, e fez exatamente o oposto, nem deixou que preparasse o terreno.

— Isso foi muito baixo... Até mesmo para o senhor. — Minha mãe pigarreou chamando a atenção.

— Sabina — Chamou-me fazendo virar para ela, estava esperando a dureza no seu rosto, e aguardei a bronca que estava por vir.

— Mãe, eu ia contar, estava apenas esperando o momento certo. — Me defendi.

— E quando seria isso? Porém, independente disso, por que quer ficar com ele? — Perguntou sem nem saber que tipo de animal era. — Quero ficar com ele, porque tenho me sentido sozinha desde que perdi o meu irmão... Eu o vi abandonado e fiquei com pena, é um gato muito fofo e esperto, tenho certeza que não dará trabalho, prometo que eu mesma cuidarei dele.

— Então estamos falando de um felino. — Notei uma das suas sobrancelhas se erguer.

— Isso mesmo, o encontrei enquanto voltava para casa, teve uma chuva e não tinha onde ficar, não tem nenhuma identificação ou coleira. — Corri para encher a boca com a carne para ter uma desculpa para evitar falar, enquanto tentava pensar em mais alguma coisa para dizer.

— Não tenho nada contra ter um pet, mas acha que está preparada para cuidar de um animal? — As palavras dela não dava margem para respostas incertas, ou com dúvidas, havia feito uma pergunta direta, e queria uma resposta à altura.

Confirmei com a cabeça mesmo sabendo que aquela não era a melhor das respostas, mas só da minha mãe não ter negado de imediato, gerou esperança e expectativa, então respondi: — Tenho certeza! — Conclui enquanto engolia a carne.

O meu pai permaneceu em silêncio, apesar de ter dado a deixa, apenas observou como se estivesse assistindo a final de uma partida de tênis, a cada resposta os seus olhos seguia para o adversário, à espera do contra-ataque.

A minha mãe deu um leve suspiro. — Já que parece tão convicta, podemos fazer um período de experiência. — Pela primeira vez em muito tempo queria sorrir, mas me contive. Não sei se a minha mãe queria evitar discussão em meu aniversário, ou percebeu alguma coisa diferente, pois os seus olhos me observavam com atenção, em seguida levou o garfo a boca.

— É sério mesmo? — Perguntei sem acreditar que aquilo estava acontecendo.

— Sim, para ser bem sincera há muito tempo não havia dessa maneira, não quero ser a bruxa má que acaba com a felicidade de todos. Talvez isso tenha sido obra do destino, desta forma acho que poderão se ajudar reciprocamente, fazendo com que se distraia e foque em outras coisas. — Sorriu para mim, um sorriso que não era forçado, ou falso, mas genuinamente verdadeiro.

Aquilo me vez perceber o quanto eu sentia falta dela, depois que Sam morreu, afastei-me de todos e acho que ela percebeu isso, por mais que tentasse se aproximar havia me fechado no meu próprio cômodo escuro, mas ela nunca desistiu... As ligações para a minha avó talvez fosse uma forma de recarregar as forças e ouvir de alguém que estava fazendo o certo.

Coloquei-me no lugar dela, e apenas a ínfima partícula de como ela estava se sentido me acertou com tanta força que pensei ver tudo girar, como eu era idiota! Não era a única sofrendo... Todos estavam lidando à sua maneira aquela perda. Pela primeira vez, enxerguei minha mãe de verdade em muito tempo, retribui o sorriso dela, sem medo ou ressalvas.

Acredito que em outro tempo, talvez aquela conversa teria terminado de outra maneira, mas agradeci silenciosamente, e tivemos um jantar tranquilo e prazeroso, mesmo sem termos, Samuel ali conosco, pelo menos não fisicamente, pois o sentia sempre perto.

Com isso percebi o ambiente mudar, como se um nó começasse a desfazer e lembrei das palavras da minha avó de recolher os pedaços daquela família e colá-los, aquilo apenas demonstrava que não era a única quebrada.

Com isso percebi o ambiente mudar, como se um nó começasse a desfazer e lembrei das palavras da minha avó de recolher os pedaços daquela família e colá-los, aquilo apenas demonstrava que não era a única quebrada

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O DESTINO DE KHONSUOnde histórias criam vida. Descubra agora