CAPÍTULO 37

10 3 9
                                    

Meus olhos estavam atentos a cada gesto que minha avó fazia, como se qualquer sinal corporal, pudesse revelar o que suas palavras pudessem tentar esconder

Oups ! Cette image n'est pas conforme à nos directives de contenu. Afin de continuer la publication, veuillez la retirer ou télécharger une autre image.

Meus olhos estavam atentos a cada gesto que minha avó fazia, como se qualquer sinal corporal, pudesse revelar o que suas palavras pudessem tentar esconder.

— A senhora sabe quando este colar entrou em nossa família? — Levantei a questão.

— Por que este interesse repentino em uma coisa dessas? Com o que está curiosa Sabina? — Me encarou sobre os óculos de haste fina, certeza que estava desconfiando de alguma coisa.

— Estou apenas querendo saber mais... Tenho um trabalho de história para fazer, onde o tema é: artefatos antigos. Por esta razão achei que seria legal conhecer mais desta relíquia que parece ter passado por várias gerações, e acredito que deva ter alguma coisa a dizer sobre ele, afinal muitos itens assim se diziam imbuídos em poder.

— Oh, minha querida, sinto dizer mais este colar não possui tal poder. Não consigo dizer sobre a origem do colar, mas posso afirmar que tem estado em nossa família a pelo menos dez gerações, até onde tenho conhecimento. Assim como lhe dei, ganhei da minha avó... O mesmo não foi dado a minha mãe na época. Contudo, foi entregue a mim com um diário. — Aquela nova informação pareceu ser uma pista.

— O que era este diário? — Perguntei intrigada.

— É apenas isso, um diário com histórias, relatos e passagens aleatórias que não entenderia, não lhe entreguei porque achei que não era importante, li algumas páginas quando o ganhei, apesar disso, muita coisa ali era estranha e confusa. Acabei colocando em uma caixa e guardei, deve estar no sótão. — Vovó não estava muito convencida com minha desculpa e era visível isso, mas não tinha muito o que fazer.

— A senhora se importa se eu der uma olhadinha para ver se acho? Gostaria de ver se encontro alguma coisa nele, talvez possa ajudar em meu trabalho com alguma pista, ter uma prova que confirme, me daria maior credibilidade. — Sorri tentando convencer, mesmo não gostando de mentir, aquela era uma situação complicada demais para revelar toda verdade.

— Não me importo, pode procurar sem problemas. Porém, Sabina, sei que tem algo acontecendo, consigo ver isso com clareza apenas olhando em seus olhos, alguma coisa está diferente, mesmo sem saber porque está escondendo o que quer que seja, vou confiar em seu julgamento e não farei perguntas. Deve ter suas razões, mas saiba que pode contar comigo para o que precisar; por isso, pare de inventar histórias para tentar me convencer.

Senti um nó em minha garganta, ao mesmo tempo que sentia as lágrimas quererem sair, era incrível como minha vó tinha a sensibilidade de pegar as coisas no ar, e mesmo quando não as entendia. E me deixava confortável o suficiente para escolher o caminho que julgasse o melhor. Não tirava de mim a escolha, mas me concedia a opção do que fazer.

Tudo que menos queria era ter que mentir para ela, mas a verdade não podia ser dividida, afinal nem mesmo eu, ainda a conhecia completamente. Sam já havia partido, e preocupá-la com tudo isso, seria muita crueldade. Me levantei e minha avó fez o mesmo.

— Obrigado vovó. Quando entender tudo que está acontecendo, será a primeira que contarei tudo, mas neste momento preciso buscar as respostas por mim mesma.

— Entendo querida... Isso deve ser um mal de família. — Balançou a cabeça como se estivesse conformada com tudo aquilo.

— Por que a senhora diz isso? — Observei o tom de voz dela.

— Todas as mulheres da nossa família, tendem a serem curiosas e aventureiras, não é à toa que nossas antepassadas tem histórias incríveis, neste mesmo diário que mencionei vi alguns relatos tão surreais e incríveis que até pensei em copilar tudo e tentar publicar como um livro de contos, mas sendo um diário achei que era pessoal demais para fazer isso.

— Quais histórias são estas? — Perguntei intrigada.

— Para descobrir vai ter que lê-las, mas antes disso terá que encontrar o diário, acho que não preciso te mostrar o caminho do sótão não é mesmo? Vou preparar alguns cookies para levar a mercearia de Manolo.

— E, por que faria isso? Por acaso está tendo algum pretendente na jogada que não me contou? — Brinquei para descontrair um pouco.

— Não seja boba! Amei apenas um único homem em toda minha vida, e mesmo após sua morte continuo o amando como a primeira vez que o vi... O sinto sempre perto de mim, e será assim até que nos encontremos novamente. Sobre os cookies o senhor Jean me pediu para fazer para vender na mercearia, havia provado no centro comunitário que ajudo às vezes.

— Isso e bem legal, quando fizer me dá um? — a acompanhei até a cozinha.

— Mais é claro! Vou separar alguns para você levar para casa. — Sorriu enquanto pegava os ingredientes.

Ao passo que, seguia em direção ao sótão que ficava em um corredor, ali havia aquelas escadas oculta no teto, uma casa bem estilo filme americano, puxei uma cordinha que descia a escada, a abertura que dava ao sótão era relativamente grande.

Uma cortina de poeira preencheu o ar, quando a escada se desdobrou, me fazendo tossir. Me perguntei quanto tempo fazia que aquela portinhola não era aberta, assim que a crise de tosse passou, me fazendo até a lacrimejar, subi os degraus com cautela. O lugar estava completamente escuro, tentei me adaptar naquele breu, caminhei cuidadosamente para não tropeçar em nenhuma caixa ou qualquer coisa do tipo que tivesse em minha frente.

Estendendo os braços para frente, para antecipar qualquer imprevisto, senti minha mão tocar uma correntinha de metal, ao puxar, uma lâmpada de luz amarela se acendeu iluminando o lugar e me cegando momentaneamente. Instantes depois meus olhos se acostumaram com a claridade, apenas quando olhei em volta percebi o quanto de trabalho teria, para localizar o bendito do diário.

O lugar era um verdadeiro mausoléu, cheio de coisas antigas, me perguntava aonde minha avó tinha conseguido tanta coisa, mas era só olhar com um pouco mais de atenção, para entender que a grande maioria das coisas ali eram do meu avô. Apesar da vovó dizer que ele continuava presente, tudo que pertencia a ele foi retirado da casa, com exceção dos porta-retratos, acredito que tudo ali era uma lembrança constante.

Claro que minha avó gostava de se recordar do vovô, mas o vê-lo em tudo deveria machucar, e onde precisava ser lembrado ainda continuava vivo, que era na memória e no coração. Caminhei lentamente sentindo o piso sobre meus pés ranger e questionei se poderia resistir ao meu peso.

Este capitulo tem: 1

Oups ! Cette image n'est pas conforme à nos directives de contenu. Afin de continuer la publication, veuillez la retirer ou télécharger une autre image.

Este capitulo tem: 1.073 palavras

Pessoal aqui termina este capítulo, se gostou deixe seu voto e seu comentário, isso ajuda e incentiva a continuar trazendo o melhor para vocês.

O DESTINO DE KHONSUOù les histoires vivent. Découvrez maintenant