CAPÍTULO 16

9 3 36
                                    

— Quem realmente é você? — Mantinha uma distância que julgava segura dele, mesmo estando na cama, o engraçado era que tinha coisas que conseguia fazer, e outras não

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

— Quem realmente é você? — Mantinha uma distância que julgava segura dele, mesmo estando na cama, o engraçado era que tinha coisas que conseguia fazer, e outras não... Gritar era um perfeito exemplo disso, pois não conseguia, mas falar com ele sim. O que realmente estava acontecendo comigo?

Ignorando minha pergunta, se virou para janela, caminhou de forma silenciosa e firme até a mesma, a cortina bloqueava parte da luz que invadia o quarto, com a mão esquerda afastou o tecido, deixando toda a luz entrar por entre o vidro, seus olhos pareciam observar o nada.

— Você percebeu o quanto a noite está bela? Porém, não tanto quanto no passado, houve um tempo que este céu era repleto de estrelas que pareciam vários pontos brilhantes que piscavam na escuridão, uma visão quase mística... Você sabia que as estrelas tem inveja da lua? — Divagou olhando para a lua, e as poucas estrelas que estavam presente no céu aquela noite.

― Do que diabos está falando! Você por acaso é algum maluco? ―Me senti completamente perdida e confusa diante de toda aquela situação.

― HÁ, HÁ, HÁ. ― Gargalhou alto. ― Quem não é maluco neste mundo! Com tantas incertezas e mistérios que nos rodeiam, mas neste momento, estou me referindo as estrelas que sentem inveja da lua. ― Seus lábios se curvaram de divertimento durante toda aquela situação, os raios prateados tocaram seu colar o fazendo brilhar, tinha quase certeza de já ter visto aquele símbolo em algum lugar, apenas não conseguia me recordar de onde...

Tentando racionalizar, busquei avaliá-lo com cuidado, seus traços agora mais a mostra devido à lua, revelava feições marcadas, uma barba rala por fazer. Pela aparência devia estar na casa dos vinte anos, porém as suas roupas, me lembrou as vestes dos faraós da época do Egito, pelo menos o que já tinha visto nos filmes.

Foi com este pensamento, que me veio o estalo de onde havia visto aquele símbolo do colar dele, era um dos vários desenhos egípcios, não podia negar que ele era bonito de uma forma misteriosa, era como se o conhecesse de alguma forma. Se a estranha teoria que estava se formando em minha mente fosse verdade, e o que vi tivesse acontecido do meu gato se transformar em um garoto.

Mas com certeza aquilo não era possível de acontecer, afinal não era uma história de fantasia de algum livro, série, ou filme, seus olhos se viraram novamente para mim, encarando da mesma forma que havia feito dentro do ônibus em meu sonho, como se me enxergasse completamente mesmo sem que falasse nada. Porém, na desviei e sustentei o olhar quando ele falou:

― Você tem medo de mim? Pensa que possa te fazer algum mal? ― Seu tom era quase decepcionado, por sequer pensar aquilo, não continha ameaça ou intimidação em sua voz.

― Não tenho medo! ― Deixei as palavras escaparem de forma apressada, talvez para não deixar tão certo, o quanto estava com medo, não dele propriamente dito, mas de toda aquela situação, e mais uma vez perguntei: ― Vai me dizer quem é você agora, e o que está fazendo aqui?

Suas feições mudaram, o silêncio se tornou pesado, ele respirou fundo e deixou o ar escapar pelos seus lábios, esvaziando completamente seus pulmões, seus olhos me rastrearam, e sem aviso caminhou sem cerimônia em minha direção, me fazendo encostar minhas costas contra a parede. Não havia conseguido achar nada para usar como arma, ou meio de defesa, tudo que tinha entre mim e ele era o travesseiro, que com certeza não daria conta da tarefa de me proteger caso fosse necessário, eu o apertava com força.

― O que é isso que escuto? É o seu coração... Está batendo muito forte. ― Constatou o obvio a poucos centímetros de mim, podia praticamente sentir seu cheiro, era um aroma que jamais tinha sentido antes, uma mistura de sensações, como se houvesse alguma força invisível ali...

― Queria que estivesse como! Acordo com um estranho em meu quarto, sabe-se lá o que pretende fazer, fala um monte de coisas sem sentido, se parar para avaliar este cenário, estou me saindo muito bem, isso sim! Agora acho melhor você ir embora, antes que eu chame a polícia... Aí terá que falar estas sandices que está balbuciando diretamente para eles, será que vão acreditar?

Com velocidade nada humana se aproximou de mim rapidamente se colocando em cima da cama, sem me tocar me pressionou contra a parede, sentia aquela estranha pressão vinda do seu corpo, sua respiração era suave, completamente diferente da minha naquele momento, quando as palavras saíram novamente dos seus lábios, que mais parecia um sussurro como se tivesse medo que mais alguém além de mim, pudesse escutar.

― Deixando as brincadeiras de lado. Não se lembra mesmo de mim? Ou sabe quem sou? ― Pela primeira vez me pareceu um pouco confuso.

Balancei a cabeça, informando que realmente não sabia quem ele era, como certeza estava me confundindo com outra pessoa, porém não falei... Tinha medo de sua reação e como reagiria a isso, fora que tinha medo de minha voz me trair e falhar. Após alguns instantes em silêncio seu rosto se aproximou ainda mais do meu, pensei que iria tentar alguma coisa, havia fechado meu punho para socar sua cara.

Mas ele apenas aproximou seu rosto do meu ouvido, sua barba roçando minha pele me arrepiou, quase como um ronronar falou:

― Não se preocupe... Com o tempo saberá quem sou. Por hora, apenas saiba que estou aqui por você e apenas por você. Estive perdido por muito tempo, mas você me encontrou. ― Do que ele estava falando? Me perguntei enquanto meu coração parecia se apertar dentro do peito, sem nenhum motivo aparente.

Queria dizer que ele era maluco! Que não tinha como ter encontrado ele antes! Claro a não ser em meu sonho, mas com certeza não iria dizer isso a ele, cansada e confusa, fechei os olhos e deixei o ar que parecia ter estado preso em meus pulmões por um longo tempo, escapar pelos meus lábios. Quando abri os olhos estava novamente deitada em meu colchão, sentei rapidamente na cama olhando para todos os lados procurando o garoto, corri e acendi a luz, olhei em todo canto, mas não o encontrei.

Apenas o gato estava ali, deitado ao lado da minha cama, me encarou mexendo a cabeça para o lado, deu um curto miado mostrando suas presas, como se tentasse falar, descalça voltei para a cama. Ainda conseguia sentir meu coração acelerado, olhei para o teto, estava sem entender o que tinha ocorrido, aquilo havia sido um sonho? Com tudo aquilo não consegui saber quem era aquele garoto. Coloquei o travesseiro sobre meu rosto e abafei um grito de frustração que se libertou do meu interior.

Fiquei assim por alguns instantes antes de afastar o travesseiro para o lado e pegar o celular, olhei as horas, eram quase cinco da manhã, acordar na madrugada estava se tornando um mau hábito, ainda mais quando já tinha que levantar tão cedo.

Fiquei assim por alguns instantes antes de afastar o travesseiro para o lado e pegar o celular, olhei as horas, eram quase cinco da manhã, acordar na madrugada estava se tornando um mau hábito, ainda mais quando já tinha que levantar tão cedo

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Este capitulo tem: 1177 palavras

Pessoal aqui termina este capítulo, se gostou deixe seu voto e seu comentário, isso ajuda e incentiva a continuar trazendo o melhor para vocês.

O DESTINO DE KHONSUWhere stories live. Discover now