CAPÍTULO 63

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Precisava saber, se tinha sido ele que tinha arrancado aquelas páginas do diário, mesmo sem saber a razão que o levaria a fazer aquilo, aguardei pela resposta de Khonsu

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Precisava saber, se tinha sido ele que tinha arrancado aquelas páginas do diário, mesmo sem saber a razão que o levaria a fazer aquilo, aguardei pela resposta de Khonsu.

— Não. Por que a pergunta? — Indagou, voltando sua atenção para mim.

Será que confessaria se realmente fosse o culpado?

— Nada demais, apenas notei um certo interesse seu pelo diário da última vez. — Optei por não mencionar as páginas faltantes, ao menos por ora. Estávamos a caminho de encontrar um aliado ou um possível inimigo, e criar divisões entre nós não seria a decisão mais sábia.

— Quanto tempo até o motorista chegar? — Perguntou Khonsu, apoiando-se no batente que dividia a cozinha da sala de jantar.

Consultei o aplicativo no celular e vi que o motorista havia cancelado a corrida e já buscava outro. Não demorou muito para que um novo veículo fosse designado, chegando em menos tempo.

— O motorista anterior cancelou, mas outro chegará em quatro minutos. — Informei, terminando meu suco.

— Então, vamos. — Disse Khonsu, dirigindo-se à sala.

— Sim. — Concordei, seguindo-o.

Ao abrir a porta, saímos e esperamos o carro. Um sedan preto logo se aproximou. Confirmei o nome do motorista e a placa, em seguida entramos no veículo. O sol já começava a esquentar, mas o ar-condicionado do carro tornava a viagem mais agradável. O trânsito estava tranquilo, e chegamos ao restaurante em cinquenta minutos. Durante o trajeto, Khonsu falou pouco, parecendo distante. Questionava-me se sua atitude seria reflexo de nossa conversa anterior ou se havia acontecido algo que não sabia.

Ao descermos, observamos o restaurante atentamente, procurando por algo fora do comum. No entanto, tudo parecia normal. Havia um fluxo considerável de pessoas. O local era elegante, sem ser excessivamente sofisticado, e apresentava um charme rústico, com elementos que remetiam a construções egípcias. Fiquei surpresa; nunca imaginei que veria algo assim naquela cidade.

— O que quer fazer? — Questionou Khonsu ao meu lado.

Peguei o celular e olhei as horas; já passava das onze e vinte. Havíamos ficado ali por uns vinte minutos, olhamos à frente e demos duas voltas para ter certeza de que aquele era um lugar realmente seguro, nada fora do comum. Sendo assim, achei que era hora de entrarmos e esperar nosso convidado ilustre e descendente de Khonsu.

— Vamos esperar por Jahí lá dentro. Sei que estamos um pouco adiantados, mas como minha avó costuma dizer, é melhor adiantar do que atrasar.

Com apenas um aceno de cabeça, seguimos para o restaurante. Atravessamos uma faixa de pedestre e passamos pelas portas automáticas de vidro. Fomos recebidos por um homem em terno cinza-escuro.

— Olá, sejam bem-vindos ao Restaurante Galantia. O que posso ajudar?

— Acredito que têm uma reserva no nome do senhor Jahí para nós. — Disse o observando.

— Deve estar se referindo ao senhor Jahí Ramessu Walsh? — Sorriu de forma forçada, como se fosse uma tortura ser educado com todos que ali adentravam.

Olhei para Khonsu, percebendo que o sobrenome dele era o mesmo, mas o segundo nome nunca tinha ouvido falar.

— Isso mesmo. Me chamo Sabina, e este é Khonsu. — Apontei para o mesmo, que permanecia em silêncio atrás de mim, como se estivesse procurando alguma coisa.

O homem seguiu até um pequeno púlpito ao lado e abriu um livro de registro. Procurou pelos nomes, dando duas batidas leves ao encontrar os nomes sobre as páginas.

— Peço desculpas por qualquer inconveniente. A mesa está reservada. — Com um gesto, chamou uma moça. Com um conjuntinho cinza. — Quero que os acompanhe até a mesa 08.

— Sim, senhor! — Confirmou a moça, virando-se para nós. — Podem me acompanhar, por favor.

Assim a seguimos em silêncio, adentrando mais a fundo no restaurante. O ambiente era claro e maior do que aparentava. Havia paredes de vidro, enquanto as colunas eram feitas de pedra, simulando as mesmas pedras usadas para a construção das pirâmides. Meus olhos percorriam cada parte com deslumbre, questionando se deveria ter me vestido um pouco mais formal.

Chegando à mesa oval com quatro lugares, a moça apontou.

— Podem se sentar e ficarem à vontade. Nos foi informado que podem pedir o que quiserem.

— Este lugar é muito chique. — Confirmei quando estávamos a sós.

— Sim... Aqui está bem afastado das outras mesas, e a visão é muito ampla. Podemos ver todos, e poucos nos enxergam. — Khonsu respondeu, olhando ao redor com um ar de mistério.

Não demorou muito para um dos garçons se aproximar. Educadamente, perguntou se queríamos alguma coisa. Pedi duas sodas para refrescar do calor enquanto esperávamos por Jahí. Menos de cinco minutos depois, as bebidas chegaram.

— Khonsu, está tudo bem? Estou sentindo você muito estranho hoje. — Indaguei, dando um gole em minha bebida.

— Desculpe... Estou inquieto desde cedo e comecei a sentir algo diferente quando chegamos aqui. — Explicou Khonsu, levantando o motivo de sua estranheza.

— Seria a sua ligação de linhagem? Talvez Jahí já esteja aqui. — Sugeri, olhando para todos os lados.

Claro que fazer isso foi um pouco idiota, pois, por mais que tenha visto fotos de como era, poderia estar diferente das imagens que encontrei na internet, e reconhecê-lo diante das outras pessoas não seria tarefa fácil.

— Não sei dizer. Nunca senti isso antes. Apenas... — Antes que Khonsu pudesse terminar, um homem surgiu atrás dele, fazendo-o parar no mesmo instante e se virar para ele.

— Vocês devem ser Sabina e Khonsu. Peço desculpas por interrompê-los. Sou Jahí Ramessu Walsh, e é um prazer finalmente conhecê-los.

Jahí não era nem um pouco como imaginei que seria. Sendo um homem alto, com ombros largos, cabelos longos presos por uma trança jogada sobre um dos ombros. Sua barba era cheia, mas bem cuidada e aparada. Seus olhos mesclavam-se entre o tom verde e azul. Apesar de possuir uma certa idade, estava muito bem conservado. Os cabelos grisalhos, tanto no cabelo quanto na barba, davam um ar místico, como um mago ou sacerdote, claro, se desconsiderássemos o terno cinza grafite que usava, revelando sua elegância.

Nos levantamos enquanto ele se aproximava. Estendi a mão em sua direção nervosamente, Jahí a segurou prontamente com delicadeza. Sua mão era grande, quase cobrindo a minha por completo. Em seguida, cumprimentou Khonsu. Os dois se olharam por um longo tempo, sem soltarem as mãos, como se tentassem decifrar um ao outro, sem dizer nenhuma palavra, quase podia sentir a tensão no ar, com aquele choque de eras, o passado e o presente juntos.

 Os dois se olharam por um longo tempo, sem soltarem as mãos, como se tentassem decifrar um ao outro, sem dizer nenhuma palavra, quase podia sentir a tensão no ar, com aquele choque de eras, o passado e o presente juntos

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Este capitulo tem: 1.049 palavras

Pessoal aqui termina este capítulo, se gostou deixe seu voto e seu comentário, isso ajuda e incentiva a continuar trazendo o melhor para vocês.

O DESTINO DE KHONSUWhere stories live. Discover now