CAPÍTULO 31

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Passado

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Passado


Após minhas palavras Khonsu ponderou por vários segundos, não tinha como prometer algo que não iria cumprir, precisava ser sincera com ele, e comigo mesma, porém estava morrendo de medo do que viria a seguir, a expressão que Khonsu fazia era estranha, difícil de decifrar, mas sabia que não teria opção, caso fosse de fato importante para o que precisava fazer. Não iria mudar minha escolha, então cabia somente a ele escolher o que fazer, com um suspirou confirmou com a cabeça.

— Muito bem... Façamos como você deseja. — Uma pequena vitória em meio a tanta derrota, mas aquilo nem de longe significava que era uma coisa boa.

Aguardei ansiosa o início do que estava por vir, porém, seus olhos ainda pareciam buscar alguma coisa, nada falou, à medida que o tempo passava as batidas do meu coração parecia se acelerar ainda mais. Talvez estivesse antecipando, mas sabia que nada mudaria. Me questionei se o que Khonsu havia dito que era mesmo meu gato, se todos os seus sentidos e reflexos eram semelhantes a um felino, até que ponto poderia chegar sendo um homem com habilidades felinas.

Pensei imediatamente na mulher gato, claro que sem todo o couro, ou maquiagem, mas servia como um parâmetro para tomar como base, fora a força e flexibilidade, tinha audição aguçada, paladar apurado e sensível, e uma visão que poderia ver tão bem tanto de perto quanto de longe, mas com certeza deveria se destacar durante a noite. Mesmo com toda esta curiosidade repentina, o que mais desejava saber era qual era o meu papel em toda aquela montanha-russa.

Khonsu me observou com atenção, a intensidade de seus olhos era tamanha que era quase com uma mão invisível. Estávamos sentados um de frente para o outro, o vento se moveu discretamente, mas fora o suficiente para trazer o cheiro dele até meus pulmões.

― Então irei começar... Para entender tudo isso verdadeiramente, precisa conhecer a história completa desde o princípio. Por isso começarei falando que nasci em uma cidade, que não faz parte das muitas citadas em seus livros de história. ― Suas mãos se apoiavam em suas coxas. ― Mesmo com tudo que leu sobre o Egito, o que irei contar será uma novidade que pode até pensar que estou inventando, mas não é isso, se trata apenas de uma parte da história que não foi registrada, conhecido apenas por aqueles que viveram naquela mesma época.

Era muito estranho ver como o tom de voz de Khonsu oscilava, passando por vários sentimentos, talvez nem mesmo ele percebia isso, mas conseguia ver com muita clareza, naquele exato momento era uma melancolia, misturado com saudade. Por alguma razão imaginei que alguma lembrança estava se formando em sua mente ao mesmo tempo que falava, talvez conseguia compreender aquilo, pois às vezes acontecia comigo, quando pensava em meu irmão.

Muitos podem achar que era muito apegada a Sam, que não deveria existir uma ligação tão intensa, mas o que muitos não sabem é que existem ligações tão fortes que não podem ser explicadas, meu irmão sempre me protegia não importava qual fosse o perigo, tínhamos nossas brigas mais não durava muito. Deixei um sorriso surgir discretamente em meus lábios com aquele pensamento gentil.

Aquela proteção e conforto perdi, quando Sam se foi, era como se tivesse sido arrancado uma parte vital de quem eu era, e que jamais seria completa de novo... Seria apenas uma pessoa que perdeu alguém e se sentia triste para os outros, mas era bem mais que isso. Hoje vejo que estava tentando pegar o caminho mais fácil, quer era não sentir dor, evitar falar e pensar... Apenas esquecer! Mas claro que isso nunca funcionava.

Mesmo que lembrar doesse, era necessário passar por ela, não para superar, mas aceitar, pois, uma dor não se cura, apenas cicatriza e se torna um lembrete permanente do tínhamos e perdemos, e ficamos mais forte para seguir mesmo sem ter o que foi perdido. Tentar colocar em palavras tal sentimento e angustia era difícil, por isso nem me esforçava a fazer isso.

Mas sozinha no escuro e silêncio, começava com uma pequena pontada, que se transformava em uma pequena dor que ia apertando o peito, como se uma mão invisível apertasse aquele órgão com força, impedindo que o sangue circulasse, fazendo o coração se debater em uma tentativa vã de sobreviver, trazendo tontura e falta de ar, ao mesmo tempo que o chão parecia desaparecer. Tudo sumia quando isso acontecia, mas não durava muito, instantes depois pontadas como se agulhas estivessem sendo enfiadas nele, a ferida se abria dando espaço para um sentimento cruel e sombrio, como se a própria dor assumisse a forma da mão que segurava, ao puxar a agulha era como se fosse uma espada que saia dilacerando tudo de dentro para fora.

Alguns poucos instantes haviam passado na realidade, enquanto tinha todos aqueles pensamentos, que fizeram fechar a mão com firmeza. Khonsu narrava sua história informando que pertencia a uma família nobre do Egito, que cultuava os deuses egípcios.

Este capitulo tem: 836 palavras

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O DESTINO DE KHONSUOnde histórias criam vida. Descubra agora