CAPÍTULO 54

6 3 13
                                    

Minha mãe sempre foi muito sozinha, era tímida e filha única, não tinha ou conhecia seus parentes, além dos pais que acabaram morrendo em um acidente de carro, quando ainda era uma criança

¡Ay! Esta imagen no sigue nuestras pautas de contenido. Para continuar la publicación, intente quitarla o subir otra.

Minha mãe sempre foi muito sozinha, era tímida e filha única, não tinha ou conhecia seus parentes, além dos pais que acabaram morrendo em um acidente de carro, quando ainda era uma criança. Essa perda assombrou minha mãe por muitos anos, pois sempre se sentiu sozinha... Mas isso mudou apenas quando conheceu meu pai, tudo parecia novo e colorido para ela, mas quando o mesmo sumiu, isso acabou desencadeando vários gatilhos, trazendo um grande impacto em seu psicológicos, despertando transtornos, delírios, além de vários excessos de raiva explosiva.

Enquanto escutava Kim falar, permaneci em silêncio ao mesmo tempo que me surpreendia mais uma vez, com a gigantesca força que aquela garota demonstrava possuir, a insegurança que sentia talvez fosse apenas por conta de vários acontecimentos, surgindo um atrás do outro, minando sua própria percepção de si mesma. Porém, quem soubesse de tudo que tinha passado, vendo todo o cenário de fora, com toda certeza concordaria ao dizer que seria demais para qualquer um... Imagine para uma adolescente.

— Vamos de ônibus, ou acha que seria melhor chamarmos um Uber? — Questionei Kim, atraindo sua atenção para mim.

— Será bem mais rápido se chamarmos um Uber. — Confirmou, pegando seu aparelho celular, abrindo o aplicativo.

— Não quer que chame aqui? — Perguntei, mesmo sem sequer saber o endereço.

— Pode deixar que chamo. — Sorriu sem qualquer humor.

— Tudo bem. — Foi tudo que disse enquanto aguardávamos o motorista.

No aplicativo, mostrava que chegaria em cerca de dois minutos, ficamos no ponto de ônibus enquanto esperávamos.

— Não vai demorar. — Confirmou Kimberly.

— Sem problemas, hoje estou por sua conta. E como está com tudo isso? — Às vezes queria apenas ficar quieta e guardar aquelas coisas para mim, mas era um impulso muito mais forte do que eu. Conseguia sentir que ela não estava bem.

— Sabina... Às vezes nem mesmo sei como estou. A verdade é que não é muito fácil me abrir, não sei a razão por trás disso, talvez seja o medo de ver a pena nos olhares das pessoas, tentando entender o que não sabem, ou me consolar com palavras vazias. Provavelmente por isso, comecei a me retrair com o passar do tempo. — Suspirou pesarosamente.

— Acho que posso imaginar como é isso... — Apesar de não ser o mesmo, com certeza conseguia entender uma fração do que estava tentando dizer.

— Desde muito pequena, aprendi que o que os outros não sabem, não podem usar contra mim, por isso aquela minha atitude ríspida com você quando nos conhecemos.

— Sendo bem sincera, pensei que iria me bater naquele dia. — Sorri, tentando aliviar o clima. Claro que aquilo era verdade, fiquei com medo de apanhar aquele dia.

— Não chegaria a tanto. Se não me provocasse, é claro... Pode não parecer, mas você me ajudou bastante. Às vezes, a melhor ajuda é aquela não oferecida, mas dada, quando não tentamos ajudar. Isso faz algum sentido? — Perguntou, se sentindo confusa na sua tentativa de explicar.

— Acho que sim... — Confirmei enquanto percebia um carro se aproximar.

— O Uber está chegando. — Avisou Kimberly.

Instantes depois, o veículo parou ao nosso lado, confirmamos se era o nosso transporte, em seguida entramos e partimos para a clínica, já passava das oito horas da manhã. O percurso levaria cerca de uns quarenta minutos. Durante todo o caminho, Kim ficou em silêncio, olhando para a paisagem que passava rapidamente pelo lado de fora.

Quando finalmente chegamos, percebi a expressão distante de Kim se transformar em uma versão endurecida, como se houvesse colocado uma máscara de mármore sobre seu rosto para esconder todo e qualquer sentimento.

Ainda dentro do carro, perguntei:

— Tem certeza de que está tudo bem? — O veículo parou na entrada da clínica.

— Sim... — Apesar da resposta, sabia que não estava bem, mas estava tentando parecer.

Depois disso, saímos do carro, enquanto o veículo seguia seu rumo, nos direcionávamos para a entrada da clínica, seguindo até a recepção, ali encontramos uma moça que estava em uma ligação. Assim que nos viu, sorriu, pedindo um minuto com um gesto, assim que terminou, se virou para nós.

— Peço desculpas, estava com um dos médicos em ligação, não podia interromper, mas o que posso ajudar vocês? — Sorriu de forma automática, revelando seus dentes impecavelmente brancos. Seus cabelos médios estavam parcialmente amarrados enquanto uma franja se formava com parte do cabelo.

— Viemos fazer uma visita. — Informou Kim para a moça, sem dar muitos detalhes.

— Ah sim! Qual o nome do paciente? — Perguntou, voltando sua atenção para a tela do computador diante seus olhos.

— Miranda Berrony. — Não sabia sequer o nome da mãe da Kim, e ao ouvi-lo fiquei surpresa, pois o nome e o sobrenome pareciam ser quase uma coisa só, a sonoridade era bastante agradável.

— Um momento, por favor, enquanto procuro. — A moça digitou algumas coisas antes de voltar sua atenção para nós. — Miranda Berrony, quarto 21, ala 3. Vocês podem seguir por este corredor até o final, em seguida vire à esquerda, adiante verão um pátio com área verde, onde os pacientes podem receber os visitantes. — Sorriu mais uma vez sem qualquer verdade naquela expressão.

— Obrigada. — Foi tudo que Kim disse.

— Algo mais que possa ajudar? — A moça perguntou, pousando seus olhos sobre nós.

— Apenas isso... — Confirmou Kim, me puxando pelo braço, dando as costas para ela.

— Você já veio aqui antes? — Questionei Kimberly sem saber se aquela era a mesma clínica em que sua mãe já havia sido internada anteriormente.

— Sim. Essa é a única clínica da região que consegue tratar casos especiais e pouco conhecidos, como os da minha mãe, acho que podemos colocar desta forma.

— Se é assim, por que a moça na recepção não a reconheceu? Imaginei que já saberiam quem vem visitar, ou não, os pacientes.

— O que acontece é que os funcionários aqui trabalham com escalas e turnos alternados, muitas vezes sendo trocados. Em seis meses, muita coisa pode acontecer e mudar, até mesmo o quadro de funcionários, por isso acabo não me importando muito com estes detalhes quando venho ver minha mãe. — As palavras de Kim eram frias, quase sem emoção.

Era estranho demais ver a voz de Kim sem toda aquela intensidade e energia, mesmo imaginando que isso se dava ao fato de estar vindo visitar sua mãe, entretanto era anormal vê-la agir daquele jeito.


Este capitulo tem: 1

¡Ay! Esta imagen no sigue nuestras pautas de contenido. Para continuar la publicación, intente quitarla o subir otra.

Este capitulo tem: 1.032 palavras

Pessoal aqui termina este capítulo, se gostou deixe seu voto e seu comentário, isso ajuda e incentiva a continuar trazendo o melhor para vocês.

O DESTINO DE KHONSUDonde viven las historias. Descúbrelo ahora