CAPÍTULO 68

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Permanecíamos em nossos lugares, meu olhar perdido no horizonte

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Permanecíamos em nossos lugares, meu olhar perdido no horizonte. Não conseguia encarar o homem à minha frente; meus pensamentos estavam em tumulto com tudo o que havia sido revelado. Khonsu segurou minha mão com uma firmeza que transmitia ternura, e pude sentir o calor reconfortante que emanava de seu ser.

— Preciso me retirar agora. Caso precisem de mim, têm meu contato. Peço desculpas por qualquer desconforto causado, mas compreendam, esta situação não é fácil para ninguém... — Com um gesto respeitoso, fez uma breve reverência e se afastou, seguido de perto pelos seguranças que lançaram um olhar fugaz em nossa direção.

A tensão era quase tangível. Khonsu e eu trocamos olhares, ainda com as mãos entrelaçadas. A responsabilidade de salvar o mundo pesava sobre nossos ombros, e a incerteza do futuro era avassaladora.

— Sabina... — Khonsu pronunciou meu nome com uma voz que era um bálsamo para a alma. — Juntos, encontraremos um caminho. Aconteça o que acontecer, estaremos um ao lado do outro.

Encontrei seus olhos dourados, que brilhavam com uma determinação inabalável, embora uma sombra de insegurança ainda pairasse neles. A chama ancestral, que jazia adormecida em meu interior, começou a pulsar com mais força. Não era apenas meu fardo; era nosso. E, juntos, teríamos que navegar pelo desconhecido e enfrentar as consequências que viriam.

— Vamos, Khonsu — Declarei, minha voz ressoando com uma firmeza que desmentia o medo que me consumia por dentro.

— Não quer almoçar antes? — Indagou Khonsu, sua preocupação evidente.

— Qualquer apetite que eu tivesse se esvaiu com essas revelações — Respondi, esboçando um sorriso trêmulo.

— Entendo... Sinto que meu tempo está se esgotando, e temo que a transformação possa ocorrer a qualquer instante.

— Mais um motivo para partirmos agora — Afirmei, enquanto nos erguíamos.

— Está certo, mas receio que não conseguirei chegar em casa antes que a transformação se inicie — Alertou Khonsu.

— Então devemos sair daqui imediatamente. Observei que há um parque nas proximidades; você poderá se transformar lá. Depois, iremos para casa — Disse, ponderando sobre os desafios que nos aguardavam.

Com isso, deixamos o restaurante Galantia. Ao passar pela porta, lancei um último olhar para trás e julguei ter visto Atena na varanda superior, mas foi apenas um vislumbre fugaz. Cruzamos a rua e nos dirigimos ao parque, onde Khonsu rapidamente se adentrou na vegetação. Mantive-me a uma distância segura, atenta a qualquer sinal de visitantes indesejados.

Enquanto aguardava, meu celular vibrou. Era uma mensagem de Jahí, contendo a localização aproximada de onde o portal se abriria, além da placa de um carro, modelo e cor, um telefone e um nome do motorista.

"Este carro estará à sua disposição... Está na entrada do restaurante. O motorista se chama Crispim, é alguém de minha inteira confiança. Podem chamá-lo sempre que desejarem. O veículo é um Onix Plus, sedan cinza grafite."

O DESTINO DE KHONSUWhere stories live. Discover now