O DESTINO DE KHONSU

CAPÍTULO 21

Mistério

Encontrei com Kim no corredor, meus olhos ainda procuravam o aluno transferido, e isso ficou evidente por isso perguntou:

― O que está procurando? ― Parou na minha frente, atraindo a atenção para ela.

Não queria entrar em detalhes sobre aquele assunto, afinal ainda estava querendo acreditar que tudo aquilo era apenas um sonho... Mas a medida que o tempo ia passando esta alternativa se tornava mais distante da realidade, não iria acordar em minha cama, como aconteceu das outras vezes.

― Não é nada... Vamos para a próxima aula? ― Tentei mudar de assunto.

Ainda estava pensativa sobre tudo aquilo, Khonsu não estava na mesma aula que a gente, Kim se sentou na cadeira a minha frente, foi apenas naquele momento que notei que tinha alguma coisa diferente nela, apenas não sabia o que era. Quando ia perguntar, a professora adentrou a sala, fechando a porta.

Sem rodeios começou a ministrar sua aula, explicando os motivos que existiam nos países do oriente médio, fiquei intrigada com Kim, e decidi prestar mais atenção, e o notei foi que desenhava nas páginas finais de seu caderno. Para minha surpresa estava fazendo um auto-retrato do seu pai com uma riqueza de detalhes que quase parecia uma foto, porém não era nenhuma das que vi em sua casa, parecia um pouco mais velho com uma barba volumosa, cabelos mais curtos, mas com aqueles mesmos traços marcantes que eram seus olhos e sorriso, traços que Kimberly herdou dele.

Tivemos duas aulas seguidas de história, o que foi uma verdadeira tortura, na sala os alunos se misturavam entre os mais diversos tipos, mas todos de alguma forma pareciam entediados por causa daquela aula, talvez por ser um tema pesado e profundo, faltava uma metodologia mais dinâmica para prender a atenção dos alunos. Vi alguns até mesmo mexerem no celular, uma prática que era proibida durante as aulas, outros conversavam baixinho, alguns preferiam ser mais discretos como a Amanda que passava bilhetinho por baixo das cadeiras entre suas "amigas", em uma destas trocas de bilhetes seus olhos cruzaram os com os meus, ergueu uma sobrancelha de forma desdenhosa como se debochasse de mim em silêncio, em seguida recebeu um dos bilhetes no telefone sem fio.

Assim que o intervalo chegou, todos seguiram para o refeitório, Kim me acompanhou, ao mesmo tempo que monitorava todas as direções discretamente com se pudesse encontrar o aluno transferido a qualquer momento. Porém, tudo que captei foram boatos que começaram a circular pelos corredores e mesas, o tema como dava para imaginar era sobre Khonsu Ramessu, que mais que um aluno estrangeiro era um príncipe e que seu intercambio era uma desculpa, que seu real propósito era encontrar uma esposa.

Balancei a cabeça não acreditando no que estava ouvindo, aquela conversa não fazia nenhum sentido, afinal por qual razão um príncipe sairia de seu país de origem para encontrar uma pessoa que não entende seus costumes, ou sabe suas tradições? Isso apenas acontece nos filmes românticos da Netflix. Vi risinhos vindo da mesa onde estava Amanda, e logo conectei os pontos, fora ela que estava espalhando aqueles boatos, aquilo apenas me alertava que havia sido muito idiota em acreditar que um dia foi minha amiga.

Uma garota ardilosa e manipuladora, que usava qualquer um para seu próprio benefício, não me dei conta que estava apenas sendo mais um degrau nos objetivos fúteis dela. Quando nossa amizade começou, foi inesperado, pelo menos para mim... Havíamos nos encontrado por acaso no shopping, hoje me pergunto se realmente foi um mero acaso, estava uma das lojas de roupas, a vendedora tinha apenas uma peça que nós duas queríamos. Pensei que teria que brigar por aquela peça caso a quisesse, e que assim como eu, ela não abriria mão da mesma forma, mas algo em seus olhos demonstrava que isso não iria acontecer.

Desistiu da peça sem muita resistência, apenas se apresentou, notei que já havia visto ela no colégio, mas não sabia seu nome, nunca tivemos a chance de falar, até aquele momento. Cautelosa com aquela situação, apenas agradeci de forma educada, em seguida Amanda puxou assunto, dizendo que era melhor eu ficar com aquela peça, pois ela combinava melhor comigo, e que se quisesse poderíamos reunir as meninas para sair qualquer dia. Seu tom era amigável com se já fossemos boas amigas, o que não éramos, pelo menos naquele primeiro encontro, ela havia se mudado para a cidade havia seis meses, e estava tentando se enturmar, pelo menos foi o que imaginei.

Depois desse dia sempre que me via no colégio me cumprimentava, pegou meu contato, depois de um tempo começamos a ter algumas aulas juntas, na época participava do grupo das líderes de torcida, Amanda logo se candidatou para ser membro da equipe, não entendi muito bem o motivo para resolver fazer aquilo, porém era bastante atlética e flexível, não foi um desafio para ela pegar as coreografias.

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Pessoal aqui termina este capítulo, se gostou deixe seu voto e seu comentário, isso ajuda e incentiva a continuar trazendo o melhor para vocês.