CAPÍTULO 73

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— Acho que vou adiantar o relatório para conseguir dormir um pouco

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— Acho que vou adiantar o relatório para conseguir dormir um pouco. Querida, tenha um bom dia. — Disse minha mãe, dando um beijo em minha testa e saindo para o escritório.

Meu celular vibrou, mostrando uma mensagem de Kim dizendo que estava chegando. Meu pai e eu terminamos nosso café em silêncio, e então as batidas na porta soaram. Levantei-me e fui atender.

Kim entrou, ficando surpresa ao ver meu pai ali. Ela deu bom dia e acenou em sua direção. Peguei minhas coisas e saí, querendo deixar meu pai fazer o que precisava.

— Vamos? — Disse, puxando Kim para fora.

— Por que seu pai está em casa? — Perguntou assim que fechei a porta atrás de nós.

— Os dois estavam de plantão e chegaram há pouco tempo do hospital. — Informei.

— Por isso os olhos estavam vermelhos... — Mencionou Kim enquanto caminhávamos.

— Os dois pareciam bem cansados. — Emendei.

— Posso imaginar... não deve ser nada fácil. — Soou seria, mas durou apenas o tempo de falar a frase seguinte. — O eclipse é hoje! — A empolgação de Kim sobre o fenômeno que iria acontecer era quase palpável.

— Está mesmo bastante animada. — Comentei, observando-a.

— Com toda certeza, você pode apostar nisso. — Sorriu ela enquanto chegávamos ao ponto de ônibus.

Ficamos conversando enquanto esperávamos o transporte. Não demorou muito para o ônibus virar a esquina, como sempre fazia. Talvez aquela seria minha última vez indo com Kim para a escola ou pegando o ônibus. Pensar nisso me deixava muito triste, então tentei não focar naquilo.

Assim seguimos para o colégio. Enquanto tentava me manter no presente, o dia anterior passou rápido, mas hoje me parecia que seria do mesmo jeito. Chegamos aos grandes portões, e muitos comentavam sobre o eclipse, especialmente depois da visita do curador Jahí. Era o assunto do momento.

Teria apenas a primeira aula com Kim. Assim seguimos para a sala, nos sentamos e ali fiquei, olhando para a professora, mas sem realmente enxergá-la ou ouvir o que estava dizendo. Era como se apenas meu corpo estivesse ali. O tempo ia passando, e a hora ia se aproximando. Por mais que quisesse parecer forte, corajosa e destemida, a verdade era que estava com muito medo.

As aulas passaram assim, tentando não pensar no inevitável, mas sem conseguir. Minha cabeça estava em outro lugar. Minha meta de cursar medicina agora parecia um sonho pequeno, que jamais conseguiria realizar. Com esses pensamentos sombrios e desoladores, passei todo o dia.

Quando as aulas terminaram, Kim e eu seguimos para casa. Durante o caminho, pouco falei, enquanto Kim esbanjava energia e alegria. Quando minha parada chegou, dei um forte abraço nela, segurei-a por alguns segundos e me despedi, contendo a emoção para que as lágrimas não caíssem. Kim me olhou sem entender nada e apenas se despediu, enquanto me direcionava para fora do ônibus.

O DESTINO DE KHONSUWhere stories live. Discover now