O DESTINO DE KHONSU

CAPÍTULO 11

Olhando para ela, jamais imaginaria que estaria indo para aquele tipo de colégio, cheio de regras e normativas, por um instante pensei que era coisa do destino, mesmo que não acreditasse nestas coisas. Mas a coincidência era grande demais para não cogitar esta possibilidade. Sem percebermos o tempo passou enquanto conversávamos, assim que o ônibus parou, descemos, vários alunos entravam no colégio.

Uma estranha sensação me fazia sentir uma energia vibrante vindo da Kim, o que era um contraste oposto ao seu estilo dark, assim que se sentiu mais confortável, mostrou seu lado mais extrovertido e sem armadura. O tipo de pessoa que não tinha medo de fazer as coisas, apenas Kim não estava de uniforme, deixando evidente que ela não fazia parte daquele lugar.

— Você vai precisar de um uniforme. — Comentei à medida que todos começavam a olhar para ela de forma acusadora.

— Estou sabendo... O colégio não tinha minha numeração, mas deve chegar esta semana, então aproveitei a chance de me vestir como gosto, já que este será um privilégio que perderei, sei que os dias estão contatos. — Brincou Kim, sem se preocupar com os olhares que vinham em sua direção.

— Pense nisso como uma prisão de regime semi-aberto, você fica fora o dia todo e só volta para dormir, este colégio é quase o mesmo, somos obrigados a usar uniforme todos os dias, apenas uma vez no mês temos a chance de vir como quisermos.

— O que realmente que dizer com vim como quisermos, é de vestimenta menos formal, pois tenho a sensação que como quisermos é algo que não se encaixa muito nas normas deste colégio. — Brincou Kim, apontando para a construção que se destacava diante nossos olhos. — Mas sua comparação com uma prisão foi perfeita, ilustra bem a situação.

Visualmente falando, o colégio não parecia nada com uma prisão, aquele lugar possuía "tradição", como gostam sempre de frisar, com mais de cem anos de existência, onde trinta deles foram dedicados ao ensino. Sendo uma das instituições mais renomadas, conhecida com uma das elites das redes de ensino particular.

A arquitetura do lugar se assemelhava a um castelo, talvez a ideia fosse passar realmente está imponência a todos que vissem, completamente rodeada por muros altos, havia apenas dois portões que eram o portão da frente e outro nos fundos.

Dentro do espaço que fazia parte do colégio, havia em torno de quatro pavilhões, fora o pátio e área ao ar livre, assim como uma floresta, um campo de futebol e uma quadra de basquete. Todo o lugar era feito com enormes blocos de pedras, uma vez dentro acompanhei Kim até a secretaria, aonde se apresentaria a diretora e pegaria sua grade de horário, a esperei do lado de fora, conseguia vê-la pela janela enquanto a secretaria buscava a grade dela.

Não demorou para que a mesma fosse impressa e entregue nas mãos de Kimbely, em seguida apontou com o indicador, algum lugar específico no papel. Deduzi que seria um termo de comparecimento, ou presença, aquelas burocracias sem sentido. Kim concordou com ela, em seguida saiu fechando a porta, trouxe a sua grade mostrando para mim. A primeira aula dela seria na mesma sala, tínhamos o primeiro tempo juntas, a matemática nos aguardava, o dia realmente prometia.

Seguíamos pelo corredor, enquanto todos pareciam apressados, pela primeira vez não senti aqueles olhares sobre mim desde a morte do meu irmão, conseguia entender correria deles, um colégio grande como aquele era muito fácil se perder, ou não chegar a tempo na sala de aula, que poderia ser no final do corredor no último pavilhão.

Para nossa sorte estávamos no correto, tudo que precisávamos fazer era seguir até o final do corredor, virar à esquerda e entrar na quarta porta do lado direito. Enquanto seguíamos ao nosso destino, contei a Kim sobre o gato que resgatei noite passada, ela perguntou se já tinha dado um nome para ele...

Informei que não tinha conseguido escolher, mas que estava em processo, perguntei se gostaria de conhecê-lo, depois que as aulas acabassem, aproveitaria e mostraria um pouco a cidade para conhecer melhor o lugar que havia se mudado. Posso imaginar como deve ser difícil, ser a garota nova, mesmo estando acostumada com a mudança, ter que sempre recomeçar, o mesmo processo sempre deveria ser bem cansativo, sem contar deixar tudo para trás.

Foi apenas após a morte do meu irmão, que percebi quem realmente eram meus amigos, a clareza daquela revelação me mostrou que a maioria estava comigo apenas por interesse, hoje me sentia deslocada, como se fosse uma aluna novata assim como a própria Kim.

Este capitulo tem: 764 palavras

Pessoal aqui termina este capítulo, se gostou deixe seu voto e seu comentário, isso ajuda e incentiva a continuar trazendo o melhor para vocês.