CAPÍTULO 40

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Em sua busca de me encontrar acabou cruzando com alguns devotos sombrios de Anúbis, a ouvi gritar, me encontrava a poucos metros de onde tudo estava acontecendo, Zahra lutou bravamente para escapar

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Em sua busca de me encontrar acabou cruzando com alguns devotos sombrios de Anúbis, a ouvi gritar, me encontrava a poucos metros de onde tudo estava acontecendo, Zahra lutou bravamente para escapar. Entretanto, havia muitos deles, sai do meu lugar secreto que ficava perto de um oásis que naquele tempo existia com mais frequências no que atualmente.

Ao longe conseguia ver minha irmã se debater sem parar, mas não era suficiente para conseguir se libertar, chutou as partes baixas de um dos devotos que urrou de dor se ajoelhando no chão, ao mesmo tempo que uma pancada forte na cabeça a nocauteou. Seu corpo amoleceu no mesmo instante, sendo amparada pelo... O homem que bateu em sua cabeça a jogando sobre o seu ombro como se não fosse nada.

Apenas me lembrar disso me dava calafrios, era como reviver tudo aquilo novamente, pois não consegui evitar que aquilo acontecesse, e Zahra só havia sido pega por minha causa! Como era ignorante... Se soubesse pelo menos um terço do que sei hoje, as coisas teriam sido diferentes. Mas mesmo com isso não significava que as coisas seriam melhores.

Mesmo que não acreditasse que os deuses existissem, me deixei cegar e não percebi os sinais que estavam diante dos meus olhos. Como estranhos olhares e sussurros quando algum filho de Bastet era visto, ou passava perto deles... Fui negligente e agora estava pagando o preço pelas minhas ações.

Enquanto corria atrás dos devotos sombrios, meus pensamentos eram levados até meus pais na decepção que deveria estar presente em seus rostos, na preocupação da minha mãe, e na tristeza do meu pai... Tudo aquilo me feria como um punhal preso ao meu peito. Durante o tempo em que corria, os devotos faziam o mesmo, por isso não era uma tarefa fácil encurtar a distância entre nós.

O caminho que estavam tomando, só poderia levar a um lugar, e este era o tempo de Anúbis, na frente havia uma enorme estatua de um homem com cabeça de chacal segurando em sua mão direita o cetro e na esquerda a chave que representava a vida e a morte, porém o seu maior símbolo de poder era seu chicote que se encontrava enrolado em sua cintura.

Assim que entraram encurtei a distância saltando entre os telhados das casas para que não me vissem chegando, no templo entrei por uma passagem secreta que poucos conheciam, se não fossem devotos do templo de Anúbis. Descobri aquela passagem por acaso, por ver um dos anciões usando discretamente, para não ser visto pelos outros, não suspeitei naquela época mais agora... Se tivesse contado isso ao meu pai, teria mudado alguma coisa?

Era difícil não remoer o passado, mesmo sabendo que não podia mudá-lo, às vezes aquelas dúvidas permeavam meus pensamentos, lembrar daqueles momentos me transportava para aquele período do tempo, conseguia sentir todas as sensações que me dominavam naquela ocasião. Uma vez dentro do templo, o frio parecia dominar, mesmo estando em um deserto, o que era muito estranho, o ar era pesado e as sombras parecia sugar a pouco luz que aquele templo possuía.

Minha atenção foi atraída pela chama azul que queimava em uma pira, no centro do tempo, havia uma pilastra na altura da cintura, atrás dela uma estátua de Anúbis em tamanho humano. Era algo que nunca tinha visto igual, a postura e a forma transmitiam um pavor capaz de congelar até mesmo o sangue nas veias, a escultura parecia viva!

Havia duas fileiras de pessoas encapuzadas, entoando um cântico estranho, o tapete que levava até a pira era roxo, a chama azul dançava no braseiro enquanto as sombras pareciam fazer o semblante da estátua se mover. O devoto que havia nocauteado minha irmã adentrou o salão com ela em seu ombro, foi quando o homem na frente retirou o capuz revelando seu rosto.

― O sacrifício chegou! ― Sorriu de forma perversa.

O encapuzado andou pelo tapete enquanto os outros cantavam ainda mais alto, batendo os pés no chão, como se precisassem manter um ritmo. O homem sem capuz reconheci como sendo o ancião chefe dos fiéis de Anúbis, sacou uma adaga de sua cintura por dentro do manto, a lâmina brilhou perigosa em sua mão quando a chama azul que queimava refletia em sua lâmina.

Aquele devoto que carregava minha irmã a colocou sobre uma espécie de bancada, que era usada para sacrifícios e oferendas, Zahra ainda estava desacordada. Meu coração parecia um tambor dentro do meu peito, queria correr até onde estava e libertá-la imediatamente, mas sabia que não conseguiria fazer isso... Estávamos no templo de Anúbis, me encontrava sozinho e minha irmã desacordada, como poderia sair dali com tantos devotos sombrios? Todos escondiam seus rostos, não sabia o que esperar, alguns poderiam ser amigos que haviam sido iludidos pelas mentiras que foram contadas, meus olhos avaliavam a situação, e tudo que meu cérebro me dizia era que não tinha como sair vitorioso naquela situação, pois não havia quase nenhuma abertura, além da porta principal, duas passagens secretas e a entrada que usei para chegar até aquele lugar.

O ancião tocou o rosto da minha irmã com ternura, como se acariciasse um neto, mais nenhum avô faria o que estava prestes a fazer! Usando um pequeno frasco passou próximo ao nariz da minha irmã, que imediatamente começou a reagir, gemendo ainda sem entender o que estava acontecendo. Assim que seus olhos se focaram no presente, vi o pavor preencher seu semblante, sua boca estava amordaçada, seus pés e mãos estavam amarrados.

Zahra se contorceu gemendo entre a mordaça, as lágrimas começaram a escorrer de seu rosto revelando o seu medo, era apenas uma criança! Malditos! Pensei comigo mesmo me segurando para não avançar sem pensar contra eles, a fúria era tão grande que mordi o lado interno da boca sentindo o gosto de sangue preencher o interior da minha boca.

O ancião usou a ponta dos dedos para secar as lágrimas da minha irmã, não tinha percebido que em sua mão segurava um colar, o mesmo tinha o símbolo de ankh que parecia muito com um a cruz, que representava o símbolo da vida. O que era uma verdadeira ironia já que a vida da minha irmã corria perigo. Colocou o colar sobre o pescoço dela que se debatia para impedi-lo, mas era inútil, estava presa e indefesa. Mesmo livre, me sentia completamente amarrado naquela situação impotente que me encontrava.

Dois outros encapuzados tomaram a frente, vindo um de cada lado do ancião, um trazia uma tigela de barro com desenhos feito a mão, enquanto o outro segurava a adaga de lâmina escura que fora entregue a ele pelo ancião, os dois se retiraram, se afastando, mas ficando perto caso fossem requisitados, se virando para os demais, com um gesto fez todos se silenciarem.

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Este capitulo tem: 1.131 palavras

Pessoal aqui termina este capítulo, se gostou deixe seu voto e seu comentário, isso ajuda e incentiva a continuar trazendo o melhor para vocês.

O DESTINO DE KHONSUWhere stories live. Discover now