CAPÍTULO 53

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Claro que seria bem difícil dizer exatamente como reagiu já que falaram apenas por telefone, mas fiquei curiosa em saber como o descendente de Khonsu reagia diante de tudo aquilo, afinal, tudo que leu e achou ser apenas histórias estava se mostran...

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Claro que seria bem difícil dizer exatamente como reagiu já que falaram apenas por telefone, mas fiquei curiosa em saber como o descendente de Khonsu reagia diante de tudo aquilo, afinal, tudo que leu e achou ser apenas histórias estava se mostrando real e verdadeiro diante seus olhos.

— Não tem como confirmar nada, mas demonstrou surpresa, porém não perguntou de você ou mesmo de mim. Após dizer tudo que precisava, apenas informou que tentaria chegar quanto antes, para nos encontrarmos.

— Isso não pareceu suspeito? — Perguntei o encarando. — Vamos ter que esperar para ver o que vai sair disso, você deu nosso endereço? — Senti um pouco de pânico brotar no fundo do meu estômago.

— Não se preocupe... Não passei o endereço, informei apenas a cidade, quando a hora chegar iremos marcar um encontro em lugar neutro. Quero te expor o mínimo possível, além do que, tudo isso pode ser um tiro no próprio pé, então é melhor sermos cautelosos e não dar mais munição ao inimigo.

Aquela escolha de palavras não me tranquilizou, na verdade, fez exatamente o oposto.

— Por que está dizendo isso? — Perguntei querendo saber o que estava acontecendo, a postura de Khonsu estava muita estranha.

— Não me entenda errado, mas mesmo tendo o meu sangue, não o conheço, não sei o que pensa sobre mim, nem como estou classificado em seu ranking de pessoas que mais gosta. Talvez Jahi até me odeie, mesmo sendo um parente distante não quer dizer que tenha algum apreço ou lealdade para comigo, nada garante que possa nos ajudar.

Khonsu deu uma pausa me observando, talvez percebendo que não deveria ter externado seus pensamentos, mas o fazê-lo também me fez abri a mente, me fazendo notar que estava sendo muito ingênua ao acreditar que tudo poderia ser tão simples.

— Não se preocupe! Mesmo que não seja como minha irmã e queira nos ajudar, vamos fazer este encontro ter algum proveito, seja por curiosidade ou dever, vamos esperar para descobrir. Afinal, não podemos tirar conclusões apressadamente. — Notava o que Khonsu estava fazendo, tentava minimizar um pouco tudo aquilo que tinha falado, mas já era tarde.

— Difícil não me preocupar... — Deixei que as palavras escapassem de forma pesarosa, abaixando o olhar.

— Estou aqui e não deixarei que nada aconteça! Nem a você, ou sua família, jamais deixarei que alguma coisa coloque vocês em risco por minha causa.

Tudo aquilo era bastante arriscado, não tinha me dado conta da loucura que sugeri Khonsu fazer, somente naquele momento estava refletindo com mais cuidado e nas consequências que aquilo poderia ocasionar. No entanto, já era tarde, mesmo repensando como aquela tinha sido uma péssima ideia, agora até mesmo ir para o Egito parecia mais certo, o que estava feito não podia ser desfeito, nada mudaria com isso, o jeito era segurar o pânico que começava a crescer em mim.

— E como planeja fazer isso na sua forma de gato? Miado com raiva para ele, ou balançar sua calda violentamente como um porrete na cara dele... Melhor! Usar suas garras afiadas para cegá-lo. — Deixei a frustração se transformar em sarcasmo.

Khonsu apenas sorriu de forma leve, e por um momento percebi que o sorriso dele era muito bonito.

— Este seu humor ácido em momentos tensos é muito engraçado. Porém, o que vamos fazer é esperar por Jahi, se o elo entre nós existir, poderei dizer se é um amigo ou inimigo, mesmo que seja uma ligação fraca e limitada. Até lá, sigamos como estamos fazendo.

Não tínhamos outras opções, a não ser esperar e pagar para ver, o que sairia deste encontro com o seu descendente, até este momento chegar, ter que controlar minha ansiedade e angústia que estavam à flor da pele. Sem saber se podíamos confiar em Jahi era uma questão problemática. Durante a semana que se seguiu, fiquei bastante inquieta e apreensiva, fazendo até mesmo Kim notar minha agitação.

Claro que não podia explicar as razões por trás disso, mesmo que quisesse muito fazer; e agradeci por não me perguntar, acredito que também tinha coisas que a preocupava, pois me avisou que tinha conseguido marcar a visita da sua mãe no mesmo período que tudo isso estava acontecendo, tirando um pouco do foco das coisas suspeitas e estranhas que estavam a minha volta.

Por mais agradecida que estivesse de não ter que me explicar para Kim, me sentia um pouco mal com tudo aquilo, pois poderia parecer até mesmo insensível da minha parte, mas não era nada disso, porém o gosto amargo ainda permanecia, não queria ficar mentindo para minha melhor amiga. Enquanto minha mente entrava em conflito, Jahi entrou em contato por mensagem informando que havia chegado ao país e que precisava resolver apenas alguns assuntos referentes aos artefatos, mas que logo após isso estaria livre para nos encontrarmos.

Kimberly me avisou o dia da visita, então marquei o encontro com o descendente de Khonsu para o dia seguinte, dei prioridade para a visita, pois não iria perder esta chance de conhecer mais sobre o passado de Kim, e nem sua mãe... A visita seria em um sábado e, como a clínica ficava em outra cidade, teríamos que sair bem cedo.

Quando o dia começou a clarear, ouvi as batidas na porta, era Kim com um semblante sério e até um pouco distante, agradeci por não estar chovendo, assim que a vi sorri.

— Está pronta para irmos? — Perguntei, avaliando.

— Sim. — Foi tudo que disse.

— Tem quanto tempo que não a vê? — A pergunta simplesmente saiu enquanto seguíamos para fora de casa.

— Desta vez? — Disse Kim, me fazendo entender que as recaídas haviam se tornado bem frequentes.

— Isso... — Concordei enquanto caminhávamos pela calçada.

— Completou exatamente seis meses e quatro dias, ontem... Sempre que tem uma recaída e a crise é muito forte, os médicos suspendem qualquer visita, para estabilizar o paciente, o acalmando e normalizando seus próprios pensamentos em seu tempo.

— Isso acontece com frequência? — Sei que estava sendo intrometida, que não eram perguntas que deveria estar fazendo, mas queria entender melhor tudo que dizia respeito à minha amiga e tudo que estava passando.

— Bem mais do que gostaria. — Deixou as palavras morrerem.

— Entendo... Ou melhor, posso tentar imaginar. E sua tia não vem com você? — Mais uma das minhas várias perguntas inapropriadas, tinha ciência disso, mas só percebia quando já as fazia, me deixava levar pelo momento.

— Não muito... As primeiras vezes até vinha, pois era muito nova, mas como os episódios se tornaram recorrentes, ela foi vindo cada vez menos, até que não vinha mais. Porém, apesar disso, ainda nos ajuda muito, ela é irmã do meu pai, então pode imaginar que não tinha um real dever, ou motivo para vir, entendo isso e não a culpo, não tem sequer o mesmo sangue.

 Porém, apesar disso, ainda nos ajuda muito, ela é irmã do meu pai, então pode imaginar que não tinha um real dever, ou motivo para vir, entendo isso e não a culpo, não tem sequer o mesmo sangue

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Pessoal aqui termina este capítulo, se gostou deixe seu voto e seu comentário, isso ajuda e incentiva a continuar trazendo o melhor para vocês.

O DESTINO DE KHONSUOnde histórias criam vida. Descubra agora