CAPÍTULO 49

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Outro aspecto era que sempre que os sonhos paravam

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Outro aspecto era que sempre que os sonhos paravam. Nada mais era mencionado, ou contado referente a pessoa que completava os vinte um, era como se esquecesse da existência do diário, e se recordasse apenas quando tinha que passá-lo adiante. Estava tão vidrada nas histórias ali presente que sequer percebi quando o sono me atingiu, me fazendo apagar com o diário aberto sobre meu peito, não sabia dizer quanto tempo havia adormecido, mais quando acordei, ainda sonolenta, vi a versão humana do meu gato sentado próximo à janela segurando um livro.

Khonsu estava em suas vestes antigas, as mesmas que havia visto em meus sonhos, kit completo, desde o saiote e sandálias, até seu colar e braceletes dourados, parecia confortável com aquilo. Me perguntei se quando mudava de forma, vinha completamente despido, ou se era um padrão retornar a forma humana com aquele modelito, balancei a cabeça afastando aqueles estranhos pensamentos.

Me sentei na cama, percebendo que o diário não estava ali, pigarrei para atrair a atenção do garoto gato, não no sentido de bonito, o que era, mas por ser um garoto que podia se transformar em um felino, ou seria o inverso? Ainda era confuso tudo aquilo. Khonsu sequer se virou em minha direção, continuou atento a leitura do livro, percebi que se tratava do diário, então falei:

— O que está fazendo aqui? — Perguntei bocejando enquanto cobria a boca.

Sem erguer os olhos em minha direção, e ainda atento a leitura falou.

— Acho que ainda moro aqui, pelo menos até que me expulse, ou não me queira mais aqui. — Virou a página com cuidado.

— Na verdade, quem mora aqui é um gato chamado Amun, é não o estou vendo aqui... — Provoquei.

— Está certa... Quer que me transforme? — Perguntou fechando o diário.

— Não. Tenho muitas perguntas a fazer, e apenas está sua versão pode responder, para começar porque está lendo este diário, isso é particular. — Disse estendendo a mão para que me entregasse. — Devolva.

— Por quê? Isso também não é seu, ou é? — Desafiou me encarando.

— Claro que sim! — Sequer pensei para responder.

Os olhos de Khonsu eram profundos, intensos e acima de tudo afiados, tive a estranha sensação de estar completamente sem roupa diante dele naquele momento, por instinto me encolhi.

— Tem certeza? — Abriu o diário novamente o analisando. — Não apenas pelo estado do diário, mas pelos relatos aqui presente, parece se tratar de pessoas e tempos diferentes, a forma que escrevem, as caligrafias, a única coisa que é constante entre todas são os sonhos que para ser sincero me pegou de surpresa, pois estavam relatando detalhes do meu passado, como pode ser isso? — Se levantou com um único movimento.

— Você está certo... Este diário não é meu, mas se o que está me dizendo é verdade, isso torna as coisas ainda mais complicadas, apenas mais mistérios para minha vida! Sinto que estou em um filme de fantasia, toda essa história me confundi mais ainda. — Suspirei diante de tudo aquilo.

O DESTINO DE KHONSUWhere stories live. Discover now