Capítulo 16

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— Você quase matou sua mãe do coração. — O senhor Min não estava nada satisfeito com tudo o que acontecera naquele dia. Seu filho, o encarava com um olhar triste, mas isso não foi suficiente para acalmar aquele preocupado pai. — Eu quero uma explicação agora.

— Pai, foi tudo um mal-entendido. Eu estava no lugar errado, na hora errada. — Yoongi tentava de todo modo parecer inocente. O homem na sua frente havia exercido a profissão de policial por mais de vinte anos. Interrogar era a sua especialidade. — Jimin e eu estávamos voltando para casa quando os policiais apareceram.

— Para de mentir! Aquele garoto chegou aqui desesperado falando que tudo era culpa dele e que você tentava ajudar. Eu quero saber agora no que vocês se meteram. — O aposentado estava nervoso. Sua mão, a todo momento, ia em direção a sua testa. Uma leve dor de cabeça começou a surgir do lado direito da sua cabeça. — Não aceito esse tipo de comportamento dentro da minha casa. Quero respostas.

— Sinceramente, cansei. — O jovem sabia que tinha que fugir daquela situação o mais rápido possível e seu quarto foi o único lugar que conseguiu pensar em se esconder. — Não aceito ser acusado injustamente dentro da minha própria casa. Você não consegue ver que estou caindo aos pedaços? — Levantou-se e saiu. Sem andar mostrava como sua perna foi afetada pelos chutes que levou.

Holly o estava esperando dentro do cômodo e quando o viu começou a latir estridentemente, mostrando o tamanho da sua saudade. O rapaz se jogou na cama, dando um pequeno assobio, que logo foi entendido pelo cão, o fazendo subir e deitar-se ao seu lado. Uma súbita vontade de chorar surgiu e ele se controlou para não deixar as lágrimas rolarem.

Dali ele ainda conseguia ouvir seus pais discutindo. Seu pai, a qualquer momento, poderia passar mal devido ao nervosismo e a culpa seria toda dele. Porque ele havia deixado as coisas chegarem a esse ponto? Após alguns minutos, que mais pareceram horas de gritos, sua mãe havia finalmente convencido o homem a ir para o quarto descansar e que no dia seguinte eles teriam uma conversa séria com o filho.

Yoongi suspirou aliviado por alguns segundos. Se seu pai descansasse agora, talvez ficasse bem e ele teria algum tempo para bolar um plano até o dia seguinte. Seu corpo todo doía da surra que havia levado na cadeia. Havia um punho torcido e vários hematomas por todo o corpo. Suas costelas doíam somente quando ele respirava, ou seja, aquela seria uma noite dos diabos.

Acabou se levantando para pegar um comprimido para dor, mas não precisou nem sair do quarto, pois sua mãe já adentrava pela porta com uma caixa de analgésicos e um copo com água. O rapaz não tinha coragem de encará-la nos olhos, portanto, apenas aceitou o remédio e retornou para a cama, sentando-se com um gemido de dor devido ao movimento.

— Querido... Porque você se envolveu nessa história?

— Eu já disse que foi um mal-entendido.

— Não mente pra sua mãe, Yoongi. Já chega dessa história. Faz semanas que eu descobri que você foi demitido e mesmo assim você ainda continua trazendo dinheiro para casa.

Yoongi ergueu os olhos em direção a mãe. Um mescla de surpresa e culpa em seu olhar, anuviado graças às marcas arroxeadas e inchadas. Ele não sabia o que fazer. Não queria mais mentir, mas também não tinha coragem de admitir a verdade.

— Mãe, você tem que entender... nós não podíamos ficar sem dinheiro. Papai precisa do tratamento.

— Não estou aqui para passar a mão na sua cabeça. Você é adulto e sabe muito bem o que é certo e errado. Eu só quero uma resposta direta: o que você anda fazendo?

— Eu... Mãe...

Não conseguiria. As palavras travavam em sua garganta e nó que continha seu choro estava ameaçando sufocá-lo. Então, Yoongi se levantou mais uma vez e caminhou até o armário. Abriu a porta e puxou uma das gavetas. Ali estavam alguns dos celulares que ele havia roubado na semana anterior e ainda não havia conseguido vender para Jackson. Manteve sua cabeça baixa durante todo o tempo que sua mãe levou para se aproximar e verificar a gaveta. A mulher parecia ser tão pequena agora. Ela levou as mãos até a frente dos lábios, arfou algumas vezes a medida que seu choro se tornava mais intenso.

Hey, ThiefWhere stories live. Discover now