Hey, Thief

Capítulo 70

Seokjin estava no restaurante quando o primeiro advogado apareceu. O local estava lotado de clientes e ele não deu muita atenção para o que o cara de terno lhe falava e irritado com a inconveniência, pediu para que ele se retirasse.

Na segunda vez que encontrou com o cara engravatado, foram alguns dias depois, quando saia do estabelecimento e se preparava para ir para o seu apartamento, esperar Namjoon. Dessa vez o homem estava acompanhado por uma mulher elegante, de vestido vermelho.

— Senhor Kim, teria como nos escutar por um momento? — perguntou a mulher.

Jin quis responder que não, que estava com pressa, mas se viu concordando com a cabeça.

— Somos representantes da família Lee e temos uma proposta para o senhor.

O loiro pensou em possíveis respostas para aquela afirmação. Cada uma mais ríspida que a outra e todas com no mínimo cinco palavrões inclusos, sobre possíveis locais para a família Lee depositar suas propostas.

— Desculpe, mas estou muito ocupado. Por favor, parem de me perseguir. Tudo o que tiver de ser tratado a respeito desse assunto peço que se dirijam ao meu advogado. Agora, se me dão licença...

— Senhor Kim, por favor, eu só estou fazendo o meu trabalho. — falou a mulher, tentando apelar para a empatia do cozinheiro. O homem que a acompanhava mantinha a expressão fechada. — Só pedimos uns minutinhos para ouvir o que temos a dizer, depois iremos embora.

O loiro suspirou exasperado e seguiu a passos largos de volta para o restaurante, sem nem ao menos falar com o casal. Estes, sem perder a oportunidade, o seguiram.

Jinyoung, assim que viu o chef voltando ficou confuso, mas percebeu pela cara emburrada do loiro que qualquer que fosse o assunto que ele estava tendo naquela mesa, era sério. De longe, ficou atento pois qualquer coisa, ele estaria pronto para agir.

— Sejam rápidos. Vocês têm quinze minutos para dizer o que precisam.

— A família Lee está disposta a lhe oferecer este valor, para que este caso termine de maneira rápida e silenciosa. — Seokjin mantinha o rosto impassível, não se dando ao trabalho nem de olhar de relance para o envelope que a mulher empurrava em sua direção. — Convenhamos, senhor Kim, não seria nada agradável para os seus negócios se as notícias sobre este caso se espalharem pela cidade, não é mesmo? Acredito que tudo poderá ser resolvido de maneira discreta se o senhor colaborar conosco.

— Os senhores tem ideia pelo o que eu passei? — A voz seco do cozinheiro fez com que ambos os advogados se entreolharam de maneira confusa. — Que pergunta... É óbvio que vocês sabem. — Jin suspirou, exasperado. — O que acontece com ele se eu deixar essa história silenciosa? Ele sai de sabe-se lá onde está para me atormentar outra vez?

— Se o senhor olhasse o envelope, poderia entender melhor a proposta. — Jin olhou irritado para a mulher, que logo retomou a fala. — Não, ele vai continuar recluso, somente seria transferido para um local mais isolado e da preferência dos pais dele.

— Se tudo o que eu precisasse fazer era olhar esta merda de envelope vocês poderiam ter enviado para o meu e-mail ao invés de virem me incomodar no local de trabalho.

— Senhor Kim. Depois disso resolvido você não será mais incomodado e poderá virar a página. Toda essa situação deixará de ser um problema para o senhor e para o senhor Lee.

O loiro não aguentou ouvir aquilo e explodiu em uma gargalhada irônica; seus olhos automaticamente se enchendo de lágrimas. Aquela mulher só podia estar brincando! Como ela se atrevia a falar do que ele sofreu nas mãos de Jaehwan durante anos era apenas um problema fácil de ser resolvido?