Hey, Thief

Capítulo 17

Antes de sair pelo portão da sua antiga casa, ele deu uma última olhada e pode ver os olhos do seu pai lhe encarando. Nunca seria perdoado, tinha certeza.

O primeiro pensamento que teve foi de procurar Jimin mas o garoto mal vivia naquele minúsculo quarto, como ele poderia pedir por um espaço? Sem contar que ir viver com Jackson já seria descumprir coma palavra de não se meter mais em problemas.

"Na cadeira pelo menos eu estava debaixo de um teto." Balançou a cabeça para afastar esse pensamento bobo.

O Sol já havia sumido. Ficar sentado no banco da praça só lhe trairia uma pneumonia, mas ele simplesmente não se importava. Ele poderia apostar que aquela divindade estava dando uma festa, de tão feliz que estava com toda aquela desgraça.

Dentro do bolso, buscou seu celular. O Iphone 7 brilhava sob seu olhar e ele lembrou do seu verdadeiro dono.

Mais cedo, naquele dia, quando o tiraram da pequena enfermaria e o colocaram para ser reconhecido, ele sabia quem estava atrás do vidro. Tentara caminhar sem mancar ou não ficar arqueado por causa da dor, mas, no momento, era impossível. Hoseok havia feito tanto para ajudá-lo, ele só queria retribuir. Uma parte dele desejou que o ruivo o entregasse, que levantasse o dedo e o indicasse como um dos criminosos, mas isso não aconteceria. Alguns poucos meses de trocas de mensagens, o mostraram que o homem era bondoso demais para algo assim. E, sem surpresa, minutos depois, ele soube que estava liberado.

— Você tem sorte daquele rico pagar sua fiança. — Atordoado com a informação, Yoongi segurou o punho do policial, fazendo-o virar em sua direção. — Quer ser preso de novo?

— Hum... desculpe. Mas você disse que alguém pagou minha fiança?

— É. O cara rico que estava aqui. — Min balançou a cabeça e saiu da sala de enfermagem totalmente sem palavras. Do lado de fora, seu pai o aguardava.

Se estômago começou a roncar e ele percebeu que as únicas coisas que teve no estômago o dia inteiro foram um suco de laranja que a enfermeira havia lhe dado e um copo de água que havia tomado com o remédio para dor.

Vasculhando em seu bolso, percebeu que tinha alguns trocados que pagariam, no máximo, um lanche. Suspirando, se levantou e seguiu para o único estabelecimento aberto próximo do local onde estava, uma pequena lanchonete que funcionava vinte e quatro horas.

Caminhava com o dobro de dificuldade, o que o irritava profundamente. "Será que seu eu ficar a madrugada inteira na lancheria eles iriam se importar?" Pensou com um pouco de divertimento. Estava totalmente ferrado! Não tinha nem condições de pagar um quarto de motel, pois todo o dinheiro que havia guardado, deixou na bolsa da mãe. Ele sabia que ela não usaria, mas não pode evitar.

A lanchonete era pequena, mas bem confortável. Ao entrar, um sino indicou sua presença e chamou atenção da garçonete. A moça o olhou e o sorriso morreu em seus lábios. Ele não podia culpá-la, sua aparência estava deplorável e assustadora. Ele tentou parecer o mais simpático possível, não queria assustar a trabalhadora.

— Olá senhorita... — Apertou os olhos enquanto lia o crachá da garota. — Luna. O que dá para comer aqui com... — Ele colocou as poucas cédulas diante da garota e aguardou a resposta dela.

A moça o encarou com incredulidade. Talvez ele conseguisse outro suco.

— Hum... acho que um hambúrguer e um refrigerante. — respondeu abrindo um sorriso.

Yoongi devolveu o sorriso, um pouco sem graça. Nunca que aquela mixaria daria para isso tudo, mas parece que alguém tinha um coração mole e estava com pena dele.